Frequentadores do Pavilhão da Agricultura Familiar levam uma diversidade de produtos nas sacolas
Os preferidos do público são os lácteos, embutidos, panificados e bebidas
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No último fim de semana da Expointer, alguns produtos se consolidam como os favoritos dos frequentadores do Pavilhão da Agricultura Familiar. A estimativa da Emater é que os itens mais comuns nas muitas sacolas que o público leva para casa são queijos, embutidos, pães e cucas, geleias e mel.

Na banca da Laticínios Ruppenthal, de Linha Marcondes, interior de Gramado, Everson Ruppenthal, viu a procura por seu queijo colonial subir após conquistar o primeiro lugar da categoria no Concurso de Produtos da Agricultura Familiar, na quinta-feira (4/9). Na sexta-feira, as vendas já superaram as de toda a edição passada. E foi o prêmio que chamou a atenção de Ana Luísa Soares, de Porto Alegre, que pela primeira vez, visitou a Feira. “Vi o queijo temperado com salame e me interessei. Daí tinha a plaquinha de primeiro lugar, então acabei provando e levando os dois”, conta ela, que já tinha na sacola geleias adquiridas na banca ao lado.

As geleias produzidas por Raquel Pellegrini e Silvonei Zanon, na Casa do Sabor, em Paraí, começaram a ser comercializadas na Expointer em 2010 e, desde então, têm conquistado um público fiel. “Entre 50 e 60% são clientes recorrentes, que sempre vêm nos visitar em busca de seus sabores favoritos e também de novidades”, orgulha-se Silvonei. Os que mais saem são os da linha gourmet e os sem açúcar nem adoçantes. “Sempre temos novidades e indicamos como usar, o que os consumidores gostam bastante”, revela, citando os doces que acompanham carnes, como os de pimenta ou de cebola roxa, ou batatas, como os de bacon e de queijo.

Quando o assunto são cucas e pães, a aposentada Nilva Fransceschini tem uma preferência: a banca Nona Diva, de Barão, município que fica entre a Serra Gaúcha e o Vale do Caí. Ela guardou a embalagem com o nome da agroindústria familiar para poder repetir a compra nesta Expointer. E pela terceira vez este ano, ela foi buscar cucas, desta vez para congelar e servir quando o genro, que mora no exterior, vier visitá-la na Capital. Munida de uma sacola de tecido e uma bolsa extra, ela revela que também levará salame, mel, queijo, geleia, farinha de polenta e nozes.
Quem atendeu Nilva foi Júlia Sandrin, que afirma que, este ano, as cucas agridoces estão sendo as mais pedidas. Tanto que, às 12h30, já não tinha mais os sabores linguiça, costela e costela com requeijão, estes últimos inovações criadas pela mãe, Eliane, para esta edição da Feira. “O segredo é que ela tem mãos de fada. Nossa massa é mais úmida e desmancha na boca”, conta.

O mel também é um dos queridinhos do público da Expointer. Emanuel Hollenbach, da VivaFlor Produtos Naturais, de São João da Urtiga, acredita a alguns fatores. “Tem uma diversidade de apicultores e de regiões participantes aqui e é mais vantajoso adquirir direto do produtor. Além disso, o consumidor consegue provar”. Hollenbach diz que tem vendido mais as binagas de 300g, que são mais leves, já que os frequentadores costumam andar bastante e carregando peso. O mel da VivaFlor levou o primeiro lugar no segmento.

Na categoria embutidos, Daniel Schünke, da Embutidos Schunke, de Vera Cruz, revela que “a procura por salame e linguiça é parelha”, mas que, desde que o salame tipo italiano ganhou o concurso, na quinta-feira (4/9), o público tem tido mais interesse por ele. Tanto que ontem (5/9) as vendas já superaram o volume comercializado em 2024. Daniel acredita que o prêmio é fruto do emprego de “carnes de boa qualidade, amor e carinho” na produção.

No segmento bebidas, quem determina o que vai ser mais consumido é o clima. O suco de uva produzido pela Casa Zottis, que fica no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, e que ganhou o primeiro lugar no gênero, teve mais saída na segunda e terça-feira (1º e 2/9), quando fez mais calor. Daniela Chesini Zottis avalia que o produto é mais procurado por famílias com crianças e por idosos e revela que, no início da tarde deste sábado, restavam apenas seis garrafas. “O espumante e o vinho branco, que oferecemos em taças, também é mais popular em dias quentes. Ontem e hoje, com temperaturas menores, a demanda maior é por vinhos tintos e secos”, afirma.

Na banca da Adega Carrini, de Cacique Doble, Maicon Carrini concorda. Ele vendeu mais espumantes e vinhos em garrafa, incluindo o da variedade bordô, que também é um dos carros-chefe da feira, e que foi eleito o melhor da Agricultura Familiar. Com o prêmio, seu pai, Aldemir, se emociona ao afirmar que tem um sonho realizado. Ele e os dois filhos trocaram a construção civil pela produção de vinhos, iniciada de forma artesanal e tímida em 1992 e profissionalizada há quatro anos. Hoje, já vendem para o Paraguai, Argentina e Uruguai as bebidas feitas com as variedades bordô e goethe. “Nosso terroir é diferente do da Serra. É mais encorpado, saboroso e aromático”, afirma ele, orgulhoso.
O Pavilhão da Agricultura Familiar comercializou nos primeiros sete dias de Expointer R$ 9.353.591,65, um aumento de 19,5% em relação a 2024, quando foram comercializados R$ 7.829.599,66.
Texto: Letícia Jardim/Ascom Expointer
Edição: Maria Alice Lussani/Ascom Expointer