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Mesmo com aumento da frota, RS tem 3,9 mil roubos de veículos a menos

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PORTO ALEGRE, RS, BRASIL, 10/10/2019 -   
Os indicadores de criminalidade do mês de setembro froam diovulgados mpelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, na abertura da reunião da Gestã
Indicadores de criminalidade de setembro foram apresentados durante reunião de Geseg no Palácio Piratini - Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

Os indicadores criminais de setembro apontam uma queda de 31,1% nos roubos de veículos no Estado entre janeiro e setembro (8.643 casos), frente a igual período do ano passado (12.547) – foram 3.904 veículos que deixaram de ser levados por assaltantes. A divulgação desse e dos demais indicadores monitorados pelo Executivo foi feita pelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, na abertura da reunião da Gestão Estatística em Segurança (Geseg) – ciclo mensal de avaliação dos índices de criminalidade nos 18 municípios priorizados pelo programa RS Seguro –, realizada no início da tarde desta quinta-feira (10/10), no Palácio Piratini.

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Conforme Leite, os resultados são reflexos tanto do esforço e da qualidade dos servidores da segurança como do foco do RS Seguro - Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

De acordo com Ranolfo, a redução desse crime patrimonial – roubo de veículo – é especialmente importante e comemorada pelo governo, pois impacta diretamente nos crimes contra a vida. “Um roubo de carro tem um potencial enorme de se tornar um latrocínio, quando o roubo leva à morte. Por isso, quando se deixa de levar milhares de carros, também se deixa de registrar mortes, que é um dos crimes mais graves que pode existir”, destacou.

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De acordo com Ranolfo, a redução do roubo de veículo é importante porque impacta diretamente nos crimes contra a vida - Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

O impacto dessa redução se mostra ainda mais expressivo quando observado ao lado da evolução da frota no Rio Grande do Sul. Conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o total de veículos em circulação no Estado cresceu 11% nos últimos cinco anos, de 6.234.770 em 2015 para os atuais 6.901.309. Na contramão desse aumento, a variação no número de roubos de veículos no mesmo período registrou queda de 35% – entre janeiro e setembro de 2015, 13.380 motoristas tiveram seus carros, motos, ônibus e caminhões roubados. Os 8,6 mil casos do início deste ano até agora são o menor total para o intervalo desde 2011, que teve 8.360 ocorrências.

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De acordo com Leite, os dados positivos são reflexos tanto do esforço e da qualidade dos servidores da segurança quanto da “estratégia acertada de foco territorial” do programa RS Seguro, que prioriza ações em 18 municípios que concentram os mais elevados índices de criminalidade (89% dos roubos de veículo nos últimos 10 anos).

Os indicadores da Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostram que dos 3,9 mil casos a menos no Estado no acumulado de 2019, 3.698 (94,7%) deixaram de ocorrer justamente nesse grupo de cidades – foram 11.388 roubos de veículos de janeiro a setembro de 2018, contra 7.690 neste ano. Só em Porto Alegre, as ocorrências desse crime passaram de 6.508 para 3.805: foram 2.703 registros a menos (41,5%). Com foco nos locais mais afetados, o RS Seguro amplia o impacto do trabalho de repressão ao crime no quadro geral.

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“Aproveito esse encontro (do Geseg) para reforçar que estamos promovendo uma reforma estrutural do Estado por necessidade, visando garantir um futuro para as próximas gerações. Claro que nem os servidores e nem eu estamos felizes em mexer nisso, mas é algo que precisa ser feito. E podem ter certeza que estamos tendo um olhar atento e especial para a área da segurança, pois vocês (agentes) colocam a própria vida em risco para defender toda a sociedade gaúcha. Por isso, pela natureza da profissão, naturalmente serão feitas as compensações necessárias”, afirmou o governador.

O resultado positivo dos indicadores também passa pelo uso da tecnologia como aliada ao trabalho de policiamento ostensivo e investigação. Câmeras de videomonitoramento, para observação de importantes pontos de fluxo, e de cercamento eletrônico, capazes de fazer a leitura de placas e de emitir alertas automáticos quando identificam veículos em situação de furto e roubo ou com irregularidades administrativas, têm ampliado a efetividade das forças de segurança no combate aos ladrões.

