Logística e economia competitiva, por Beto Albuquerque
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Tive a oportunidade de participar do recente Congresso Internacional Brasil Competitivo, em Brasília, no qual a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o coordenador da Câmara de Gestão e Planejamento do Governo Federal, Jorge Gerdau, destacaram a necessidade de o País enfrentar os gargalos de infraestrutura e logística. No mesmo dia, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou estudo que evidencia serem necessários R$ 70 bilhões, distribuídos em 177 projetos, para superar os entraves de transporte no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
A tese que se consolida entre os analistas econômicos é que a principal opção para aumentar a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), já no curto prazo, é o Brasil se tornar mais produtivo, tendo em vista a dificuldade de aumentar a taxa de investimento e a escolaridade da população de imediato. E para aumentar a produtividade geral da economia, a melhor alternativa é investir na infraestrutura de transporte, pois sua melhoria representará redução de custos para as empresas, aproximação de mercados e criação de novas oportunidades de negócios.
Felizmente, o Governo Federal anuncia, neste contexto, o Programa de Investimentos em Logística, por meio da criação de uma nova empresa (EPL), prevendo a aplicação de R$ 133 bilhões na reforma e construção de rodovias federais e ferrovias. Parece-me que o momento é ideal para a união de forças, políticas e empresariais, no sentido de construirmos e estruturarmos projetos a fim de buscarmos esses investimentos para o RS. Essa sinergia entre os Governos Federal, Estadual e as lideranças empresariais do Estado é decisiva para integrarmos rodovias, ferrovias e as nossas hidrovias ao polo naval e ao Porto de Rio Grande. Sem receios, temos que buscar a construção de parcerias público-privadas viáveis, que se sustentem ao longo do tempo e possam prover serviços de qualidade.
Quanto ao trecho Sul da ferrovia Norte-Sul, é fundamental trabalharmos para a sua interiorização, ligando São Paulo com o Porto de Rio Grande, com pontos de passagem nos estados do PR, SC e pela região de Erechim, Passo Fundo, vales do Taquari e Rio Pardo em direção à Região Metropolitana de Porto Alegre. Enquanto isso, a Seinfra/Daer possui 55 obras rodoviárias em andamento, encurtando as distâncias e aproximando as regiões do Estado.
Trabalhamos com quatro eixos, que são o restauro e a manutenção das rodovias, a duplicação de eixos prioritários, acesso asfáltico aos municípios que não têm e interligar as regiões. Estão previstos investimentos de R$ 2,6 bilhões até 2014, conforme o Plano de Obras Rodoviário. Além disso, estamos reestruturando a gestão do Daer para prestarmos um melhor serviço. As tarefas não são simples e há anos elas habitam nossa agenda de futuro, que é de planejarmos e executarmos um Plano Integrado de Transporte e Logística.
Beto Albuquerque
Secretário de Infraestrutura e Logística do RS