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Caprina leiteira da raça espanhola Murciana estreia na Expointer

O exemplar é uma fêmea da Fazenda Mãe Oxum, de Viamão

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Pessoa com boné amarelo e preto e moletom amarelo seguro um cabrito preto em um cercado de madeira. Ao fundo, há uma parede verde de metal ondulado.
Criador Eduardo Fagundes com a cabrita Biblioteca, o primeiro exemplar da raça Murciana, que estreia na feira - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

A Expointer deste ano, que ocorre de 30 de agosto a 7 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, contará com uma Biblioteca pela primeira vez. Mas não se trata de um espaço cheio de livros e sim do nome de uma caprina leiteira da raça espanhola Murciana, que estreia na feira. A bebê de três meses, de cor preta, ainda não poderá participar de provas devido à idade, mas estará à espera de visitas. O criador Eduardo Fagundes, da Fazenda Mãe Oxum, que fica no distrito de Passo da Areia, em Viamão, afirma que é o primeiro exemplar da raça no Rio Grande do Sul.

Fagundes conta que Biblioteca, carinhosamente apelidada de Bibi, é fruto de inseminação artificial, de um sêmen importado da Espanha. “Foi criada com mamadeira, não conheceu a mãe. É extremamente dócil. Ela veio de Minas Gerais e pesa agora dez quilos. Quando adulta poderá chegar a 40 quilos, ultrapassando esse número em período de lactação”, explica.

Segundo o criador, a Murciana possui um leite equilibrado (4,5% de gordura e 3,8% de proteína), sendo mais voltado para a confecção de queijos. “Um animal adulto produz uma média de quatro litros de leite por dia”, diz Fagundes. “Mas nós aqui não trabalhamos com produção de leite, só com a comercialização dos caprinos por enquanto. Pretendemos no futuro expandir e passar a produzir leite e queijo”.

Biblioteca come uma ração balanceada com 18% de proteína, além de feno de alfafa, disponível o dia todo. “Ela e os outros caprinos vivem em sistema de semi-confinamento (soltos de dia e presos à noite). Mas um mês e meio antes de ir para a Expointer, fica 100% confinada, como os demais que vão para a feira também”, esclarece o criador. Conforme ele, os animais não ficam aglomerados, têm espaço suficiente para se locomoverem.

Fagundes acredita que o Rio Grande do Sul é um mercado com potencial para a caprinocultura. Por isso, está investindo e, até o final do ano, deve adquirir mais caprinos leiteiros, inclusive Murcianas. "Esses animais são rústicos e têm uma boa adaptabilidade ao clima do nosso Estado. Nossa perspectiva de investimento na propriedade entre estruturas, campo e aquisição de animais é de R$ 2,4 milhões até 2027. Na Expointer já vamos captar a primeira rodada de investimento”, adianta o criador.

Sobre a raça Murciana

De acordo com o médico veterinário e presidente da Associação dos Caprinocultores do Rio Grande do Sul (Caprisul), Jônatas Breunig, a raça Murciana foi criada em 1975, e os exemplares são de cor mogno ou preta. “É a raça de cabra leiteira mais importante da Espanha, com mais de 500 mil fêmeas”, destaca.

Originou-se nas áreas semiáridas do sudeste da Espanha, incluindo partes de Múrcia , Almería , Granada e Alicante . “Elas foram criadas para a produção de leite, devido à sua capacidade de continuar essa produção em regiões secas e pobres em nutrientes. E foram introduzidas em várias áreas da América Latina, bem como no norte da África”, pontua o médico veterinário.

Texto: Darlene Silveira/Ascom Seapi
Edição: Secom

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