Ator fala na emoção de interpretar Leonel Brizola
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Ator experiente e dedicado às artes cênicas há 20 anos, Evandro Soldatelli será o responsável por interpretar Leonel Brizola, no Musical da Legalidade, que ocorre nos dias 03 e 04 de setembro (sábado e domingo), em palco montado na frente do Palácio Piratini. No espetáculo, que tem direção de Luciano Alabarse, Evandro diz que está vivendo um desafio, mas que o grupo formado é de pessoas de confiança da direção e que há mais de 10 anos trabalha com Alabarse.
Foi um desafio muito grande. Quando o Luciano me chamou e disse que eu ia fazer o Brizola, fique assustado. Primeiro pela minha aparência física, porque sou bem diferente, mas em seguida pensei que nisso se dá um jeito através de maquiagem e caracterização, e depois o meu medo foi cair em uma imitação, ressalta Evandro que tinha como referência um Brizola mais velho e não da época que irá interpretar. O Brizola tinha um jeito de falar, de se expressar, muito próprio, então eu pensei que não poderia fazer deste personagem uma caricatura, eu tenho que buscar a verdade, da força que foi aquele movimento, enfatizou.
Uma das soluções encontradas por Evandro, foi tentar incorporar o sentimento da Legalidade, a defesa do cumprimento da constituição, de conclamar uma massa, de pegar em armas, de lutar contra a ditadura de um governo que queria o golpe. Eu busquei lá nas minhas entranhas, e acho que estou no caminho, arrisca.
Evandro conta que conhecia a história da Legalidade por ter estudado o assunto e diz que sempre teve uma admiração muito grande pelo Brizola. Ele conhecia todo mundo, ia à casa de todo mundo, isso é incrível, reflete, contando que quando foi fazer a lente de contato para a apresentação, a moça que faz a lente foi dama de companhia da Neuza Brizola, esposa do ex-governador. Sempre admirei ele, meu avô era admirador, fanático por ele, e desde criança ele sempre foi muito presente na minha casa, diz.
Para o ator, o que arrepia no Musical da Legalidade, é o assunto abordado, o sentimento que para os gaúchos é muito forte. O musical bate em via direta na nossa alma, e esse espetáculo vai bater na alma dos gaúchos.
Sobre a gravação realizada no porão do Palácio, Evandro diz que a emoção tomou conta dele e dos jornalistas que estavam naquela sala em 1961, e que participaram da gravação. É incrível ver como eles voltaram no tempo. O ator conta que estar ali, com aquelas pessoas foi uma honra e que a primeira vez que falou o discurso os jornalistas disseram: nossa, ta igual!. Pronto, este era o melhor elogio que eu poderia ouvir, finaliza ele.
Um abraço meu Rio Grande querido, se não puder falar mais será porque não foi possível, todos sabem o que estou fazendo. Adeus meu Rio Grande querido, pode ser este realmente o nosso adeus, mas aqui estaremos para cumprir o nosso dever, orgulha-se o ator, que certamente jamais esquecerá das falas deste nobre personagem da Legalidade.
Texto: Daiane Roldão
Foto: Claudio Fachel
Edição: Redação Secom (51)3210-4305