Leite defende soluções logísticas e energéticas para fortalecer a indústria química em evento da Abiquim
Governador destacou potencial do RS e a importância estratégica do gasoduto de Vaca Muerta para a competitividade nacional
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O governador Eduardo Leite participou, na noite desta quinta-feira (6/11), da abertura oficial do 30º Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq), promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), no Theatro Municipal de São Paulo. O evento reuniu cerca de 800 convidados, entre lideranças empresariais, representantes do governo federal e autoridades públicas, sob o tema “Inspirando Conexões”, que destacou o papel do setor químico na inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico do país.
Em sua fala, Leite ressaltou a relevância da indústria química para a soberania produtiva nacional e para a reindustrialização do Brasil, observando que a competitividade do setor depende não apenas de incentivos tributários, mas também de avanços em logística e energia. “Não vai ser competitivo simplesmente protegendo a entrada de produtos de fora. A gente precisa dar competitividade a partir da nossa capacidade de produção com custos menores aqui no Brasil, o que envolve componentes logísticos e energéticos”, afirmou.
O governador citou como exemplo o projeto de integração energética com o gás natural de Vaca Muerta, na Argentina, defendendo que o fornecimento ao Brasil ocorra via Rio Grande do Sul, e não por meio da Bolívia. “Faz mais sentido, do ponto de vista da soberania energética, trazer o gás argentino diretamente pelo sul, reduzindo custos e fortalecendo nossa indústria”, disse. O projeto, estudado em parceria entre os governos brasileiro e argentino, prevê a construção de um gasoduto que conecte a província de Neuquén, onde está o segundo maior reservatório de gás não convencional do mundo, à malha de distribuição do sul do Brasil, ampliando a oferta de energia competitiva para os polos industriais.
Protagonismo do RS
Leite também destacou o protagonismo do Rio Grande do Sul, sede da segunda maior indústria química do país, responsável por 9,3% da transformação industrial gaúcha, o equivalente a cerca de R$ 14 bilhões. O setor emprega mais de 20 mil trabalhadores diretos e indiretos, com remunerações acima da média estadual, e está concentrado em dois polos principais: o Polo Petroquímico de Triunfo e o polo de fertilizantes de Rio Grande. Em 2023, o Estado foi o segundo maior exportador nacional de produtos químicos, somando US$ 1,3 bilhão, o que representa 11,2% das exportações do setor no país.
O governador lembrou ainda dos investimentos anunciados pela Braskem e pela Innova em 2025, que totalizam R$ 350 milhões, reforçando a confiança do setor no Estado e o compromisso com a descarbonização da produção. “Esses investimentos mostram que o Rio Grande do Sul é um ambiente seguro, competitivo e preparado para liderar a transição para uma química de baixo carbono”, afirmou.
Papel estratégico do setor químico
O deputado federal Afonso Motta, líder da Frente Parlamentar da Indústria Química, destacou em sua saudação a relevância do encontro e a presença de Leite. “A indústria química tem um papel estratégico para o desenvolvimento do país, e é fundamental mantermos um relacionamento eficaz entre o setor produtivo e o poder público, compreendendo o significado dessa atividade econômica”, disse.
Também participaram do evento o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o chefe de gabinete do governador, Euclides Neto, o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena da Silva, e toda a diretoria da Abiquim, representada por seu presidente-executivo, André Passos Cordeiro, e pela presidente do Conselho Diretor, Daniela Manique. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, enviou mensagem em vídeo aos participantes, reforçando o compromisso do governo federal com a reindustrialização e a sustentabilidade do setor químico.
Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Secom