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Projeto comemora seis anos de reinserção social com presos na Cadeia Pública

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Projeto comemora seis anos de reinserção social com presos na Cadeia Pública
Ação oferece práticas de reinserção social a apenados em tratamento de dependências na Cadeia Pública de Porto Alegre - Foto: Caroline Paiva/Susepe

O projeto Direito no Cárcere completou, nessa sexta-feira (18), seis anos de atividades na Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central). A iniciativa oferece práticas de inclusão e reinserção social a apenados da galeria E1 que passaram ou passam por tratamento de dependência química.

Idealizado pela jornalista e advogada Carmela Grune, a ação tem o apoio de diversos voluntários e trouxe neste aniversário palestras, música e esporte. O som ficou a cargo da banda Diretoria, que toca reggae e soul music, e o slackline foi o esporte escolhido.

O apenado J. L., representante da galeria, informou que, desde o início do ano, das 21 pessoas que participaram do projeto e ganharam liberdade, 18 não reincidiram criminalmente (o que representa aproveitamento de mais de 85%).

"Somos todos passíveis de erro. O real valor da vida está em querer fazer diferente, mudar o comportamento é mais difícil do que parar de usar drogas. Somos gratos pelo que a casa prisional, a Carmela, a equipe técnica e os voluntários fazem por nós", agradeceu o preso.

É possível mudar

O ex-detento Márcio Viana dos Santos, que hoje trabalha com tecnologia da informação e guia turístico, participa como voluntário. Ele entrou para a causa com a missão de dizer aos presos que é possível mudar. "Vocês têm que aproveitar as ferramentas que estão sendo ofertadas", aconselhou.

Assistente social e voluntária desde 2013, Raquel Zimmermann contou sobre a tragédia que vitimou o filho. Raquel se integrou à ação para procurar respostas. "Somos todos vítimas. Desafiando o senso comum, o perdão e o amor foram a forma que encontramos para superar", relatou. Hoje, ela trabalha num projeto para reduzir a criminalidade entre os jovens.

Especialista em acupuntura, a enfermeira Vera Maria Inácio da Costa trabalha medicina tradicional chinesa com os detentos. Ela participou da ação pela terceira vez.

"Atenderíamos mais pessoas se fosse possível. É gratificante para eles, resta saberem aproveitar. Nosso maior objetivo é possibilitar oportunidades", acrescentou o representante da Cadeia Pública, major André Pinheiro.

Texto: Caroline Paiva/Susepe
Edição: Gonçalo Valduga/Secom

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