Até o mês passado, o sistema gerido pela SSP já contava com quase 2 mil câmeras de videomonitoramento e cercamento eletrônico espalhadas em 54 cidades. No último dia 16, com investimento de R$ 18 milhões via emenda da bancada federal gaúcha e contrapartida do Estado, o governador Eduardo Leite assinou ordem para instalação de outras 525 câmeras em 36 municípios, dos quais 27 ainda não faziam parte do sistema da SSP. Ao final da implantação, cuja expectativa é de que esteja concluída até fevereiro, serão 81 cidades interligadas ao monitoramento da secretaria.

O trabalho aprimorado das forças de segurança também tem efeito sobre os furtos de veículos, que no acumulado até setembro seguem no menor número já registrado para o período em toda a série histórica, iniciada em 2002. Foram 9.863 de janeiro até agora, numa queda de 11,3% ante os 11.121 casos registrados até o 3º trimestre do ano passado.

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O combate ao comércio ilegal de peças, que é um dos principais motivadores de furtos e roubos de veículos, é outro fator com influência na redução dos indicadores. A Operação Desmanche, coordenada pelo Departamento de Inteligência da Segurança Pública (Disp) da SSP, já realizou 87 edições. Desde seu início, em 2016, a ação que reúne agentes do Detran, da Polícia Civil (PC), da Brigada Militar (BM) e do Instituto Geral de Perícias (IGP) já visitou 45 municípios, interditou 137 estabelecimentos irregulares e recolheu quase 7 mil toneladas de sucata encaminhada para reciclagem. Além disso, desde a sanção da Lei dos Desmanches, em 2015, o número de Centros de Desmanche Veicular (CDV) regularizados dobrou no Estado. Atualmente, existem 394 CDVs em 127 municípios gaúchos, e outros 124 estabelecimentos estão em processo de regularização.

Latrocínios caem 54,5% na capital e 27,1% em todo o RS

Por ser um dos crimes patrimoniais com maior potencial de risco para as vítimas, o roubo de veículos tem influência importante na ocorrência de latrocínios, cuja variação também registrou quedas expressivas. No Estado, os roubos com morte passaram de 70, entre janeiro e setembro de 2018, para 51, no mesmo período deste ano (27,1%). Em Porto Alegre, houve redução acima da metade (54,5%), com cinco ocorrências frente 11 do ano anterior na mesma comparação. Em setembro, nenhum latrocínio foi registrado na Capital. Em todo o RS, o nono mês do calendário repetiu o total de setembro de 2018, com quatro casos.

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Homicídios fazem 458 vítimas a menos no Estado

Entre os homicídios, indicador considerado internacionalmente como principal métrica para violência, as reduções também são generalizadas. De janeiro até setembro, 458 vidas foram preservadas – o número de vítimas de assassinatos no período passou de 1.825 em 2018 para 1.367 neste ano (25,1%), o menor total desde 2011. Só na Capital, na mesma comparação, o número de mortes baixou de 442 para 239 (45,9%), mantendo o recorde repetido ao longo do ano, com a menor marca da década para o acumulado até o mês de divulgação. Na avaliação isolada de setembro, as quedas nos homicídios foram de 34,7% no Estado (de 193 para 126 vítimas) e de 51,2% em Porto Alegre (de 43 para 21 vítimas).

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Da mesma forma que entre os roubos de veículos, o foco territorial planejado pelo RS Seguro amplifica a retração dos índices no quadro geral. Os 18 municípios priorizados pelo programa responderam por 406 das 458 vidas poupadas (oito a cada 10) em todo o Estado. Na comparação de acumulados até setembro do ano anterior e do atual, o total de vítimas de homicídios nesse grupo de cidades caiu de 1.202 para 796 (33,8%).

O fechamento do 3º trimestre também comprova a constância na redução dos assassinatos ao longo de 2019. Diferentemente dos últimos cinco anos, em que as variações de um trimestre para o outro não seguiam padrão e até acabavam revertidas (como em 2016 e 2017), a soma de assassinatos a cada três meses caiu de forma linear neste ano. De 506 mortes entre janeiro a março, o número passou para 456 entre abril e junho e para 405 entre julho e setembro – uma média de 50 mortes a menos a cada trimestre.

