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Reunião discute concessão da malha ferroviária da região Sul

Encontro em Florianópolis contou com a presença dos governadores do RS, Eduardo Leite, e de SC, Jorginho Mello

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A imagem mostra um homem, identificado como o governador Eduardo Leite, de pé, apontando para uma grande tela de apresentação. Ele veste uma camisa azul clara, um blazer escuro e calças cáqui. A tela exibe um mapa com "Proposta das variantes ferroviárias" no topo. O mapa é estilizado com diferentes tons de marrom, laranja e vermelho, indicando áreas ou rotas, e algumas linhas verdes e roxas representando as variantes ferroviárias. Há texto e legendas na tela, incluindo detalhes sobre as variantes e "CAPEX". Ao fundo, à esquerda, há um ambiente interno com quadros emoldurados na parede e um bule de chá sobre um móvel.
Governador Eduardo Leite participou de reunião para discutir a situação da malha ferroviária da região Sul - Foto: Mauricio Tonetto/Secom

A necessidade de um novo modelo de concessão para a malha ferroviária da região Sul do Brasil foi o foco de uma reunião técnica realizada nesta terça-feira (8/7), em Florianópolis, com a presença dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Santa Catarina, Jorginho Mello. O encontro também reuniu secretários estaduais, técnicos da área de logística e representantes do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

Na audiência, foi debatido o futuro da concessão operada pela empresa Rumo, que controla 7,2 mil quilômetros de trilhos em quatro Estados. No caso do Rio Grande do Sul, a situação é crítica. Dos 3.823 quilômetros originalmente concedidos, apenas 921 estão operacionais após os danos causados pelas enchentes de 2024. A empresa já manifestou interesse em devolver parte da malha ferroviária gaúcha à União, mantendo apenas o trecho entre Rio Grande e Cruz Alta, considerado o mais rentável.

A proposta de antecipação da renovação da concessão por mais 30 anos, apresentada pela concessionária ao governo federal, é tratada com preocupação pelas equipes estaduais. Há o temor de que os valores da devolução onerosa, estimados em até R$ 2,8 bilhões, não sejam reinvestidos na região Sul, mas destinados a outros ativos da empresa em diferentes regiões do país.

Para o governador Eduardo Leite, é essencial garantir que a região Sul tenha protagonismo na definição do novo modelo. Segundo ele, não se trata apenas de defender um modal logístico, mas de impedir a desarticulação de uma infraestrutura estratégica para o desenvolvimento regional.

“A malha ferroviária gaúcha perdeu metade da sua movimentação nos últimos anos e está operando com baixa velocidade, alto custo e pouca integração. Não aceitaremos que essa concessão seja prorrogada sem compromissos concretos de investimento e planejamento. Os recursos da devolução precisam ser aplicados aqui, onde o prejuízo é real e onde há potencial de crescimento”, afirmou o governador.

A imagem mostra um grupo de homens, a maioria de terno, sentados em volta de uma grande mesa de reunião oval branca. No centro da mesa, sorrindo e olhando para a frente, está o governador Eduardo Leite. Ao lado dele, à direita, está o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e à esquerda, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello. Os participantes estão sentados com documentos, copos e celulares à sua frente. Ao fundo, a sala possui uma decoração clássica com janelas arqueadas e gradeadas, e um grande quadro pendurado na parede central. Há outras pessoas, em pé, observando a reunião.
Agenda, com representantes dos estados do Sul, abordou a criação de um fundo específico e uma nova modelagem de concessão - Foto: Mauricio Tonetto/Secom

Entre os encaminhamentos do encontro, foi discutida a criação de um grupo técnico conjunto entre os Estados da região Sul para acompanhar a modelagem da concessão e dialogar com o governo federal. Também foi proposta a constituição de um fundo específico para aplicação regional dos recursos provenientes da devolução dos trechos inativos.

A reunião ocorre em um momento decisivo. O contrato atual da Malha Sul expira em 2027. Os estudos conduzidos pela União ainda não consideram os impactos das enchentes de 2024, o que, segundo os governos estaduais, distorce o diagnóstico real da infraestrutura e compromete a definição das prioridades.

O Rio Grande do Sul defende, além da recuperação dos trechos danificados, a modernização da estrutura existente, a retomada de conexões interestaduais e a construção de variantes estratégicas. O objetivo é restabelecer a relevância do modal ferroviário para o transporte de cargas e reduzir o custo logístico para os produtores e indústrias do Estado.

Texto: Juliano Rodrigues/Secom
Edição: Camila Cargnelutti/Secom

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