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Visitas guiadas incentivam crianças e jovens a conhecer história do RS

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Passeio com guia turístico na sede do Executivo inclui salões Negrinho do Pastoreio (foto) e Alberto Pasqualini
Passeio com guia turístico na sede do Executivo inclui salões Negrinho do Pastoreio (foto) e Alberto Pasqualini - Foto: Juliana Baratojo/Especial Palácio Piratini

Se estivesse vivo, o pintor italiano Aldo Locatelli (1915-1962) ficaria feliz com a declaração da pequena estudante Laís Dorneles, de oito anos: "Nossa, eu levaria mil anos para conseguir fazer tudo isso!". A menina, que adora desenhar, se refere aos 23 murais que o artista pintou no Palácio Piratini, mas num prazo bem menor do que o imaginado por ela: Locatelli demorou quatro anos, entre 1951 e 1955. Esta foi apenas uma das tantas curiosidades que a Laís e os colegas aprenderam durante uma visita guiada à sede do Poder Executivo do Rio Grande do Sul.

A turminha do terceiro ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Champagnat, de Porto Alegre, visitou o local onde trabalha o governador. O passeio, com guia turístico, inclui os dois principais salões do prédio: o Negrinho do Pastoreio e o Alberto Pasqualini. É onde ficam as maiores obras de Locatelli, que ilustram momentos e personagens da história do nosso estado, e os impressionantes lustres de cristal, réplicas dos usados no Palácio de Versalhes, na França. O lustre do salão Alberto Pasqualini pesa uma tonelada.

Quadros pintados pelo italiano Aldo Locatelli adornam paredes dos salões
Quadros pintados pelo italiano Aldo Locatelli adornam paredes dos salões - Foto: Juliana Baratojo/Especial Palácio Piratini

A professora Sheila Werner, do mesmo colégio, diz que a experiência complementa as lições da sala de aula. "Durante o terceiro ano, eles estudam a capital, os pontos turísticos, os momentos marcantes. Então, trazê-los ao Palácio Piratini é contar essa história. Por que existe o Palácio? O que tem aqui? O que já aconteceu aqui?", explica.

Carros antigos fazem sucesso

Além dos grandes salões do segundo andar e da escadaria de mármore, os visitantes podem chegar bem pertinho de outras relíquias: dois carros antigos que já foram veículos oficiais de governadores e presidentes: um Ford Model T, de 1918, e um Stutz, de 1928. O mais antigo tem todas as peças originais, mas não funciona mais. O modelo alemão ainda participa do desfile do Dia do Gaúcho, 20 de Setembro, menos quando chove.

William Gustavo Grzechota ficou encantado com automóveis antigos
William Gustavo Grzechota ficou encantado com automóveis antigos - Foto: Juliana Baratojo/Especial Palácio Piratini

Os automóveis costumam ser o xodó das crianças e adolescentes. William Gustavo Grzechota, 13, não parou de bater fotos: "Eu adorei. Eu pesquiso e estudo bastante os carros antigos. Gostei mais daquele que tem todas as peças originais. Vou colocar tudo nas redes sociais", contou, sorridente.

A viagem de 430 quilômetros até a capital valeu a pena. William veio de Catuípe, na região Noroeste, com cinco professores e mais 31 colegas do oitavo ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Barão do Rio Branco. O Palácio Piratini recebe muitos grupos do interior. O professor Carlos Eduardo da Silva Calabria diz que a correria vale muito a pena: "Todos os anos a gente traz os alunos do oitavo ano para fazer essa visita, para conhecer os prédios dos três poderes do Estado. Para eles, é muito importante porque vivenciam na prática o que aprendem na teoria. Essa ponte entre o ler e o ver é fundamental".

