A obra literária Memoria Social - Uruguaya, tú eres parte, no te quedes aparte foi lançada nesta terça-feira (12) no Galpão Crioulo do Palácio Piratini. De autoria de Oriana Jara e Brigida Scaffo, o livro conta a trajetória de 14 mulheres uruguaias que escolheram o Rio Grande do Sul como segundo lar. A percepção sobre a cultura gaúcha, o rompimento de estereótipos produzidos pela discriminação de gênero e o apreço pelo país de origem compõem a essência do exemplar entregue ao governador José Ivo Sartori. O evento marca o estreitamento das relações institucionais entre o Estado e o Consulado do Uruguai.

Para a cônsul-geral do país vizinho, Karla Beszkidnyak, a obra também é uma oportunidade de compreender como os uruguaios são vistos e aceitos pela sociedade. Karla salientou que as 110 páginas representam a síntese de quatro anos e meio de trabalho. A secretária do Gabinete de Políticas Sociais, Maria Helena Sartori, disse que ficou feliz por essas mulheres terem sido bem acolhidas no Rio Grande do Sul. E concluiu: "somos povos tão parecidos, separados, talvez, apenas pelo idioma e por uma fronteira de amizade".

Para além da valorização feminina, Sartori disse que é preciso reduzir a violência contra mulheres, minimizar o tráfico internacional de pessoas e a exploração sexual de menores. "É necessário que o assunto seja amplamente debatido pelas autoridades do Mercosul, que seja criada uma rede de enfrentamento nas fronteiras", afirmou. Para ele, a pauta não é somente compromisso de governo, trata-se de compromisso humano.

Durante a cerimônia, foram servidas iguarias uruguaias. A chefe de cozinha, Elizabeth Rodriguez, responsável pela elaboração dos pratos, também apresentou livro de sua autoria que une receitas brasileiras e do país coirmão: Culinária Regional e Histórias de um povo. Além de sabores, o exemplar traz o sentimento da migrante latina que disse ter reconstruído conexões no solo rio-grandense.

Texto: Lucas Dalfrancis
Edição: Gonçalo Valduga/Secom