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Pesquisadoras lançam obra sobre a criação de abelhas nativas sem ferrão

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Para incentivar o resgate ambiental e sugerir alternativas aos produtores rurais, pesquisadoras da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) elaboraram uma publicação sobre as abelhas sem ferrão. Nativas do continente americano, elas já eram conhecidas dos índios e usadas para produção de mel, além de desempenhar um papel importante na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas pelo desempenho na polinização de plantas. O lançamento da obra, pioneira no tema no Estado, vai ser promovido na amanhã (17.11), às 17h, na sede da fundação em Porto Alegre (Rua Gonçalves Dias, 570). O boletim técnico Abelhas sem Ferrão do Rio Grande do Sul apresenta as espécies nativas mais comuns do território gaúcho, entre elas, a mirim droriana e a guiruçu, mais comuns em localidades da serra; a jataí da terra, comum no Litoral Norte; a borá, da região de Santa Rosa; e a mirim de chão ou bieira, em parte das áreas da Campanha e do Litoral Sul. Segundo as pesquisadoras Sidia Witter, Betina Blochtein e Camila dos Santos, o nome popular de abelhas sem ferrão deve-se ao fato dos insetos possuírem ferrão atrofiado e não o usarem para defesa. Para defender suas colônias, essas abelhas constroem os ninhos em locais de difícil acesso. Algumas espécies têm estratégias ainda mais sofisticadas, como por exemplo a Patamona testacea, que faz um falso ninho e oculta o verdadeiro para enganar os inimigos naturais, e a mirim saiqui, que reveste a entrada do ninho com própolis e em situação de perigo lança porções desse líquido numa consistência pegajosa contra o intruso. Além dos detalhes sobre as espécies gaúchas, consideradas em ameaça de extinção, as biólogas relatam na publicação as técnicas de meliponicultura, como é chamada a criação racional de abelhas sem ferrão. O boletim traz dicas de instalação das caixas para abrigar os ninhos até orientações sobre como colheita, pasteurização e conservação do mel. Outro ponto abordado pelas biólogas é o papel das abelhas na polinização das culturas. De acordo com as pesquisadoras, aproximadamente 30% do alimento humano é proveniente de plantas polinizadas por abelhas. Os polinizadores nativos precisam ser protegidos e as práticas agrícolas devem incorporar formas de manejo sustentável dessas espécies, recomendam. Outras informações sobre o boletim técnico Abelhas sem Ferrão do Rio Grande do Sul podem ser obtidas pelo telefone (51) 3288. 8050 ou pelo email editoracao@fepagro.rs.gov.br.
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