Rigotto e Tigre debatem cenário político e econômico
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O governador Germano Rigotto recebeu hoje pela manhã (9) o novo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, em sua primeira visita oficial depois de sua posse. Tigre entregou ao governador o mesmo documento que os empresários entregaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que propõe uma agenda mínima de votações. Durante o encontro também foram debatidos temas relativos às conjunturas econômicas e políticas nacional e estadual. Um dos destaques da conversa entre Tigre e Rigotto foi a plataforma P53, instalada pela Petrobras em Rio Grande e sua importância para as indústrias gaúchas, que vão fornecer os insumos para a plataforma, que será 60% produzida e integralmente montada em Rio Grande. Rigotto e Tigre também conversaram sobre as dificuldades enfrentadas pela economia gaúcha com a estiagem e o câmbio. Nós já começamos a reverter os prejuízos que a economia gaúcha sofreu. E vamos fazer uma parceria com a federação das indústrias para superar essas dificuldades, declarou o governador. Para seguir estudando alternativas para a economia, Rigotto anunciou que irá até a sede da Fiergs nos próximos dias para um reunião de trabalho com os empresários. Vamos seguir trabalhando para aumentar a geração de emprego e renda e para atrair novos investimentos, anunciou o governador. Lei Kandir Durante o encontro, Rigotto reforçou a necessidade de alteração nos critérios da Lei Kandir, que devem definir as novas fórmulas de ressarcimento da desoneração das exportações. Segundo ele, o Rio Grande do Sul é um dos Estados que mais sofrem com esse processo, uma vez que tem uma balança comercial altamente superavitária, com vendas externas maiores do que as importações. Ressaltei ao presidente Paulo Tigre que é preciso avançar na reforma tributária, que vai incluir a discussão sobre a Lei Kandir, para termos melhores condições de honrar compromissos com as empresas exportadoras, disse. O governador destacou que o Rio Grande do Sul continua sendo o Estado que mais paga créditos tributários no país. Com a flexibilização do decreto que trata do tema, conseguimos atender a praticamente todos os setores que reivindicavam ampliação dos pagamentos, além do que, o Compet tem estudado as situações adicionais, buscando as melhores soluções, sustentou. Paulo Tigre reiterou que as empresas exportadoras, principalmente as maiores, estavam sofrendo com a falta de repasses da Lei Kandir e ressaltou o diálogo com o Governo do Estado: Há uma negociação contínua para tentar equacionar o problema, declarou o empresário. Em relação à crise política, Rigotto afirmou que o trabalho do Ministério Público, da imprensa e da Polícia Federal não permitirá que haja, nem acordinho, nem acordão, entre os partidos no Congresso, e que todos os fatos devem ser investigados e apurados a fundo. Esses acordos serão desmontados pela pressão da sociedade, pela imprensa, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Por todos aqueles que ao lado do Congresso tem que fazer essa apuração, declarou o governador. Reforma política Rigotto apresentou ao presidente da Fiergs sua proposta de que o próximo Congresso, eleito em 2006, seja eleito com a função de, no primeiro ano de mandato, em 2007, funcionar unicameralmente, com Câmara e Senado juntos, com votações que exijam maioria absoluta e não três quintos dos votos. E assim possa alterar a Constituição nas questões que envolvem reforma tributária, pacto federativo, reforma da Previdência e reforma política. Não tenho dúvidas de que teríamos um Congresso renovado, que poderia avançar nas reformas que o Brasil precisa, resumiu o governador. Paulo Tigre afirmou que o encontro com Rigotto tinha por objetivo ampliar o diálogo entre a federação e o Governo do Estado e a apresentação ao governador da agenda mínima proposta pelos empresários. Temos que unir as forças para que essa agenda mínima ande no Legislativo, no Judiciário e no Executivo e que a crise política não prejudique a economia. Um país como o nosso, que tem que crescer no mínimo o dobro do que nós vamos crescer nesse ano, não pode ficar esperando só CPIs. Nós temos que fazer as coisas andarem, declarou o presidente da Fiergs.