Klein avalia transporte e logística da produção agrícola
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O secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, defendeu, nesta sexta-feira (2), no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, maior volume de investimentos da União para estradas no Estado como forma de melhorar o escoamento da safra de grãos. Palestrante da 6ª Transpo-Sul - Feira e Congresso de Transporte e Logística, o dirigente criticou a extinção do Fundo Rodoviário Nacional (FRN) e a ausência de destinação de verbas à malha rodoviária através da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), taxação federal que incide sobre o comércio de combustíveis. Foram crimes o fim do FRN e a criação da Cide, que não repassa recursos ao Tesouro do Estado, afirmou o secretário no evento promovido pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Rio Grande do Sul. Klein citou como exemplo positivo de deslocamento da produção gaúcha o transporte de grãos pela RST-471, ligando Soledade a Canguçu, por retirar o fluxo da BR 386, conhecida como Estrada da Produção. Conforme o secretário, a via estadual é a principal alternativa para o envio de cargas agrícolas até o Porto de Rio Grande. Ele comentou ainda a dificuldade de implantação de hidrovias, devido a problemas ambientais, e elogiou o aperfeiçoamento do sistema portuário. Há avanços consideráveis em infra-estrutura e agilidade no carregamento de embarcações, sobretudo no Porto de Rio Grande, considerou. Conforme levantamento do Governo do Estado, atualmente, no setor agrícola gaúcho verifica-se que a soja e seus derivados possuem a maior representatividade no escoamento da safra, incluídas as variedades transgênicas, num total de 10 milhões de toneladas anuais, somadas a seus derivados como o farelo (4 milhões de toneladas) e o óleo de soja (700 mil toneladas). O maior fluxo destas cargas ocorre a partir da Zona de Produção (Fronteira-Oeste, Nordeste e Planalto) com destinos aos pólos industriais de Passo Fundo (400 mil toneladas) Cruz Alta (250 mil toneladas) Porto Alegre (1,5 milhão de toneladas) e o restante para Rio Grande, tanto para exportação como para indústria. Outro produto que começa a reconquistar mercado é o trigo, que na última colheita teve exportação de 1,1 milhão de toneladas do total de 2,1 milhões de toneladas produzidas. Outros destaques são o arroz, com aproximadamente 4 milhões de toneladas direcionadas para o centro do país, e o fumo com 500 mil toneladas de produção industrial, 70% do volume voltado para exportação. Na matriz agrícola, destacam-se também os fertilizantes, que mantêm um mercado consumidor no Estado de 2,5 milhões de toneladas, tendo origem no Porto de Rio Grande (60%) e Porto Alegre (40%).