Melissa Maia registrou todos os momentos da visita ao palácio
Melissa Maia registrou todos os momentos da visita ao palácio - Foto: Juliana Baratojo/Especial Palácio Piratini

A aluna Caroline Konageski, 13, concorda: "Eu nunca tinha vindo e adorei. É uma experiência muito legal vir e conhecer tudo de perto, porque é um local importante pra cidade e pro estado". Foi por isso que a Melissa Maia, 8, registrou todos os momentos da visita: "Eu gosto de tirar foto porque eu gosto de guardar lembranças".

E, assim, de selfie em selfie, o quase centenário Palácio Piratini, que fez 97 anos em 2018, vai entrando cada vez mais para a história.

Como visitar o Palácio Piratini

As visitas guiadas são gratuitas e acontecem de segunda a sexta-feira pela manhã (9h30, 10h30 e 11h30) e pela tarde (14h, 15h, 16h e 17h). É só chegar uns minutos antes. Grupos acima de dez pessoas e escolas precisam agendar pelo telefone (51) 3210-4168. Os horários e os roteiros podem mudar de acordo com a agenda do governador.

>> Conheça outras opções de visitas guiadas:

Memorial Theatro São Pedro

Pertinho do Palácio Piratini, também na Praça da Matriz, no centro histórico de Porto Alegre, é possível fazer outros passeios culturais. Uma das opções é o Memorial do Theatro São Pedro, que conta a história do teatro em três salas e também as exposições. Na sequência, se não houver ensaios, é possível seguir para o teatro, que completou 160 anos em 2018 e é o mais antigo e importante da capital. As visitas guiadas são gratuitas e não é necessário agendar. Podem ser feiras de terça-feira a sábado, das 15h às 18h30. O telefone é (51) 3227-5100.

Casa de Cultura Mario Quintana

A visita guiada é feita com um guia turístico e dura entre uma hora e uma hora e meia, em qualquer dia da semana. Com exceção do teatro e do auditório, o passeio percorre praticamente todo o local, como bibliotecas e galerias. O visitante conhece mais sobre a vida e obra do poeta gaúcho Mário Quintana, a importância histórica dos prédios e das celebridades que dão nome aos espaços da casa. A CCMQ foi aberta em 1990, mas a história começou em 1916, com a construção do antigo Hotel Majestic, considerado um marco da capital. É preciso agendar a visita com o guia Carlos Carvalho, pelo telefone (51) 98457-8531 ou pelo e-mail ccarvalhoguiadeturism@gmail.com. O valor é de R$ 10 por pessoa, sendo que alunos da rede pública pagam no máximo R$ 8.

Crianças e adolescentes também podem fazer um passeio mais lúdico na Biblioteca Lucilia Minssen, que tem um acervo de 17 mil volumes, além de folhetos, jornais, gibis e jogos. É preciso agendar pelo email bibliotecalucilia@gmail.com. Os valores por aluno são de R$ 8 para escola pública e R$ 12 para escola particular.

Biblioteca Pública do Estado

A Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, criada oficialmente em 1871, foi aberta ao público na sede definitiva (Rua Riachuelo, 1190) em 1922. O acervo conta com cerca de 240 mil livros. Outro atrativo são os murais pintados no segundo andar. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e aos sábados, das 14h às 18h. A visita é de graça, conduzida por um historiados ou bibliotecário. Grupos acima de 8 pessoas precisam agendar pelo telefone (51) 3224-5045.

Memorial do Rio Grande do Sul

Criado em 1996 para ser um centro histórico voltado para a preservação da cultura gaúcha, ocupa o antigo prédio dos Correios e Telégrafos, construído entre 1910 e 1914. Reúne objetos, mapas, gravuras, fotos, livros, imagens iconográficas e depoimentos importantes sobre os principais fatos ocorridos no RS. As chamadas visitas mediadas na Linha do Tempo do Memorial são voltadas a grupos e escolas. Podem ser feitas de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, de graça. Mas é preciso fazer o agendamento pelo e-mail memorial.acaoeducativa@gmail.com.

Texto: Vanessa Felippe
Edição: Gonçalo Valduga/Secom

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