Saúde alerta que prevenção é o melhor remédio contra câncer de colo de útero
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O câncer do colo do útero constitui um problema de saúde pública no Brasil, devido a sua alta incidência e mortalidade – no Rio Grande do Sul, é a quarta causa de mortalidade por câncer em mulheres. No ano passado, o Estado registrou 326 óbitos em mulheres por câncer do colo do útero; dessas, 50 tinham menos de 40 anos e 42 morreram com idade entre 30 e 39 anos. Em todo o país, o câncer uterino é apontado como a terceira causa de neoplasia maligna mais comum entre mulheres, sendo superado apenas pelo câncer de pele e de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), as estimativas de incidência da doença no país, para 2006, apontam a ocorrência de 19.260 novos casos. De acordo com a médica ginecologista da Secretaria da Saúde Ivete Teixeira Canti, na maioria das vezes a doença apresenta evolução lenta. Trata-se de uma doença evitável, com métodos baratos e eficazes de prevenção, assegura. O câncer de colo do útero possui diversos fatores de risco: sociais (baixa condição sócio-econômica), hábitos de vida (má higiene e uso prolongado de contraceptivos orais), muitos parceiros sexuais, atividade sexual antes dos 18 anos, gravidez na adolescência, tabagismo e infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) e o Herpesvírus Tipo II (HSV). A prevenção, explica a médica, pode ser feita pelo uso de preservativos durante a relação sexual, uma vez que a prática do sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV, vírus que tem papel importante no desenvolvimento dessa enfermidade. Ivete assegura, contudo, que é fundamental o exame preventivo, o teste de papa-nicolau. Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se todos os anos ao exame preventivo periódico, especialmente se estiver dos 25 aos 59 anos de idade, ressalta. O Sistema Único de Saúde oferece o exame preventivo do câncer do colo do útero em postos de saúde de todo o Estado. Essa enfermidade, em fase inicial, não apresenta sintomas. Tanto a lesão precursora, quanto o câncer do colo do útero, têm cura se tratados no princípio, ressalta a ginecologista. O exame do colo do útero consiste na coleta de material citológico, ou seja, na retirada de uma amostra de secreções da parte externa e outra da parte interna para análise. Mulheres grávidas também podem fazer o exame, diz Ivete. Para que haja eficácia nos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame. O mesmo não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado. O resultado do exame deve ser mostrado ao ginecologista ou ao médico de família treinado, para que as devidas providências sejam tomadas.