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Protagonismo estudantil nos debates sobre o clima marca o primeiro dia da Mini COP RS

Evento reúne jovens líderes, professores, gestores, autoridades e especialistas para debater mudanças climáticas

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A foto mostra um evento sendo realizado em um auditório. No palco, à esquerda, dois jovens estudantes, um homem e uma mulher, ambos vestindo camisetas verdes, estão de pé ao lado de um púlpito de madeira claro. O homem está falando ao microfone. No centro do palco, duas pessoas sentam em poltronas brancas, uma mulher de óculos e um homem de blazer escuro, ambos olhando para frente. Mais à direita, outra mulher de pé, vestindo preto, segura um microfone e interage com o público ou com alguém fora do quadro. No fundo, um grande telão projeta um slide verde com a escrita "JUVENTUDES PELO CLIMA MINI COP RS 2025" e "ESCOLAS RESILIENTES", junto a logos do "GOVERNO DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL" e "SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO". À direita do palco, um banner verde com a mesma temática está visível. As primeiras filas do auditório estão cheias de estudantes, visíveis da parte de trás da cabeça, sentados em cadeiras de madeira. A iluminação é focada no palco.
Evento destacou o papel da juventude na construção da próxima Conferência do Clima, a COP 30, que será realizada em Belém - Foto: Ascom Seduc

Com entusiasmo, engajamento e o olhar atento para os desafios do presente e do futuro, estudantes da rede estadual do Rio Grande do Sul deram início, na quinta-feira (10/7), à Mini COP RS – Juventudes pelo Clima. O evento ocorre no campus da Unisinos, em São Leopoldo, e reúne jovens líderes, professores, gestores e especialistas com o objetivo de debater a crise climática, propor soluções e fortalecer o papel da educação na construção de um futuro mais sustentável e justo.

A cerimônia de abertura foi conduzida pelos estudantes Maria Eduarda Barbosa e Alan Medina. Estiveram presentes a secretária da Educação, Raquel Teixeira, o secretário-adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marcelo Camardelli, e a representante do Instituto Alana, Laís Fleury.

Educação na transformação social

Durante a abertura da Mini COP RS, a secretária da Educação, Raquel Teixeira, destacou a importância da participação estudantil nos debates climáticos e ressaltou o papel da educação como ferramenta de transformação social. “A escola não é só para aprender matérias, é um espaço de resiliência, convivência e multiplicação de saberes. Vocês, estudantes, são a geração que vai viver os desafios climáticos, e por isso precisamos formar uma cultura de resiliência, adaptação e mitigação. A tecnologia, incluindo a inteligência artificial, deve ser usada a nosso favor, mas precisamos fortalecer a mente para pensar criticamente e criativamente, porque quem sabe usar essas ferramentas vai se destacar”, afirmou a secretária.

O secretário adjunto de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marcelo Camardelli, ressaltou que o governo do Rio Grande do Sul está se preparando para apoiar os municípios na adaptação às mudanças climáticas, contando com o protagonismo e a energia da juventude para enfrentar esses desafios. “Estamos nos preparando para essa mudança climática e como nós, o governo do estado do Rio Grande Sul, podemos apoiar esses municípios na adaptação, seja através de um apoio técnico, seja na busca de financiamento, pensando em como nós podemos dar as mãos e fazer essa mudança. E a juventude é presente e é futuro e tem toda uma energia que nós precisamos para vencer esses grandes desafios", pontuou.

A foto mostra a secretária da Educação, Raquel Teixeira, uma mulher de pele clara e cabelo curto castanho com mechas loiras, falando ao microfone em um evento interno. Ela veste uma jaqueta preta de textura felpuda e usa um colar longo de contas verdes e douradas. Seus anéis dourados são visíveis nas mãos. Ela está olhando ligeiramente para a esquerda enquanto fala. Atrás dela, um banner verde com a inscrição "JUVENTUDES PELO CLIMA MINI COP RS 2025" e um logotipo de um globo terrestre estilizado é visível.
Secretária da Educação, Raquel Teixeira, destacou a importância da participação estudantil nos debates climáticos - Foto: Ascom Seduc

Educação inclusiva

Representando o Instituto Alana, Laís Fleury destacou que a participação de crianças e adolescentes nas decisões sobre a crise climática é uma estratégia essencial para uma educação democrática e transformadora. “A gente entende que a questão da participação é um direito e uma estratégia vital para uma educação democrática, inclusiva, integral, anticapacitista, antirracista. E a gente entende que é também uma forma de desenvolvimento dos alunos, como seres humanos críticos, e que possam participar da vida cotidiana de forma mais respeitosa e inclusiva", disse.

Lideranças Climáticas

Ainda na parte da manhã, os oito estudantes selecionados como Lideranças Climáticas – representando diferentes polos da Rede Estadual e incluindo jovens indígenas e quilombolas – apresentaram os territórios de cada polo e os respectivos dossiês climáticos preparados para o evento. Os documentos serviram de base para as discussões temáticas ao longo do dia.

Encerrando a programação da manhã, a palestra com Raquel Ribeiro, especialista em justiça climática e ativista ambiental, reforçou o papel central da juventude na construção da próxima Conferência do Clima, a COP 30, que será realizada em Belém, no Pará. “Diferente das últimas edições da COP, realizadas em países autoritários onde a população não consegue participar, a COP 30 será feita de forma democrática, com protagonismo dos jovens e metodologias que garantem escuta e participação real. Estamos construindo um processo coletivo para que as juventudes do Brasil apresentem suas propostas diretamente ao presidente da República e às lideranças internacionais”, afirmou.

