Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Projetos selecionados em chamada pública receberão R$ 11 milhões para fortalecer resiliência climática no RS

Iniciativa inédita apoia propostas inovadoras que fortalecem municípios gaúchos afetados por eventos extremos

Publicação:

Imagem de um evento profissional realizado em ambiente interno. O local possui paredes revestidas de madeira e estantes com livros e objetos decorativos. No palco, há cinco pessoas sentadas, enquanto uma pessoa está de pé, falando ao microfone. A plateia está disposta em fileiras de cadeiras, voltada para o palco, acompanhando atentamente a apresentação. O espaço tem design moderno, com iluminação de teto e atmosfera organizada, sugerindo uma atividade como seminário, painel de discussão ou workshop.
Governo do Estado apoia ações inovadoras com foco em adaptação às mudanças climáticas - Foto: Divulgação BRDE

As instituições parceiras da chamada Teia de Soluções - Resiliência Climática para o Rio Grande do Sul divulgaram, nesta segunda-feira (6/10), os 15 projetos selecionados com o objetivo de fortalecer a capacidade de resposta aos impactos dos eventos climáticos em diferentes regiões do Estado. Ao todo, serão repassados mais de R$ 11 milhões para ações inovadoras e alinhadas com o conceito de Soluções Baseadas na Natureza (SBN), tendo como foco estratégico atender os municípios costeiros e as áreas impactadas pelas enchentes do ano passado. As propostas terão entre 12 e 24 meses para serem executadas.

A chamada pública é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), o Regenera RS, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (Fapergs), vinculada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), além  da Fundação Araucária, com apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti). O processo recebeu 174 propostas de diferentes setores da sociedade, contemplando ao menos os seguintes desafios: “Adaptação climática em ação: natureza como aliada” e “Ciência para a adaptação climática: desvendando o potencial da natureza.” 

Legado e reconstrução

Na definição do diretor-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, a parceria deixará um legado que vai além da própria implementação de cada projeto. “Estamos resgatando o convívio da sociedade com a natureza. Por anos, ficamos numa disputa por espaços onde todos perderam, quando a solução sempre esteve no mais simples, que é o equilíbrio”, frisou Ranolfo. O aporte dos recursos por parte do banco ao Teia de Soluções é através do Fundo Verde. “É um mecanismo que veio para reforçar nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável da região Sul e, por consequência, do planeta”, acrescentou.

Imagem de um evento realizado em ambiente interno. Em primeiro plano, uma pessoa está em pé, falando ao microfone, vestindo terno e óculos. Ao fundo, há quatro pessoas sentadas em cadeiras, voltadas para o orador. O espaço possui paredes de madeira e estantes decoradas com plantas e objetos diversos, sugerindo um ambiente moderno e acolhedor. A cena retrata um momento de apresentação ou fala pública, possivelmente parte de um painel, seminário ou cerimônia institucional.
"Parceria apoiada pelo BRDE deixará legado duradouro e vai além da execução dos projetos selecionados", comenta Ranolfo - Foto: Divulgação BRDE

“O Rio Grande do Sul vive um momento de reconstrução e também de transformação. A seleção desses projetos mostra que o Estado está preparado para apoiar soluções inovadoras, conectadas com a realidade das comunidades e com os desafios que o clima impõe. Essa iniciativa representa o esforço conjunto de diversas instituições que acreditam que é possível crescer com sustentabilidade, regenerar territórios e proteger as pessoas. Estamos unindo desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental, e isso consolida o Rio Grande do Sul como referência nacional em ações de adaptação climática”, afirmou o titular da Sedec, Ernani Polo.

A titular da Sict, Simone Stülp, reforça que o edital vem ao encontro das estratégias do governo. “Temos trabalhado, por meio do Plano Rio Grande, uma série de iniciativas e ações em prol da resiliência climática. Estamos nos tornando um Estado referência neste tema e cito aqui o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática e o Centro de Referência Internacional em Assuntos Relacionados às Mudanças Climáticas (Criec) como outros exemplos, para além deste importante edital.”

Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.

A seleção dos 15 projetos no âmbito da chamada pública Teia de Soluções evidencia que o Rio Grande do Sul tem hoje estrutura e articulação institucional para participar de iniciativas inovadoras voltadas à adaptação climática e ao desenvolvimento sustentável. A presença ativa do governo, por meio da Sedec e da Sict, demonstra que o Estado vem fortalecendo sua capacidade técnica e de governança, criando um ambiente favorável à captação de recursos e à implementação de ações baseadas na natureza. A iniciativa também reforça a atuação conjunta entre governos, instituições científicas e sociedade civil na construção de soluções eficazes para enfrentar os impactos das mudanças meteorológicas, especialmente em regiões atingidas por enchentes e eventos extremos nos últimos anos.

Cocriação

A estratégia busca, por meio da conservação e regeneração de ecossistemas, fortalecer a segurança hídrica e a resiliência costeiro-marinha, preparando o território gaúcho para os efeitos de eventos meteorológicos extremos. As iniciativas devem atuar, principalmente, em áreas fortemente impactadas por enchentes, deslizamentos de terra e outros desastres naturais que atingiram o Estado no primeiro semestre de 2024.

Conforme o gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Emerson Antônio de Oliveira, a chamada pública se caracterizou por um processo de cocriação. “Cada parceiro fez o aporte de recursos, mas igualmente disponibilizou suas equipes técnicas. Há 35 anos que a Fundação Boticário apoia projetos de conservação em todo o país”, comentou. Coube a Oliveira apresentar as soluções selecionadas pela Fundação.

