Leite participa do evento Vozes da Enchente e homenageia papel da Ulbra no enfrentamento à calamidade
Governador ressaltou parceria com o Estado para o acolhimento de pessoas e animais com o maior abrigo do período das cheias
Publicação:

O governador Eduardo Leite participou, nesta quinta-feira (22/5), do evento Vozes da Enchente, realizado pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, para marcar um ano da tragédia meteorológica que assolou o Rio Grande do Sul. O encontro reuniu autoridades, voluntários e representantes da comunidade acadêmica em uma cerimônia de memória, reconhecimento e compromisso com o futuro.
“Foi dito que nós não vamos esquecer daquilo que passamos juntos há um ano. Mas não basta não esquecer, é preciso lembrar. Lembrar é parar, olhar para trás e perceber tudo o que vivemos para seguirmos mobilizados e vigilantes”, afirmou Leite. “A Ulbra abriu seus portões sem esperar ajuda, mobilizou sua equipe e acolheu milhares de pessoas. Cada gesto, cada vida alcançada fez diferença. E isso renova em mim a fé no ser humano. Por isso, como governador e como cidadão, meu muito obrigado", acrescentou o governador.
Durante as enchentes de maio de 2024, a Ulbra se destacou como o maior centro de acolhimento do Estado, recebendo aproximadamente 8 mil pessoas desabrigadas em seu campus de Canoas. Seis prédios da universidade foram adaptados para o abrigo, que também acolheu cerca de 3 mil animais, incluindo o cavalo Caramelo, símbolo da resiliência e da solidariedade durante a crise. Caramelo foi atendido pelo Hospital Veterinário da Ulbra e posteriormente adotado pela instituição, passando a viver na fazenda-escola da universidade.
“O mês de maio de 2024 jamais será esquecido. A água invadiu ruas e casas, destruiu histórias e levou vidas. Mas também foi quando algo mais forte se manifestou: a solidariedade. Em questão de horas, com a ajuda de todos vocês, erguemos aqui o maior abrigo do Estado e, segundo especialistas internacionais, o maior da América Latina para vítimas de eventos climáticos”, declarou o presidente da Associação Educacional Luterana do Brasil, Carlos Melke. “Transformamos salas de aula em quartos, ginásio em quarteirões, corredores em ruas. E mais do que isso, transformamos a tragédia em testemunho de humanidade", disse.
Mais de 1,2 mil voluntários atuaram no acolhimento. A universidade seguiu apoiando a população mesmo após o encerramento do abrigo, com a transferência das famílias para o Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço. A parceria entre o governo estadual e a Ulbra foi decisiva em várias frentes. Além do suporte humanitário, a universidade também contribuiu com infraestrutura em outros municípios – como Guaíba, Porto Alegre e São Jerônimo – oferecendo espaços para operações logísticas, atendimentos de saúde e ações de resgate.

O evento também foi uma oportunidade para reforçar os compromissos do Plano Rio Grande, iniciativa do governo estadual voltada à reconstrução e à preparação do RS para os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Canoas, uma das cidades mais atingidas, recebeu investimentos em programas como Aluguel Social, Estadia Solidária, além de moradias temporárias, centros humanitários de acolhimento e ações estruturantes em andamento para proteção contra novas enchentes.
O prefeito de Canoas, Airton Souza, fez um relato dos primeiros momentos da tragédia: “Ficaram muitas imagens, mas nada mais forte do que a solidariedade. Eu mesmo fui acolhido por uma família da cidade por 32 dias, porque minha casa ficou com quase dois metros de água. Perdemos 70 mil residências, nosso pronto-socorro, e 21 mil empresas foram atingidas. Mas eu tenho certeza, governador, que você está empenhado em agilizar os recursos para que nossa cidade possa se reerguer.”
Leite reforçou o compromisso: “Se fosse dinheiro meu, eu colocava agora. Mas é dinheiro do povo, e por isso temos que fazer do jeito certo. Recebemos os dados da prefeitura, vamos submeter ao Comitê Científico do Plano Rio Grande e, em junho, esperamos ter as condições de fazer o aporte dos recursos para dar suporte à reconstrução resiliente do sistema de proteção contra cheias de Canoas”, garantiu. “Estamos lidando com vidas, com a responsabilidade de garantir que isso nunca mais aconteça”, complementou o governador.
O evento foi encerrado com o descerramento de uma placa em homenagem aos voluntários, deixando como marca a memória viva de uma mobilização coletiva que salvou vidas e inspirou o Estado. “Vamos usar este momento para manter acesa a chama da solidariedade e pensar no outro. Foi isso que nos permitiu superar as diferenças há um ano. Muito obrigado a todos que renovam a esperança no futuro do nosso Rio Grande”, concluiu o governador.
Liderado por Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Secom