Secretaria da Cultura inicia trabalhos da comissão oficial dos 400 anos das Missões
Entidades participantes apresentaram demandas na primeira reunião do grupo que vai organizar comemorações do quadricentenário
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A Secretaria da Cultura (Sedac) promoveu, na terça-feira (8/7), a primeira reunião da comissão oficial responsável por organizar as comemorações dos 400 anos das Missões Jesuíticas Guaranis. O encontro, realizado de forma remota, contou com a participação de representantes das 45 entidades integrantes do grupo. Na oportunidade, foram apresentadas demandas à secretaria, que coordena as celebrações do quadricentenário.
O titular da pasta, Eduardo Loureiro, destacou durante a audiência que “o objetivo é iniciar esse trabalho de forma integrada, ouvindo todas as vozes e construindo coletivamente as próximas etapas. Estamos abertos a contribuições e sugestões que nos ajudem a qualificar ainda mais as atividades relacionadas às celebrações dos 400 anos das Missões”.
O encontro foi mediado pelo secretário-adjunto da Cultura, Fabiam Thomas, e contou com a participação do diretor-geral da Sedac, Jacques Barbosa, e de Marianita Ortaça, embaixadora dos 400 anos e filha de Pedro Ortaça, um dos “Troncos Missioneiros”.
Visibilidade às demandas
A criação de uma “língua jesuíta” foi sugerida pelo irmão Celso Schneider, um dos embaixadores dos 400 anos. O religioso também defendeu o uso da denominação “padres jesuítas”, expressão que, segundo ele, abarcaria padres e irmãos.
Mais visibilidade aos povos indígenas Guaranis e espaço para contribuição no calendário de atividades foi o pedido de Eloir Nhe´Engattu, que faz parte da etnia.
Demandas como essas estão sendo captadas em um formulário que a Sedac disponibilizou nesta terça aos integrantes da Comissão. O objetivo da secretaria é transformar as sugestões em ações concretas para as celebrações.
Celebração expande homenagens
O professor Tiago Janner, representante da Prefeitura de Agudo, lembrou da realização, no fim de junho, do 1º Fórum Missioneiro Internacional Raízes Missioneiras da Quarta Colônia, no município, e disse que “a população está abraçando a causa e demonstrando interesse em conhecer cada vez mais sobre as Missões”. Ressaltou ainda que, em breve, Agudo deve contar com uma cruz missioneira, já que o município está relacionado ao primeiro ciclo das Missões Jesuíticas, iniciado em 1626.
União de esforços em prol da data
Representando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o superintendente do órgão no Rio Grande do Sul, Rafael Passos, enfatizou a importância da gestão compartilhada do patrimônio cultural.
Já o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT) colocou à disposição a bancada de seu partido e sugeriu que seja realizado um debate pluripartidário. “É o Estado do Rio Grande do Sul que está comemorando os 400 anos das Missões, e não apenas uma região”, afirmou. O secretário Loureiro acatou a sugestão e abordou os desafios de buscar recursos e financiamentos, via governo federal, para a realização de projetos considerados prioritários: “seria fundamental levar essa pauta ao Palácio do Planalto, por meio do Ministério da Cultura ou do Turismo, no sentido de somar esforços para viabilizar esses pleitos.”
Sobre a Comissão
A Comissão Oficial teve seus integrantes designados pelas portarias 77/2025 e 90/2025, da Sedac. A nominata completa está disponível na página dos 400 anos das Missões.
O grupo é composto por representantes da sociedade civil, prefeituras, universidades e instituições de ensino, além da Associação dos Municípios das Missões (AMM/Funmissões), do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Missões, da Arquidiocese de Santa Maria e do Conselho Estadual dos Povos Indígenas.
Texto: Rafael Varela/Ascom Sedac
Edição: Anderson Machado/Secom