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Nos demais indicadores monitorados pela SSP, o recrudescimento da criminalidade no Estado também se evidencia. Um destaque é a diminuição de 39,1% nos ataques a banco, cuja soma de furtos e roubos em instituições financeiras caiu para 84 ocorrências entre janeiro e setembro de 2019, contra 138 registradas no ano anterior. Também houve quedas de 9,5% nos roubos (de 56.126 para 50.771), de 15,1% nos furtos (de 105.339 para 89.393), de 26,5% nos roubos a transporte coletivo, incluindo passageiros e motoristas (de 2.409 para 1.771), e de 24,4% nos ataques a comércios (de 8.312 para 6.285, somando furtos e roubos).

Crimes contra mulheres apresentam queda

O resultado acumulado até setembro nos indicadores monitorados pela SSP trazem uma boa notícia para o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, celebrado neste 10 de outubro. Depois de 39 anos da criação da data, motivada em 1980 justamente por um movimento nacional de protesto pelo aumento dos crimes contra a mulher, o cenário no Rio Grande do Sul é de redução dos delitos desse tipo. Entre janeiro e setembro deste ano, aconteceram 73 feminicídios, queda de 14,1% diante dos 85 registrados no mesmo período do ano passado.

E ainda houve retração nos outros quatro indicadores acompanhados pela secretaria. Também na comparação de acumulados, as tentativas de feminicídio passaram de 275 para 246 (10,5%), as ameaças foram de 28.040 para 27.653 (1,4%), as lesões corporais diminuíram de 15.775 para 15.126 (4,1%) e os estupros reduziram de 1.384 para 1.172 (15,3%). Todos os números ainda são elevados, mas trazem esperança ao comprovar a tendência de queda verificada ao longo do ano.

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Além de operações especialmente voltadas para a proteção de mulheres vítimas e a detenção de agressores, as forças de segurança do Estado desenvolvem um trabalho contínuo para promover a prevenção e incentivar a denúncia desse tipo de crime. Somada à atuação das 22 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs) e dos cerca de cem policiais militares que realizam o acompanhamento de medidas protetivas nas Patrulhas Maria da Penha em 32 cidades gaúchas, a iniciativa mais recente na área é a criação das Salas das Margaridas. Os espaços, instalados em Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs), são ambientados para oferecer uma acolhida especial e individualizada às vítimas, com o objetivo de motivar cada vez mais mulheres a romperem o silêncio e buscarem a ajuda que necessitam. Até agora, já foram inauguradas três Salas das Margaridas (Camaquã, Santa Cruz do Sul e Santiago) e está prevista para este mês a abertura da quarta, em Soledade.

Além disso, desde junho, todas as DEAMs adotaram um questionário padrão para avaliação de risco, que torna mais eficaz o primeiro contato das vítimas com a polícia e dá maior embasamento para a solicitação à Justiça de eventuais medidas protetivas. Gradativamente, equipes das DPPAs têm recebido capacitação para estender a aplicação do questionário a essas unidades.

Na leitura isolada do mês de setembro, os indicadores também indicam uma redução no quadro geral de violência contra a mulher no RS. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve quedas dos números de feminicídio consumados (de 12 para sete – 41,7%), de tentativas de feminicídio (de 26 para 14 – 46,2%), de ameaças (de 2.944 para 2.877 – 2,3%) e de lesões corporais (de 1.749 para 1.646 – 5,9%). A única alta ocorreu nos casos de estupro, com três casos a mais, que passaram de 135 em setembro de 2018 para 138 no mês passado.

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Observação: os números neste texto representam um recorte temporal, retratando os fatos registrados na data da extração de dados do sistema do Observatório Estadual da Segurança Pública, e estão sujeitos a alterações provenientes da revisão de ocorrências, apuração de informações de investigações, diligências, perícias e correção do fato no final da investigação policial. Em relação aos números na planilha referente ao ano de 2018, disponível na página de estatísticas, pode haver pequenas divergências em razão de a extração para esse texto ser mais atual e conter mudanças ocorridas após 31/12/2018. A planilha do ano passado será atualizada juntamente com toda a série temporal, no início de 2020.

Texto: Carlos Ismael Moreira/Ascom SSP e Vanessa Kannenberg
Edição: Vitor Necchi/Secom

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