Saúde debate a violência contra o idoso e a prevenção
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A Secretaria Estadual da Saúde realizou na manhã desta quinta-feira (18), no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari, o seminário Prevenção da Violência contra o Idoso. O evento, coodenado pela Seção Saúde do Idoso e o programa estruturante Projeto de Prevenção da Violência, examinou e debateu tanto as múltiplas formas de maus-tratos cometidos contra idosos como a necessidade de serem tomadas atitudes, inclusive dos órgãos oficiais, para amenizar o problema.
Coordenadora da Saúde do Idoso, da Secretaria, Íride Cristófoli Caberlon, abordou a necessidade de um trabalho conjunto de vários setores do governo para detectar, monitorar e apontar caminhos de enfrentamento da questão. Já a coordenadora do programa Estratégia Saúde da Família, também da Secretaria, Jussara Vendrúsculo, destacou que as pessoas em idade avançada devem ser tratadas como idosos e não como velhos. Idoso é aquele que ainda sonha, enquanto o velho é aquele que só dorme, afirmou ela.
A chefe do Núcleo de Vigilância das Doenças e Agravos Não-Transmissíveis, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, vinculado à Secretaria, Tânia Santos, falou do acompanhamento que é feito em 33 hospitais de 15 municípios sobre casos de violência contra pessoas de todas as idades. Tânia relatou que as mulheres idosas são, inclusive, vítimas de ataque sexual em âmbito doméstico. A professora Patrícia Grossi, da Faculdade de Serviço Social da PUC, mostrou como é abrangente o conceito de violência contra pessoas de idade.
Violência não é apenas a agressão física propriamente dita, mas é também excluir o idoso das decisões de família, dar preferência a uma criança quando ambos exigirem atenção, infantilizar aquele indivíduo, tratando-o com diminutivos como velhinho ou vovozinho, explorá-lo patrimonialmente, considerá-lo inválido por ter uma doença crônica, institucionalizá-lo em casas sem condições, submetê-lo a padrões de maus-tratos estabelecidos, não fortalecer os vínculos dele com sua família e muitas outras situações, enfatizou Patrícia.
A professora também analisou aos cuidadores de idosos: Muitas vezes ele é uma pessoa estressada, sofrendo de insônia, fadiga, sobrecarga. Muitas vezes, é também uma pessoa idosa, pode ser um paciente com Alzheimer, o que agrava o problema. Daí para a negligência passiva, por exemplo, não fornecendo um copo de água na hora em que é solicitado, é um passo. Cria-se também um quadro de auto-negligência do idoso, que passa a não tomar remédios, na esperança de que essa atitude abrevie seu sofrimento e vida. Por isso tudo, temos que estar atentos a esses sinais de violência. Os povos que não cuidam de seus idosos não têm direito à história.