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Liberato Salzano discute qualidade na produção da citricultura

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Quantidade e qualidade de frutas é o que deve balizar o desenvolvimento da cadeia da citricultura na região. Essa foi uma das constatações do 5º Seminário de Abertura da Safra da Citricultura, ocorrido nesta quinta-feira (12), no salão paroquial do
Liberato Salzano discute qualidade na produção da citricultura

Quantidade e qualidade de frutas é o que deve balizar o desenvolvimento da cadeia da citricultura na região. Essa foi uma das constatações do 5º Seminário de Abertura da Safra da Citricultura, ocorrido nesta quinta-feira (12), no salão paroquial do município de Liberato Salzano.

O norte do Rio Grande do Sul é conhecido como produtor de grãos. No entanto, a fruticultura tem se revelado uma excelente alternativa para as propriedades rurais. A maior concentração de frutas encontra-se no vale do rio Uruguai, devido ao clima, relevo e mudança da matriz produtiva, que lentamente está se diversificando entrando na fruticultura e na produção de leite.

O município sede do Seminário, Liberato Salzano, passou a ser conhecido como terra da diversificação e, hoje, já é o segundo maior produtor de citros do Rio Grande do Sul, como 1.240 hectares. Para o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Vilson Nadin, a citricultura é uma atividade que envolve a mão-de-obra familiar, tem fácil comercialização e não necessita de muito recurso financeiro para o produtor entrar e se manter na atividade.

Pensando na grande alternativa que o citros representa para os nossos agricultores e sendo uma das atividades de maior importância para as pequenas propriedades, que antes tinham a sua renda apenas nas culturas de milho e soja, que esse seminário foi pensado e realizado e, hoje, já está na sua quinta edição, explicou.

O gerente regional da Emater/RS-Ascar, Oriberto Adami, falou sobre o projeto que vem sendo desenvolvido pela instituição, juntamente com a Associação dos Municípios da Zona da Produção - Amzop, que visa fortalecer e desenvolver de maneira sustentável a cadeia da citricultura na região.

A citricultura está sendo trabalhada por nós como uma prioridade. Estamos agindo para qualificar a atividade e garantir produtos de qualidade e em quantidade, disse Adami. Da mesma opinião, foi o prefeito de Constantina, Francisco Frizzo, que participou como painelista do tema Mercado Futuro e Citros. Frizzo, que se apresenta com um entusiasta da fruticultura, aposta na organização de todos os envolvidos na cadeia produtiva como condição de desenvolvimento.

De acordo com o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Ivan Guarienti, que participou como moderador do painel sobre mercado, a região do Médio Alto Uruguai, sem dúvidas, será uma grande produtora de frutas para o Rio Grande do Sul e Brasil, porque o clima é favorável e os produtores estão demonstrando interesse em novas culturas.

As laranjas produzidas, inicialmente estavam voltadas ao abastecimento da indústria, no entanto, devido à qualidade, 60% da produção está sendo comercializada para a mesa. No entanto, o Rio Grande do Sul importa mais de 100 mil toneladas por ano de laranjas para as indústrias aqui localizadas. O Vale do Rio Uruguai já pode ser considerado o maior polo produtor de citros da fruticultura industrial do Rio Grande do Sul, juntamente com o Vale do Taquari.

Segundo o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Luiz Ângelo Poletto, que também participou do painel sobre mercado, o Brasil é o maior produto mundial de laranjas, sendo que o estado de São Paulo aparece como maior produtor e o Rio Grande do Sul ocupa a sexta posição. As perspectivas são boas, tendo em vista a baixa produção da Flórida, que é a segunda maior produtora mundial, o crescimento da exportação brasileira de suco concentrado, o baixo estoque de suco concentrado no Brasil e na Flórida, a alta do preço no mercado externo do suco de laranja e a demanda mundial aquecida, argumentou Poletto.

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Fruticultura Brasileira no Congresso Afonso Hamm disse que a região descobriu um excelente caminho para o desenvolvimento e para a geração de renda ao pequeno produtor. Aqui em Liberato Salzano, os pequenos agricultores, o poder público municipal e as entidades apostaram na fruticultura. O município já esteve entre os mais pobres do Estado e reverteu essa situação nos últimos 15 anos, buscando a diversificação na produção, com destaque para a citricultura, enfatizou Hamm.

O deputado também citou seu Projeto de Lei, que aguarda votação, para a inclusão de frutas in natura e sucos naturais de frutas na merenda escolar. O projeto entrará em regime de urgência para a votação, sendo um dos primeiros na pauta do agronegócio. Eu espero aprovar até o final desse ano ao meados de 2009. Isso será um grande avanço para a fruticultura brasileira e vai melhorar a qualidade de vida dos alunos, falou Hamm.

Também foram realizadas palestras sobre ácaros e cochonilhas em citros, pelo agrônomo da Iarabras, Lélio Vilella e sobre doenças em citros, com o agrônomo e professor de Fitopatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Valmir Duarte. De acordo com Duarte, o produtor deve pensar nas doenças com olhos na qualidade do produto e na comercialização da produção.

A muda é o principal ponto de sanidade do pomar. O produtor deve estar ciente de que seu pomar é um empreendimento e ele não pode iniciar esse negócio com qualquer muda, pois as doenças podem barrar a comercialização lá adiante, frizou Duarte.

Na oportunidade foi feita a entrega da premiação IV Concurso Municipal da Produtividade e Qualidade dos Citros. Os 57 participantes receberam troféu.

O primeiro colocado em produtividade foi o produtor Valderi Piva, com 75.870 kg/ha e o campeão em qualidade foi Valmor Bazzegio, ambos receberam uma televisão de 29. Após o encerramento, os participantes degustaram um coquetel com produtos feitos a base de laranja.

Liberato Salzano
O início da citricultura em Liberato Salzano foi em 1989, quando 18 produtores estavam cultivando laranjas Valência em um total de 12 hectares.

A produção era destinada a fabricação de sucos. A evolução foi lenta até o ano de 1996, quando iniciou o plantio de mudas de torrão, trazidas de São Paulo e começaram a ser introduzidas as variedades de bergamotas Murcott e Montenegrina e a laranja Folha Murcha.

Em 1997, a prefeitura e a Emater/RS-Ascar realizaram uma campanha para incentivar o plantio de citros e foram plantados 150 hectares. No ano de 2002, foram implantados mais 53 hectares de citros, chegando a 363 hectares. Liberato Salzano conta hoje com 486 produtores de frutas. Para a extensionista do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Luciene Duso, a fruticultura é uma alternativa entre as atividades e não sofre influência direta das intempéries climáticas. Hoje, quem possui uma propriedade diversificada tem uma renda garantida e tem padrão de vida melhor, salienta Luciene.

Para o prefeito de Liberato Salzano, Gelson Galli, a participação de todos os segmentos envolvidos na atividade é que tem garantido o sucesso. Galli destacou que a produção de laranja do município que em 2003 foi de 4 mil toneladas passou para 15 mil toneladas em 2007. A expectativa é de que para esta safra esse número passe para 23 mil toneladas.

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