Ao anunciar as cinco propostas selecionadas pelo BRDE, o diretor de Planejamento do banco, Leonardo Busatto, salientou que o Teia de Soluções é a primeira ação através do Fundo Verde no âmbito do Rio Grande do Sul, mas já com um diferencial. “Simboliza muito o que acreditamos como agente fomentador. Conseguimos reunir esforços e visões diferentes para construir projetos de impacto”, destacou Busatto.

O anúncio das soluções indicadas ocorreu no Espaço Multiuso do Instituto Caldeira, em Porto Alegre, e contou também com as participações do diretor-administrativo da Fapergs, Mauro Mastella; da gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Araucária, Fátima Padoan, e da coordenadora do Regenera RS, Manuela Fonseca.

Abaixo as 15 propostas indicadas para apoio pela Teia de Soluções: 

Soluções apoiadas pela Fundação Grupo Boticário 

  • Corredores bioclimáticos Porta de Torres: a solução criará corredores para conectar ecossistemas e ajudar na mitigação e adaptação de espécies humanas e silvestres aos efeitos do clima. Uma estratégia para a Região da Porta de Torres, junto ao Parque Itapeva, para proteger a biodiversidade e promover a resiliência climática. 

  • Tecendo Estratégias de Adaptação e Resiliência: a iniciativa apoia gestores públicos e técnicos do Rio Grande do Sul (dez municípios da Região Metropolitana) com diagnósticos, capacitações e projetos-piloto para incluir SBN no planejamento urbano. Uma rede de cooperação para fortalecer a resiliência nas cidades.

  • Renascer do Rio Grande - sementes do futuro verde: o projeto envolve a produção de mudas, restauração de áreas degradadas e capacita comunidades para prevenir enchentes e regenerar ecossistemas na Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. Uma resposta direta aos impactos climáticos com foco em reconstrução e futuro. 

Soluções apoiadas pelo BRDE 

  • SBN: ferramenta de saneamento e resiliência: a iniciativa, em Nova Santa Rita, pretende implantar um sistema piloto que trata o esgoto de forma mais sustentável, com reúso da água no próprio local. A ideia é que essa solução sirva de exemplo para outras cidades da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, mostrando como o saneamento também pode ajudar na adaptação às mudanças do clima. 

  • Resiliência em comunidade tradicional pesqueira: o projeto, liderado pela Prefeitura de Pelotas, busca reduzir os impactos das inundações na Barra de Pelotas, restaurando ecossistemas costeiros, melhorando habitações e fortalecendo a pesca artesanal, o turismo ecológico e a qualidade de vida local.

  • Água e economia circular para revitalizar: a iniciativa visa a melhoria hídrica e vai utilizar a fitorremediação para tratar efluentes em bacias hidrográficas rurais. Utiliza os princípios da economia circular para aproveitar a biomassa produzida.

  • Laboratório de resiliência urbana avançado (Lab Rua): a ideia é usar redesenho urbano e SBN para incentivar atores do Programa de Regeneração Urbana da cidade a enfrentar problemas recorrentes da região do Quarto Distrito, em Porto Alegre, como alagamentos, degradação e a vulnerabilidade social.

  • Caminhos do rio: o projeto visa implementar infraestruturas verdes nas ruas do bairro Centro, na cidade de Estrela, qualificando o espaço para enfrentar os desafios urbanos e reconectar a população com a história local e o rio que deu origem à cidade.

Soluções apoiadas pela Fapergs e Fundação Araucária 

  • Restauração ecológica para a resiliência climática: o projeto integra ciência e comunidades para elaborar um plano de restauração no Corredor Ecológico da Quarta Colônia, com base no potencial de regeneração natural e de qualidade dos ecossistemas. A proposta inclui mapear zonas prioritárias para restauração ecológica, colaborando com comunidades rurais e gestores na reconstrução da resiliência climática. 

  • Sistema de Observação e Monitoramento Ambiental da Lagoa Mirim (Soma-Mirim): sistema integrado de monitoramento ambiental que ajuda gestores públicos e comunidades ribeirinhas a acompanharem, em tempo real, a qualidade da água, do ar e do clima na Lagoa Mirim, gerando alertas e mapas. A solução ajuda na tomada de decisões mais rápidas e conscientes diante das mudanças climáticas. 

  • CLIMATE-AI-SBN: IA para enfrentamento climático: plataforma educacional que apoia escolas públicas na preparação para os efeitos da crise climática. Traz trilhas de aprendizagem, simulações e planos de ação com base na natureza, tudo alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 

  • Sistema de alerta de cheias de Jaguarão (SACH-J): sistema integrado que combina monitoramento em tempo real e barreiras móveis de contenção para prevenir cheias em Jaguarão. Auxilia gestores e a comunidade, gerando alertas automáticos e respostas rápidas, protegendo a população e reduzindo danos.

  • SBN para resiliência climática na Região Metropolitana: o projeto propõe corredores ecológicos e ações baseadas na natureza para guiar o planejamento metropolitano. Com mapas, índices e cartilhas, apoia gestores e comunidades na tomada de decisões para um futuro mais resiliente. 

Soluções apoiadas pelo Regenera RS 

  • Sementes da vida nova - raiz e resistência: a iniciativa visa apoiar comunidades periféricas de Porto Alegre no enfrentamento da crise climática, por meio da criação de hortas, jardins de chuva, compostagem e espaços públicos. 

  • Tamanduá caminhos vivos - a força da resiliência: o projeto apoia a reconstrução de uma comunidade do município de Marques de Souza, com envolvimento direto dos moradores, promove a restauração ambiental e oferece oficinas e atividades educativas, reforçando a força coletiva e a resiliência local.

Texto: Ascom BRDE
Edição: Secom

Portal do Estado do Rio Grande do Sul