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Harpia, a maior ave de rapina das Américas, é a nova moradora do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Espécie ameaçada de extinção foi resgatada no Pará após acidente com rede elétrica e agora terá um recinto exclusivo no parque

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Harpia, a maior ave de rapina das Américas, é o novo morador do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul A
Após passar por um breve período de adaptação, a ave já pode ser visitada pelo público do Parque Zoológico - Foto: Julio Rolhano/Ascom Sema

O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, administrado pelo governo do Estado por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), ganha a partir da sexta-feira (19/9) uma nova moradora de peso: uma harpia (Harpia harpyja), também conhecida como gavião-real.

Considerada a maior ave de rapina das Américas e uma das mais fortes do mundo, a espécie é rara e figura entre as ameaçadas de extinção. 

Animal foi resgatado no Pará

O animal foi resgatado em Santarém, no Pará, após sofrer uma descarga elétrica em uma rede de alta tensão, que causou lesões graves nas garras e inviabilizou seu retorno à natureza.

Incapaz de caçar e sobreviver sozinho, o macho foi acolhido em um criadouro, onde passou por procedimentos cirúrgicos. Apesar dos cuidados, não foi possível reabilitá-lo para a vida livre.

Cuidados na chegada

Na última segunda-feira (15/9), a ave chegou ao Zoológico em boas condições de saúde, com penas íntegras, bom escore corporal e já se alimentando normalmente. Após um breve período de adaptação, já pode ser visitada pelo público a partir desta sexta-feira (19/9).

Segundo Julio Rolhano, gestor do Parque Zoológico, a chegada da ave reforça o papel do espaço na conservação da fauna. “Receber uma harpia é uma responsabilidade enorme. Além de garantir o bem-estar do animal, buscamos que sua presença no Parque contribua para a conscientização dos visitantes sobre a importância da preservação das espécies ameaçadas”, afirma.

Close-up de uma harpia, destacando sua imponência e detalhes de sua plumagem. O foco está no rosto e parte superior do corpo da ave, mostrando o bico curvado e robusto de cor preta, os olhos escuros e expressivos, além da plumagem cinza na cabeça e preta nas asas. O peito aparece coberto por penas brancas densas e fofas, com algumas manchas pretas.
Animal foi resgatado em Santarém, no Pará, após acidente que causou lesões graves nas garras e inviabilizou o retorno à natureza - Foto: Julio Rolhano/Ascom Sema
Sensibilização ambiental

O macho será mantido em um recinto exclusivo, projetado de acordo com suas necessidades, com rampas de acesso, plataformas e poleiros. A área está localizada próxima ao setor dos rapinantes. Este é o único exemplar da espécie atualmente presente no Zoológico de Sapucaia do Sul.

A presença da harpia no Zoológico cumpre um papel educativo e de sensibilização ambiental. Ao permitir que os visitantes conheçam de perto uma espécie rara e emblemática, o Parque fortalece a missão de aproximar a sociedade da realidade da fauna brasileira e dos desafios de preservação.

A iniciativa integra os esforços do Estado para ampliar a consciência sobre a importância da conservação, especialmente em relação às espécies ameaçadas, e reforça o papel dos zoológicos como aliados na proteção da biodiversidade.

Espécie ameaçada

No Rio Grande do Sul, a harpia é classificada como “criticamente em perigo” na lista de espécies ameaçadas. A perda de habitat e a caça ilegal estão entre as principais causas de redução da população.

Registros de avistamento da ave no Estado ocorrem desde 2018, no Parque Estadual do Turvo, unidade de conservação também sob gestão da Sema, em Derrubadas, no noroeste gaúcho.

A força da natureza

A harpia pode atingir até 90 centímetros de comprimento e mais de dois metros de envergadura. As fêmeas chegam a pesar cerca de 10 quilos, enquanto os machos ficam em torno de 5 quilos.

Suas pernas grossas, garras afiadas e bico curvado a tornam a ave de rapina mais poderosa do planeta, capaz de capturar presas como preguiças, macacos e até filhotes de cervos.

A garra da harpia pode alcançar o tamanho de uma garra de urso-pardo. Os filhotes nascem com plumagem clara, que escurece ao longo dos anos. Também chamada de águia-harpia (ou Harpy Eagle), a espécie é considerada símbolo de força em diferentes culturas.


Texto: Tamires Tuliszewski/Ascom Sema
Edição: Anderson Machado/Secom

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