Pescadores aprovam Projeto de Manejo Participativo da Pesca do Bagre
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O Fórum dos Pescadores do Delta do Jacuí, Lago Guaíba e Norte da Laguna dos Patos (Fórum Delta do Jacuí) realizou uma plenária para apreciação da proposta final do Projeto Manejo Participativo da Pesca do Bagre. O evento, que contou com o apoio da Emater/RS-Ascar, aconteceu na semana passada na sede da Colônia Z5, na Ilha da Pintada, em Porto Alegre. Participaram da atividade pescadores e pescadoras profissionais artesanais de oito municípios da área de abrangência do fórum: Tapes, Porto Alegre, Viamão, Guaíba, Barra do Ribeiro, Canoas, Sapucaia do Sul e Gravataí.
A plenária foi aberta pelo coordenador do fórum Delta do Jacuí, Paulo Denilto Ribeiro, pescador da praia do Paquetá, de Canoas. Na sequência, o presidente da Colônia Z5, Gilmar da Silva Coelho, fez esclarecimentos sobre os pagamentos do Seguro Defeso e, em seguida, falou da importância do plano de manejo, da necessidade da pesca do bagre e dos trâmites do processo no Conselho Gaúcho de Aquicultura e Pesca Sustentáveis (Congapes).
O gestor ambiental Diogo Camargo Pires apresentou a pesquisa “Análise da Governança de Recursos de Uso Comum: o caso dos regimes de acesso na pescaria artesanal do bagre no Rio Grande do Sul, Brasil”, que revelou que a captura do bagre representa aproximadamente 80% do volume pescado na região do Delta do Jacuí e que, se essa espécie for retirada das pescarias, a pesca artesanal torna-se inviável no território.
Na sequência, o técnico do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, Luís Paulo Vieira Ramos, apresentou o plano de manejo, que se destaca pela participação dos pescadores em todas as etapas de construção. Foram realizadas, ao todo, 29 oficinas nas comunidades de pesca Itapuã, Lami, Paquetá, Santo Amaro, São Jerônimo, Sapucaia, Varzinha, Charqueadas, Guaíba, Palmares do Sul e Tapes. Além de fornecerem subsídios para o material, as comunidades geraram informações para um acordo de pesca para o território do Fórum do Delta do Jacuí.
Nas oficinas, foram trabalhados o ciclo biológico dos peixes, equipamentos usados para a pesca e os principais conflitos, mediante a utilização de metodologias como a da “sinaleira”, para avaliação das práticas de captura e definição do que é bom (verde), o que é ruim (vermelho) ou neutro (amarelo). Através dessa metodologia participativa, foi construído o plano de manejo, que prevê as malhas de rede, o tamanho do anzol, a quantidade de apetrechos, formas de disposição e critérios para participação.
Texto: Ascom/Emater/RS-Ascar
Edição: Secom