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Inaugurada reforma do Instituto Cultural Brasileiro-Alemão em Agudo

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20050722161554jq8q7963-aa.jpg - Foto: Ivan de Andrade / Palácio Piratini
O governador Germano Rigotto e o secretário da Cultura, Roque Jacoby, inauguraram, nesta sexta-feira (22), em Agudo, as obras de ampliação e reforma do prédio do Instituto Cultural Brasileiro-Alemão, na avenida Concórdia, 97. Participaram do evento o cônsul-geral da Alemanha, Michael Giersdorff, e o presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter. O Instituto abriga o Museu Histórico de Agudo e uma biblioteca com cerca de dois mil livros em alemão e Português, somados a uma doação pelo grupo empresarial de 132 obras, dentro do projeto Pró-biblioteca Gerdau. É um local visitado por turistas da França, da Alemanha, da Itália, da Argentina, do Uruguai e de diferentes estados brasileiros. Segundo a presidente do Instituto, Dila Clara Poetter Pfeifer, as alterações no prédio do Instituto darão melhores condições para que possa realizar palestras e cursos, já que foi dotado de um auditório para 100 lugares. As reformas lhe ofereceram também uma sala audiovisual. O museu tem um acervo de 2500 peças da cultura alemã, com pinturas a óleo, desde 1906, utensílios caseiros, roupas, fotos de antepassados do município, aparelhos de rádio, máquina de costura à mão, relógios, armas, moedas, moedor de cana, prensa para fazer banha, batedor de nata destinado ao fabrico da manteiga e torrador e moedor de café, entre muitas outras relíquias ligadas à colonização germânica. Graças aos investimentos da LIC, de R$ 189 mil, o Instituto ganhou também um elevador para portadores de necessidades especiais e um banheiro para esse público. Foi contemplado com uma sala de estudos e melhorado o teto. A casa em estilo arquitetônico alemão tem dois pisos e cerca de 240 metros quadrados, com áreas frontal, lateral e de fundos. O Instituto nasceu de um grupo de habitantes que cantavam e falavam em alemão, realizando chás em moradias. Por iniciativa do pastor evangélico Rudolf Brauer, os encontros passaram a se realizar no restaurante Schiller, que serve também culinária germânica, até que se decidiu construir uma casa que o acolhesse. Em 1995, a obra foi concluída, abrigando a biblioteca. Surgiu também o museu, que recebeu o nome do religioso. Hoje, o Instituto tem cerca de 200 associados. Em função de uma visita do empresário Jorge Gerdau a Agudo, ele pôde constatar, em 2001, as condições do prédio que se não estava desabando merecia uma reforma. As ligações de Gerdau com Agudo são familiares. Seu bisavô, João Gerdau, viveu 16 anos no município quando ainda era sexto distrito de Cachoeira do Sul. Foi em Agudo que começou o grupo empresarial que leva seu sobrenome. Um projeto foi, então, encaminhado ao Conselho Estadual de Cultura para garantir recursos junto à LIC. O prédio chegou durante uma época a ser cedido à Biblioteca Pública Municipal, tendo ali funcionado uma escolinha de música. Agora, com a reforma, o museu pode ter condições para receber a reserva técnica e realizar oficinas culturais e palestras sobre os mais variados assuntos. Um professor, William Werlag, está cedido à instituição pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura para que ali sejam ministrados cursos de História da Cultura Alemã. Emancipado de Cachoeira do Sul desde 1959, desde 16 de fevereiro, Agudo vive das culturas do arroz e do fumo e 80 por cento de seus 17 mil habitantes descendem de dos imigrantes alemães, de sete famílias, que ali chegaram em 1857. Vinham ao Rio Grande do Sul com promessas do Império, pelo imperador dom Pedro II e da princesa dona Leopoldina, de receber terras e apoio. Perto da localidade de Cerro Chato, desembarcaram do navio e foram obrigados a ficar onde seria Agudo por terem suas bagagens zarpado na embarcação pelo rio Jacuí. Agudo é uma cidade que faz questão de preservar a cultura alemã, festejam Dila Pfeifer e o secretário municipal de Educação e Cultura, Valério Trebien. Seis grupos de danças folclóricas alemãs estão trabalhando por essa preservação nas escolas municipais. Há um professor municipal, Cláudio Schott, que procura transmitir aos alunos aspectos do folclore alemão. Outro aspecto da cultura em Agudo que ganha muito reforço é a existência de grupos corais. Um deles, o Freundechast, nasceu da fusão dos corais da Comunidade Evangélica Luterana com a paróquia, católica, de São Bonifácio. No último sábado, 16, foi realizado o décimo-primeiro Encontro de Corais, reunindo seis grupos: dois de São João de Polêsine, Agudo, Teotônia, Harmonia e Caçapava do Sul. Em oito escolas da rede municipal, há no currículo o ensino do idioma alemão, o que demonstra que a cultura germânica é respeitada e valorizada em Agudo. Até em relação ao desenvolvimento do turismo, o Instituto deverá ser mais uma atração, acredita Dila, que vai se somar às cascatas Raddatz, em Linha Nova, a cinco quilômetros, e Chuvisco, na Serra, na Linha dos Pomeranos, a 20 quilômetros da sede. Ainda nessa última parte montanhosa de Agudo, um café colonial é servido aos visitantes, na Associação dos Moradores, e a Gruta dos Índios sacia a curiosidade deles de saber como viviam os primitivos habitantes da região em cavernas. Outro atrativo é a Estação Hidrelétrica de Dona Francisca. Embora tenha esse nome, ela se situa em Agudo no trajeto que leva a Nova Palma. O seminário dos freis franciscanos, dedicado à Nossa Senhora Medianeira, antiga escola de freiras, ligado ao seminário de Taquari, e as trilhas a cavalo, com passeios sob inspiração ecológica, são outras formas de seduzir aqueles que chegam a Agudo. Um município que inaugura essa nova etapa do Instituto dentro da Ein Volkfest in Agudo, uma semana de eventos culturais e econômicos pela passagem do Dia do Motorista e do Colono, em 25 de julho. A Expofeira abre nesta sexta-feira, 22, estendendo-se à data consagrada aos trabalhadores do campo. Aliás, em 25 de julho, segunda-feira, acontece um desfile na avenida Concórdia, reunindo escolas, carros e entidades que buscam reverenciar a figura do imigrante. E na terça-feira, 26, a Câmara Municipal de Agudo, presidida pelo vereador Wilson Dias(PP), realiza sessão solene para marcar a data, oferecendo uma homenagem à cultura, àqueles que ali se dedicam a engrandecê-la e ampliá-la. (Roberto Antunes Fleck - DRT 4107 - RS - 20.07.2005).
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