As instituições ligadas à Secretaria da Cultura (Sedac) dedicam às mulheres um calendário com atividades que começam a ser apresentadas na primeira semana de março. No Dia Internacional da Mulher (8), a Casa de Cultura Mario Quintana (Sala Carlos Carvalho) lança, às 20h, o espetáculo "Milhões Contra Um".

A Cinemateca Paulo Amorim, que funciona na Casa de Cultura, vai exibir um ciclo sobre mulheres artistas, reunindo filmes que refletem o papel da mulher no universo da arte. São produções estreladas por grandes atrizes do cinema internacional e reconhecidas por prêmios em festivais e também com o Oscar – de 7 a 13 de março, sempre às 19h.

O Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS) apresentará a intervenção urbana "Visíveis: Mulheres Contemporâneas". Ao anoitecer do dia 8, serão projetadas do Jardim Lutzenberger da Casa de Cultura Mario Quintana, na fachada cega do edifício ao lado ? transformada em grande tela ?, obras de cinco artistas gaúchas. O público acompanhará ao ar livre uma seleção de videoarte, séries fotográficas e registros de performance. 

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) vai discutir o feminismo negro. Também no dia 8, o núcleo educativo do museu promove o encontro “Mulheres artistas, questões atuais”, propondo uma reflexão a partir de intersecções como raça, orientação sexual e identidade de gênero. No cerne do debate estarão questões referentes à abordagem da imagem da mulher negra pela arte, cultura e comunicação. 

O Instituto Estadual do Livro (IEL) levará sua programação ao Presídio Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre, no Dia Internacional da Mulher, por meio do acervo itinerante do Tudo a Ler – programa de mediação de leitura do instituto. As estantes móveis, que podem ser facilmente deslocadas entre diferentes ambientes, terão em seu interior cerca de cem livros, escolhidos a partir do acervo disponível no IEL e de doações feitas por entidades apoiadoras.

O Teatro de Arena, reconhecido espaço de resistência, preparou uma programação dedicada ao protagonismo feminino. A programação de 2019, integralmente formada por mulheres, reúne diretoras, atrizes, dramaturgas, dançarinas, musicistas e outras profissionais da economia criativa. De 7 a 10 de março, poesia, workshops e espetáculos musicais e de dança serão oferecidos. No dia 10, às 20h, destaque para “A mulher negra na poesia: poetas do Sopapo Poético” – um encontro das poetisas, da dança afro e seu artesanato, com o tema mulher e cultura negra.

No Memorial do RS, exposições, vídeos, documentários e debates serão vitrine para o projeto “Ocupação Feminista: o tempo não para – memória dos movimentos feministas do Rio Grande do Sul”. De 9 a 23 de março será apresentado um panorama do Movimento Feminista, desde suas origens recentes, no período da redemocratização do Brasil, aos dias de hoje. A programação também permitirá refletir sobre as origens do movimento, suas conquistas em termos de políticas públicas e legislação e a situação atual do movimento das mulheres.

Na Biblioteca Pública do Estado, a programação do projeto Chapéu Acústico, realizado desde 2016, com performances de grandes nomes do cenário musical gaúcho, entre instrumentistas de formação jazzística e cantores, será toda dedicada a elas. Ao som de MPB e black music nacional e internacional, um time formado por mulheres vai embalar o Salão Mourisco nos dias 12, 19 e 26 de março, às 19h, como de praxe sem a cobrança de ingresso, usando o chapéu como forma de arrecadação, a exemplo das performances de rua.

No Museu Julio de Castilhos haverá a exposição “Memórias do Feminino”. A abertura será no dia 16 de abril. A narrativa do feminino será apresentada por meio do tempo pelo viés dos infinitos silenciamentos. A exposição destaca as mulheres em transições por dois séculos – 19 e 20, a partir do acervo do museu.

Interior

A programação especial também contempla o interior. No Museu Farroupilha, em Piratini, durante todo o mês de março, inclusive aos sábados e domingos, será possível visitar a exposição “A saga das Mulheres Farroupilhas”, que reúne biografias, cartas e objetos usados pelas mulheres durante a epopeia dos farrapos. A palestra “A importância da Mulher para a Revolução Farroupilha”, da diretora do museu Francieli Domingues, voltada para alunos do ensino médio do município, será outra atração. 

Texto: Rafael Varela/Sedac
Edição: André Malinoski/Secom