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Exportações do agronegócio gaúcho somam US$ 3,1 bi no segundo trimestre de 2025

Com 66,7% das vendas externas do Estado, o setor teve avanço em carnes e máquinas agrícolas

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Card em fundo cinza, no qual está escrito Exportações ao centro, logo abaixo de um ícone formado por um globo com um sinal de localização no canto superior esquerdo, um avião no canto superior direito, um navio no canto inferior esquerdo e um contêiner no canto inferior direito. No canto inferior direito do card está a logomarca utilizada pela gestão 2023-2026 do governo do Rio Grande do Sul.
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O agronegócio do Rio Grande do Sul exportou US$ 3,1 bilhões no segundo trimestre de 2025, o equivalente a 66,7% das vendas externas do Estado. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve retração de 14,3%, mas segmentos relevantes avançaram: carnes (9,5%) e máquinas e implementos agrícolas (89,0%), enquanto o complexo soja recuou pela menor safra.

Os indicadores integram a atualização trimestral produzida pelo governo do Estado, por meio do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).


Setores e mercados no 2º trimestre de 2025

No trimestre, o complexo soja respondeu por US$ 963,8 milhões; carnes, US$ 620,3 milhões; fumo e seus produtos, US$ 542,5 milhões; produtos florestais, US$ 279,3 milhões; e cereais, farinhas e preparações, US$ 115,6 milhões.

Entre destinos, China (23,6%), União Europeia (16,5%), Estados Unidos (7,2%), Indonésia (4,2%) e Filipinas (3,8%) concentraram 55,2% das exportações.

A China registrou a maior queda absoluta (–US$ 498,3 milhões; –40,8%), puxada sobretudo por soja em grão e, em menor medida, por recuos em carne suína, celulose e carne de frango.

Coreia do Sul (–US$ 72,9 milhões; –55,2%) e Irã (–US$ 66,8 milhões; –59,6%) caíram principalmente por menor demanda por farelo de soja do Estado.

Em sentido oposto, Indonésia e Filipinas tiveram as maiores altas absolutas: para a Indonésia, o avanço concentrou-se no farelo de soja; para as Filipinas, na carne suína. 

Primeiro semestre: composição e saldos

De janeiro a junho de 2025, as exportações do agronegócio somaram US$ 6,4 bilhões (68,4% da pauta estadual), enquanto as exportações totais do RS cresceram 2,3%.

A redução do agronegócio no semestre (–US$ 131,6 milhões; –2,0%) foi explicada por quedas no complexo soja (–US$ 427,4 milhões; –21,9%) e em produtos florestais (–US$ 104,3 milhões; –14,2%).

No complexo soja, pesaram negativamente a soja em grão (–US$ 335,2 milhões; –29,3%) e farelo (–US$ 103,2 milhões; –15,2%).

Em contrapartida, cresceram carnes (+US$ 141,5 milhões; +13,0%), fumo e seus produtos (+US$ 73,4 milhões; +6,5%) e cereais, farinhas e preparações (+US$ 63,7 milhões; +9,4%), com destaques para carnes suína e bovina, fumo não manufaturado e milho.

Os principais destinos no semestre foram China (21,6%), União Europeia (13,2%), Estados Unidos (6,7%), Vietnã (5,7%), Indonésia (4,6%) e Arábia Saudita (3,1%), que juntos responderam por 55,0% do total. 

Estados Unidos: alta nas vendas e cenário tarifário

No primeiro semestre, as vendas do agronegócio gaúcho aos Estados Unidos somaram US$ 426,6 milhões (+8,8% ante 2024), o maior valor nominal da série para o período, equivalendo a 6,7% do total exportado pelo estado do setor.

Os principais grupos foram produtos florestais, fumo e seus produtos, carnes, couros e peleteria, máquinas e implementos agrícolas e gorduras/óleos de origem animal.

Entre abril e agosto de 2025, os EUA implementaram uma tarifa global mínima de 10% e uma sobretaxa adicional de 40% para o Brasil. Ou seja, uma alíquota efetiva de 50% quando não há exceção.

Celulose

De 379 itens em exceção, 26 são do agronegócio. A celulose é o único conjunto de produtos do agronegócio gaúcho totalmente isento da sobretaxa — todos os itens dessa categoria estão livres da sobretaxa. Além disso, trata-se de um segmento relevante na pauta exportadora do estado. 

Desta forma, 100% da celulose enviada aos EUA está isenta, montante que representa 13,3% da celulose exportada pelo RS e cerca de 1% do valor total exportado pelo agronegócio para todos os destinos.

Assim, pode-se afirmar que cerca de 1% do valor exportado pelo agronegócio gaúcho não foi afetado pela sobretaxa, enquanto aproximadamente 5,7% estão sujeitos ao adicional de 40% estabelecido em agosto.

Sobretaxas

Sob outra perspectiva, em torno de 85,5% do total destinado aos Estados Unidos está submetido à incidência dessa sobretaxa.

Entre os itens não isentos, destacam-se fumo não manufaturado (US$ 118,3 milhões), madeiras e manufaturas (US$ 63,5 milhões), carne bovina (US$ 51,7 milhões), couros e peles (US$ 17,1 milhões) e sebo bovino (US$ 16,5 milhões) — juntos, 4,2% do total exportado pelo agronegócio gaúcho e 62,6% do enviado aos EUA no primeiro semestre de 2025.

O avanço no semestre para os EUA foi praticamente explicado pela carne bovina (+US$ 33,1 milhões), além de altas em madeiras/manufaturas (+US$ 8,9 milhões), outros produtos de origem animal (+US$ 5,4 milhões) e demais gorduras/óleos de origem animal (+US$ 3,48 milhões).  

Emprego formal: melhora na dinâmica trimestral 

O segundo trimestre de 2025 registrou 58.285 admissões e 65.193 desligamentos, um quadro melhor que o do ano passado — afetado pelas enchentes de maio — embora ainda com saldo negativo trimestral sazonal (–6.908).

O “antes da porteira” foi o único segmento com saldo positivo no 2º tri (+1.439), puxado por fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (+1.130) e fabricação de adubos e fertilizantes (+323).

No semestre, saldo positivo em postos de trabalho no campo

No semestre, o saldo foi positivo: 158.334 admissões e 135.963 desligamentos resultaram em 22.371 novos postos (29,3% de todas as vagas formais criadas no RS).

Ao fim de junho, o agronegócio reunia 404.944 vínculos formais ativos.

Entre os setores com maior criação de empregos no semestre, destacaram-se a fabricação de produtos do fumo (+10.298 postos), abate e fabricação de produtos de carne (+4.109), fabricação de tratores/máquinas/equipamentos agropecuários (+2.972) e produção de lavouras permanentes (+2.123).

Texto: Marcelo Bergter, Ascom/SPGG
Edição: Anderson Machado/Secom
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