Seminário discute a imagem da mulher na mídia
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Consolidar um trabalho que combata a aniquilação da imagem da mulher pela mídia foi uma das recomendações do seminário Mulher e Mídia, realizado ontem, no auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa, em Porto Alegre. Promovido pelo Conselho Estadual da Mulher e a Secretaria do Trabalho Cidadania e Assistência Social, o encontro reuniu aproximadamente 300 mulheres, representantes de vários segmentos, da capital e do interior. O principal enfoque dos painelistas foi a falta de um Conselho Nacional, com representatividade de todos os grupos da sociedade, que regulamente os meios de comunicação e democratize a comunicação. Há um projeto de Código de Ética da TV Brasileira, aguardando aprovação ainda este ano, que seria uma das ações para qualificar a TV brasileira. Pesquisas mostram que, no Brasil, vende-se mais TVs do que geladeiras, demonstrando o poder de influência deste veículo e da mídia na vida dos cidadãos. Para o painelista e professor de comunicação Pedro Guareschi, a mídia faz uma leitura grosseira da imagem feminina. O subjetivismo da publicidade reforça a dominação cultural dos grupos dominantes e os estereotipos que não correspondem à realidade. O painelista Daniel Herz, representando a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), disse que a democratização da comunicação passa pela capacitação dos cidadãos. Para isto, é necessário criar cursos e seminários que qualifiquem as pessoas para discutir as linguagens específicas da mídia. Países como França, Inglaterra e Alemanha já possuem grupos com debates permanentes sobre a mídia. A mulher brasileira muito contribuiu para mudar a cara do país, e mais uma vez é convocada a se organizar, desconstruindo a imagem da mulher-objeto e mudando mentalidades, ressaltou Herz.