FEE projeta 2012 com inflação controlada e confirma crescimento do RS acima da média
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A estabilidade econômica obtida pelo Brasil vai garantir inflação controlada em 2012 e crescimento acima da média mundial para este ano. Por sua vez o Rio Grande do Sul deverá confirmará, em 2011, crescimento econômico acima da média brasileira, bem como a menor taxa de desemprego da história. Essas são as principais projeções da Carta de Conjuntura, edição de dezembro, divulgada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) nesta terça-feira (13).
A publicação destaca também o ressurgimento da indústria naval brasileira, com o polo de Rio Grande em terceiro lugar no número de obras e 10% dos empregos entre os estaleiros do País. A análise sobre a inflação, apresentada pelo economista Augusto Pinho de Bem, com o título O Brasil e o medo da inflação (e do futuro), mostra que o Brasil apresentou uma recuperação do choque de 2008, efeito da combinação das políticas de renda mínima e da política de crédito, que garantiram o fortalecimento do mercado interno nacional.
O estudo mostra que, em 2011, o Brasil crescerá acima de média mundial, como já havia ocorrido em 2010. Além disso, o País apresenta, atualmente, a menor taxa de desemprego da série histórica do IBGE com 5,8%, ficando atrás apenas do Japão, com o percentual de 4,5% (fonte The Economist, 02.12.11). Podemos concluir que a economia brasileira, quando vista em seu conjunto, apresenta indicadores que não destoam das principais economias mundiais, sinalizando um cenário de estabilidade econômica afirma Augusto de Bem.
Segundo o economista, diante da crise que vem afetando os países europeus e da estagnação norte-americana, o Brasil, hoje, tem apresentado considerável estabilidade nos principais indicadores econômicos, e há um exagero nas previsões mais pessimistas.
Ressurgimento da indústria naval
Já a apresentação de Beck Moron de Macadar, sobre A ascensão do polo naval de Rio Grande, prevê com o ressurgimento da indústria naval brasileira, em especial a produção do petróleo e a exploração do Pré-sal, a construção de centenas de novas embarcações no País. Segundo Beck, o Plano de Negócios 2011 a 2015, da Petrobrás, deverá aplicar cerca de US$ 213,5 bilhões nas atividades desenvolvidas no Brasil, sendo que as estimativas da empresa indicam que, até 2020, serão necessários 568 barcos de apoio especial, 94 plataformas e 65 sondas.
No primeiro semestre de 2011, os estaleiros instalados no polo naval de Rio Grande contavam com 5 mil e 500 empregos diretos, representando 9,8% dos empregos diretos totais dos estaleiros brasileiros. Em termos de Tonelada de Porte Bruto - TPB, de obras em andamento, o Rio Grande do Sul está em terceiro colocado, com a participação de 17,94%, atrás de Pernambuco (49,21%) e do Rio de Janeiro (23,70%). Além disso, novos empreendimentos estão em vias de implementação. Os estaleiros do Brasil - EBR, em São José do Norte e um estaleiro da Wilson Sons, em Rio Grande, explica Beck.
A economista diz ainda, que o Estado vem criando oportunidades pois atualmente, o município de Rio Grande está em fase inicial de atrações e desenvolvimento de negócios de setores voltados à indústria naval, já considerado um polo promissor. Beck concluiu a apresentação afirmando que o polo naval de Rio Grande beneficia-se de uma descentralização da indústria oceânica nacional e chama atenção para alguns desafios para que a retomada da indústria seja sustentável, como por exemplo: a qualificação da mão de obra, a incorporação de tecnologia mais avançada , o adensamento da cadeia produtiva e a redução de custos.
A força da agropecuária na economia do RS
Outro destaque da Carta de Conjuntura confirma o crescimento da economia do Rio Grande do Sul acima da média nacional, com os comparativos dos três últimos trimestres. A força da agropecuária, neste cenário, é indicada como o principal fator para os números, que ainda demonstram um aumento de 78% nas exportações agrícolas, lideradas pela soja (63,2%).
O aumento de demanda para a China chega a 55,4%, enquanto surgiram também outros destinos promissores para os produtos gaúchos, como Taiwan e Tailândia. Não há indicativo de que as vendas do complexo agropecuário irão arrefecer nos próximos anos, sinalizando que a maior participação da agricultura nas exportações gaúchas é um movimento mais estrutural do que temporário, explica o economista Bruno Caldas, autor do estudo. A apresentação contou ainda com a participação de André Scherer, do Conselho Editorial da Carta Conjuntura FEE.
Texto: Regina Farina e Carine Prevedello
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305