Relevância da agricultura ecológica é ressaltada na abertura de evento
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Mais de três mil pessoas participaram nesta terça-feira (18), da abertura do I Congresso Brasileiro de Agroecologia, IV Seminário Internacional sobre Agroecologia e V Seminário Estadual sobre Agroecologia, que acontece até sexta-feira (21), no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. O evento é uma realização do Governo do Estado, através da Emater/RS, e da Embrapa, em parceria com outras 25 entidades. A abertura oficial reuniu diversas autoridades, como o secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, representando o governador Germano Rigotto, o diretor-presidente da Embrapa, Clayton Campanhola, e o presidente da Emater/RS, Caio Tibério da Rocha. De acordo com o presidente da Emater/RS, o evento se congrega num espaço para todos que produzem alimentos com qualidade, ajustados ao padrão produtivo. Este é um espaço para aqueles que têm a nobre missão de renovar conhecimentos com o desafio de repassá-los para mais produtores e técnicos. E, como técnicos, como executores de políticas públicas, nossa missão é oferecer alternativas aos nossos assistidos, repassando para milhares de agricultores o que aprendermos. Porque são eles os maiores responsáveis pelo fornecimento de alimento ao mundo. E o mundo precisa de alimentos em quantidade e com qualidade, destacou Caio Rocha. Segundo o presidente da Emater/RS, um mapa positivo se desenha no Estado. Entre os fruticultores assistidos pela Emater/RS, 60% já adotam práticas agroecológicas, um número que corresponde a 30% da área assistida em pomares. Neste processo de transição, também se inserem os produtores que cultivam arroz, feijão, milho, soja e trigo, onde 19% deles encontram-se em processo de transição. Outro dado importante envolve os produtores de alho, batata, cebola e tomate, onde 34% já adotam várias práticas agroecológicas, um número que equivale a 16% da área onde a Emater/RS presta atendimento, revelou. O diretor-presidente da Embrapa, Clayton Campanhola, destacou a importância da agricultura ecológica no Brasil. Segundo ele, o consumo de alimentos tem crescido 25% ao ano, representando um mercado de US$ 30 milhões. A Agroecologia, além de ser uma ciência, é um processo de gestão de todo o estabelecimento rural. Resgata o conhecimento dos agricultores, preserva o meio ambiente e é própria da agricultura familiar, pois diversifica a produção e gera mais mão-de-obra, contribuindo para a distribuição de renda no meio rural, ressaltou Campanhola. Para o deputado estadual e vice-presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, Elvino Bohn Gass, é preciso desenvolver a consciência agroecológica de quem produz e de quem consome. Tenho a certeza de que o Congresso vai quebrar certos mitos sobre a agricultura ecológica, como o que o consumo é elitizado, salientou o deputado. Já para o secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, é fundamental que o produtor se preocupe não só com o aumento da produtividade ou rentabilidade, mas também com quem consome. Temos que pensar na rentabilidade do produtor e na sua produtividade, mas com olhos também para o meio ambiente e para os consumidores, objetivando um desenvolvimento efetivamente sustentável, destacou Klein. Ele também anunciou a realização da próxima edição do evento, de 22 a 26 de novembro de 2004.