Quem passou pela Gramado Summit este ano pôde visitar a exposição das 30 startups selecionadas pelo governo do Estado, por meio do edital 02/2025, do programa Startup Lab da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict). Três delas desenvolveram uma conexão para além do evento, desde a edição anterior. A Sismu, a Algasul e a Nutrivi se uniram em um projeto de energia renovável. 

O projeto em conjunto prevê a criação da plataforma Taxii, com uma série de serviços para quem substituir os carros à gasolina pelos elétricos. O aplicativo oferecerá, por meio de sensores acoplados aos veículos, dados da qualidade do ar e do tráfego urbano. Além disso, a energia elétrica excedente dos veículos poderá ser utilizada para pagar viagens e comprar produtos pela plataforma, assim como para investimento em moeda digital. 

A Sismu, uma startup de software, trabalha na construção da plataforma; a Algasul, que produz algas para fins agrícolas, alimentares, entre outros, fornecerá os insumos para a geração de energia; e a Nutrivi atua como gestora e financiadora de parte do projeto.  Conforme Charles Olson, CEO da Taxii e sócio-investidor do Grupo Nutrivi, o encontro entre as startups na Gramado Summit de 2024 foi o que proporcionou o começo desse trabalho conjunto. “Logo após a feira, de maneira rápida e ágil, juntamos as ideias e transformamos em uma realidade, submetemos ao financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e imediatamente fomos agraciados”, revela Olson. 

Para o CEO da Algasul, Bruno Kubelka, essa foi uma oportunidade para a startup, que mantém uma relação sólida com os laboratórios da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), de expandir a atuação. “A possibilidade de colaborar com outras empresas de base tecnológica ampliou significativamente nosso horizonte de inovação”, comemora Kubelka.  

O financiamento de R$ 1.890.000,00 aprovado pela Finep e Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação será utilizado para a geração de energia com carregadores elétricos. A ideia é a instalação de pontos de recarga equipados com um sistema de algas marinhas para captação de carbono. “A alga gera eletricidade e limpa o ar, com a captura do CO², agora vamos estudar a capacidade que ela tem de atender a demanda, entenderemos melhor quantos metros cúbicos de alga precisamos para fazer o ‘trabalho’ de uma árvore”, explica o CEO da Taxii. 

De acordo com Orlson, o primeiro carregador elétrico está sendo produzido dentro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e deve estar pronto dentro de 140 dias. Além disso, o projeto já ganhou terreno da prefeitura para fazer parte do chamado “corredor verde” de Porto Alegre, com 30 pontos de abastecimento, o primeiro deles deverá ser disponibilizado nos arredores da rodoviária da capital para taxistas e população em geral dentro de seis meses, além das algas, também deve receber energia solar e de parques eólicos, com 100% de energia certificada limpa. 

As startups 

• Sismu 
  Criada com o objetivo de desenvolver softwares inovadores. Fundada em 2010 em Carazinho (RS), produzindo softwares para o mercado regional do norte do Estado e iniciou efetivamente o desenvolvimento do "Projeto Sismu" em 2012.   
• Algasul
  Localizada em Rio Grande (RS), desenvolve diversos projetos em parceria com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), refletindo seu histórico como empresa de base científica e tecnológica no setor de biotecnologia. A startup produz uma tecnologia inovadora em microalgas em busca da transformação de cadeias produtivas com soluções naturais e sustentáveis. 

• Nutrivi
  Com filiais em São Paulo e Maceió, a sede está localizada em Porto Alegre e estabelece conexões diretas entre produtores e consumidores, unido a um movimento global em prol de um futuro mais sustentável e consciente. 

_{Texto: Fábio Ritter/Ascom Sict  
Edição: Secom}