Justiça climática

Durante a tarde, os estudantes foram divididos em duas sessões temáticas, que envolveram painéis de apresentação e oficinas. As sessões foram conduzidas por lideranças do Conselho de Participação Estudantil (CPE), e foram divididas em dois grandes temas: “Justiça Climática” e “Escolas e Cidades Resilientes”.

O painel “Justiça Climática” foi conduzido pela líder estadual quilombola Maria Isabelly D’Agostini da Silva, e contou com a participação da ativista do Movimento Negro UNEGRO, Itanajara Almeida, e da diretora do Perifalab, Raquel Ribeiro.

As painelistas buscaram aprofundar a compreensão dos jovens sobre justiça climática a partir de uma perspectiva interseccional, considerando o impacto da desigualdade social na crise climática. No painel, foram debatidas questões relacionadas aos povos indígenas, quilombolas, comunidades periféricas e populações do campo, pensando a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes de maio de 2024 a partir da perspectiva desses grupos.

"Precisamos entender que as comunidades e populações historicamente mais afetadas são as que têm menos capacidade de resiliência. Isso acontece porque nem todo mundo tem os mesmos recursos e as mesmas oportunidades para enfrentar os desastres climáticos. Vocês sabem localizar muito bem essa desigualdade que aparece na forma como cada um enfrenta eventos climáticos extremos" afirma a diretora do Perifalab.

A foto mostra um grupo de pessoas sentadas em círculo em uma sala de aula ou conferência com piso de madeira e paredes brancas. À esquerda, uma grande janela vertical revela árvores do lado de fora, enquanto à direita, outra janela menor mostra um exterior embaçado. Ao centro do círculo, há uma pequena mesa redonda com alguns materiais. A maioria das pessoas veste roupas casuais, e alguns indivíduos nas fileiras de trás usam camisetas verdes, indicando que podem ser estudantes. A iluminação é clara, vinda do teto.
Painéis sobre justiça climática e resiliência marcaram a programação da Mini COP RS - Foto: Ascom Seduc

Tribunal do clima

Durante o painel, os estudantes receberam conhecimentos prévios sobre Justiça Climática e, posteriormente, se organizaram em um "Tribunal do Clima", onde fizeram um exercício de julgamento com um caso ficcional. Na oportunidade, os estudantes colocaram em prática os conceitos previamente trabalhados.

Já o foco da sessão “Escolas e Cidades Resilientes” foi debater caminhos para transformar espaços escolares e urbanos em polos de resiliência climática e cuidado. O painel foi conduzido pela estudante Cassandra Costa Neves, líder do polo 6, pela representante da UNESCO Patrícia Mie Matsuo, pela representante da ALANA, Laís Fleury e pela secretária adjunta da educação Stefanie Eskereski.

Emergências e resiliência

As discussões do painel abordaram o tema da educação para emergências, pensando questões de infraestrutura escolar adaptada, protocolos de segurança, redes de apoio comunitário e soluções para transporte e moradia segura.

“As escolas precisam assegurar a trajetória de aprendizagem dos estudantes, mesmo diante de eventos climáticos extremos. Nós precisamos garantir os direitos dos estudantes. Por isso, sempre que vocês ouvirem falar em escola resiliente, estamos falando de uma estrutura educacional, de uma estrutura física, mas também de uma estrutura de professores, de funcionários, de equipe diretiva e também de uma comunidade escolar que nós queremos que seja cada vez mais resiliente. Essa trajetória de aprendizagem passa por um acolhimento. A gente precisa garantir esse vínculo dos estudantes com a escola, estar próximos aos estudantes, ainda que as condições sejam adversas. Porém, não dá pra gente imaginar que o diretor da escola, o professor, vai ter condições de dar essa estrutura de resiliência sozinho. A secretaria precisa construir políticas que possibilitem isso. E é o que estamos fazendo em termos de infraestrutura, termos de currículo, termos de preparação e currículo adaptado” afirma secretária Stefanie.

Por fim, os estudantes participaram de uma uma oficina intitulada “Simulando Escolas e Cidades Resilientes”. A oficina consistiu em uma atividade de elaboração de planos de ação climática escolar, com foco em prevenção, educação e cuidado coletivo, visando tornar a escola um espaço mais seguro, sustentável e conectado com os desafios do clima.

A foto mostra um grupo diversificado de nove pessoas, composto por jovens e adultos, posando lado a lado em frente a um telão com o logotipo verde "JUVENTUDES PELO CLIMA MINI COP RS 2025" e um globo terrestre estilizado.No centro da imagem, a secretária Raquel Teixeira, uma mulher de pele clara e cabelo curto castanho com mechas loiras, veste uma jaqueta preta de couro sobre uma blusa escura e calças pretas. Ela sorri levemente e está ao lado de um homem mais velho, com cabelos grisalhos e óculos, vestindo uma jaqueta preta. À direita da secretária, há duas mulheres jovens. A primeira usa um suéter branco e calças escuras, com um cachecol branco no pescoço. A segunda veste um suéter verde e jeans. Ao lado dela, uma jovem de camisa verde e calças de couro. À esquerda da secretária, estão quatro jovens, três homens e uma mulher. O primeiro, à esquerda, veste um moletom cinza e óculos. Ao seu lado, um jovem de moletom azul escuro e o logotipo do "GOVERNO DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL" na frente. Em seguida, uma mulher de blusa clara e jeans e outra mulher de blusa clara e calça marrom. Todos estão sorrindo ou com expressões neutras. A iluminação é clara e uniforme.
Encontro mobiliza estudantes da Rede Estadual para propor soluções para um futuro mais sustentável - Foto: Ascom Seduc

Texto: Mariana Gomes e Flávia Azolin/Ascom Seduc
Edição: Anderson Machado/Secom

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