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Apenados de São Vicente do Sul confeccionam troféu do Prêmio Sema-Fepam de Jornalismo Ambiental 2025

Nas duas primeiras edições do prêmio, as peças entregues aos finalistas já haviam sido produzidas por meio de trabalho prisional

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Uma pessoa está sentada à mesa trabalhando em um projeto de arte em mosaico. Ela utiliza uma ferramenta para cortar ou moldar pequenas peças de material, provavelmente azulejos ou pedras. Sobre a mesa, há um mosaico em andamento que representa o desenho de uma ave em voo contra um fundo azul. Diversos pequenos azulejos brancos estão espalhados ao redor da peça. Também é possível ver um frasco de cola e outra ferramenta sobre a mesa. O ambiente é interno, com piso de cerâmica e alguns móveis ao fundo.
Ação une inclusão social e sustentabilidade com materiais reaproveitados e trabalho como forma de ressocialização - Foto: Ascom SSPS

Os finalistas do 3° Prêmio Sema-Fepam de Jornalismo Ambiental 2025 – cujo tema é “Construindo juntos um futuro mais forte para o RS” – foram conhecidos na terça-feira (7/10). E, assim como nas duas primeiras edições, os vencedores receberão troféus confeccionados por meio de trabalho prisional. 

O titular da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Jorge Pozzobom, vê em oportunidades como essa uma forma efetiva de ressocialização. “É uma iniciativa que permite colocar a criatividade e a habilidade de apenados em prática, mostrando que todos são capazes de se reinventar, de mudar suas trajetórias de vida”, destaca.

O convite para que apenados do Presídio Estadual de São Vicente do Sul, administrado pela SSPS, elaborassem os troféus, partiu da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). A ideia foi aliar conscientização ambiental, com o uso de materiais reaproveitados, e inclusão social, por meio do trabalho. Além disso, a iniciativa reduz custos públicos.

“Neste ano, cada peça é única — uma obra exclusiva produzida a partir de azulejos reaproveitados que retratam o quero-quero, símbolo do Rio Grande do Sul. Essa criação reflete a força e a resiliência do povo gaúcho, especialmente após as enchentes de 2024. Estamos reconstruindo um Estado melhor, mais adaptado e resiliente, e este troféu simboliza exatamente isso: a capacidade de transformar o que seria descartado em arte, significado e esperança”, ressalta a titular da Sema, Marjorie Kauffmann.

A imagem apresenta seis quadros de mosaico, cada um com moldura de madeira. Os mosaicos retratam pássaros sobre um fundo azul, com detalhes coloridos que representam as penas e o chão onde estão pousados. Os quadros estão organizados sobre uma mesa branca, dispostos em duas fileiras de três. Ao fundo, é possível ver parte de um teclado e alguns equipamentos eletrônicos sobre a mesma mesa.
Trabalho prisional marca premiação ambiental com confecção dos troféus com imagem do quero-quero em mosaico - Foto: Ascom SSPS

Neste ano, o quero-quero, conhecido como Sentinela dos Pampas, foi reproduzido com o uso da técnica de mosaico, valorizando a sustentabilidade por meio do reaproveitamento de azulejos que restaram de casas atingidas pelas enchentes de 2024.

Exposição na Fecobat chamou atenção para o artesanato produzido por detentos de São Vicente do Sul

Em julho, os artesanatos produzidos por apenados de São Vicente do Sul foram expostos na Feira Estadual de Comércio da Batata Doce (Fecobat). As peças chamaram a atenção da comunidade pelo cuidado na estética e, principalmente, pela criatividade. 

O diretor da penitenciária, Lauricio da Silveira Conterato, conta que muitas pessoas se surpreendiam ao saber que os objetos eram confeccionados por indivíduos privados de liberdade. “O convite para alguns reeducandos com destaque na produção artesanal confeccionassem os troféus veio algumas semanas depois”, lembra.

Em visita à unidade, a Coordenadora Técnica da 2ª Região, Adriana Rosa, compartilhou a proposta de convidar alguns reeducandos com destaque na produção artesanal para o desafio, aceito pelos internos selecionados com entusiasmo. “Cada peça foi feita com cuidado e significado. E mais do que troféus, o que eles entregaram foi uma mensagem: de que mesmo em privação de liberdade, é possível produzir com qualidade técnica e dentro do prazo estabelecido. Uma experiência que evidencia a importância de ações que valorizam o potencial das pessoas privadas de liberdade”, enfatiza Conterato.

Na 1ª e 2ª edições do prêmio, os troféus entregues aos finalistas, na ocasião, já haviam sido confeccionados por apenados do Complexo Prisional de Canoas. A primeira peça foi uma escultura entalhada em madeira de reaproveitamento; a segunda, confeccionada reutilizando sucata de eletrônicos.

Texto: Paula Sória Quedi/Ascom SSPS
Edição: Secom

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