Polícia Civil deverá indiciar 800 pessoas no caso de invasão da Fazenda Coqueiros
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Dentro das próximas semanas, deverá ocorrer o maior número de indiciamentos no Rio Grande do Sul de integrantes do MST — Movimento dos Trabalhadores Sem Terra . Oitocentas e vinte e cinco pessoas já estão arroladas pela Polícia Civil de Carazinho, no caso das invasões da fazenda Coqueiros do Sul, segundo o delegado local, Danilo Flores. Destas, 22 tem antecedentes criminais, sendo quatro foragidos da Justiça. Outras 15 pessoas estão em liberdade provisória e, em fu nção disso, terão seus casos encaminhados à Justiça com pedido de revogação do benefício, podendo, portanto, ser presas novamente. O inquérito sobre a fazenda Coqueiros do Sul, conforme o delegado Flores, está em sua fase final, devendo ser encaminhado à Justiça num prazo de 30 dias. Ao mesmo tempo, a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) de Carazinho está investigando a morte de uma criança no acampamento por falta de assistência médica. A primeira invasão na Fazenda Coqueiros do Sul ocorreu em 2004. De lá para cá, houve mais três invasões, sendo a última no dia 28 de fevereiro deste ano. A Polícia Civil de Carazinho, que está coordenando as investigações, arrolou todos os acontecimentos, t ratando o caso como crime continuado. Dos 825 arrolados no inquérito, 25 sequer têm registro de identidade e, por isso, ainda não foram identificados. Contribuíram para a identificação e arrolamento das pessoas, os depoimentos da Brigada Militar e material jornalístico, tanto imagens televisivas como fotografias de jornais. Os indiciados estão sendo acusados de terem praticados crimes como furtos, roubos, cárcere privado, esbulho possessório (invasão de terra), formação de quadrilha e crimes ambientais. Para encerrar o inquérito, o delegado Danilo Flores afirma que faltam apenas a inquirição de alguns PMs, a reinquirição de algumas pessoas e a identificação de outras , o que deverá ocorrer no prazo de um mês. Depois disto, o inquérito deverá ser encaminhado à Justiça. Paralelamente à investigação da Polícia Civil de Carazinho, corre o trabalho do IGP – Instituto Geral de Perícias — que está fazendo o levantamento de todos os danos, em especial, os crimes ambientais, e a investigação da DPCA sobre a morte da criança (ver matéria no site). PERÍCIA AMBIENTAL VERIFICA DANOS NA FAZENDA COQUEIROS Peritos do Núcleo de Perícias Ambientais do Departamento de Criminalística, órgão do Instituto-Geral de Perícias (IGP), realizaram na última sexta-feira (07/4) um sobrevôo na Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul (conforme foto ao lado), no norte gaúcho. A perícia irá apurar o incêndio numa área de soja, o corte de árvores nativas e exóticas e a morte de um bovino. O levantamento de danos ao meio ambiente e ao patrimônio foi feito com o Sistema de Posicionamento Global (GPS). O equipamento foi utilizado para medir a área pelo ar, através do sobrevôo com um avião da Brigada Militar, e também por terra. Estiveram no l ocal, a equipe do Núcleo de Perícias Ambientais, composta por dois peritos com formação em agronomia e biologia, e um fotógrafo criminalístico. O laudo pericial deve ser entregue à Polícia Civil em 30 dias. O Núcleo de Perícias Ambientais foi estruturado em março de 2003 e tem priorizado o atendimento das solicitações que apresentam maior impacto ambiental como: tamanho da área envolvida, localização em área de preservação permanente ou unidade de conservação, ameaça a espécies em extinção e intensidade da poluição.