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Governo do Rio Grande do Sul tem controle rigoroso e segue protocolos internacionais contra gripe aviária

Secretaria da Agricultura detalha ações sanitárias, de contenção, uso de tecnologia e protocolos ambientais adotados pelo RS

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Ações da Seapi em Montenegro
Diretora Rosane Collares e Ananda Kowalski, coordenadora do Programa de Sanidade Avícola da Seapi - Foto: Divulgação Seapi

Nesta semana, Montenegro segue no foco das ações do governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), para conter o foco de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), Rosane Collares, esclarece nesta entrevista as medidas adotadas no município, que seguem protocolos nacionais e diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Veja os principais pontos no formato de pergunta e resposta.

Quais são as ações previstas para Montenegro nesta semana?

As ações seguem o Programa Nacional de Controle de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, alinhadas às diretrizes da OMSA. Estamos atuando em duas frentes principais. A primeira são as barreiras sanitárias, com desinfecção de veículos que transportam material orgânico, como animais, ração, ovos, leite e camas de aviário — veículos que entram e saem de várias propriedades rurais. Isso reduz o risco de circulação do vírus. A segunda frente é a vigilância nas propriedades dentro do raio de três a sete quilômetros do foco. Nessas visitas, os médicos veterinários fazem a inspeção clínica dos animais e, na ausência de sinais clínicos, preenchem um formulário com dados de interesse e realizam a vistoria do local.

Essas ações fazem parte de protocolos nacionais e internacionais?

Sim. Tudo está bem detalhado no Plano Nacional de Controle e Erradicação da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) e da Doença de Newcastle. As diretrizes seguem recomendações da OMSA.

Como a Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA-RS) ajuda no monitoramento das ações?

A PDSA é uma ferramenta de geolocalização com um módulo específico para atuação em focos. Ela agiliza a organização das equipes, permitindo dividir as propriedades em setores de atuação. Atualmente, temos dois fiscais médicos-veterinários em campo usando essa tecnologia: eles recebem seu roteiro, fazem as visitas e inserem as informações no sistema, permitindo à equipe de gestão acompanhar tudo em tempo real. Assim, podemos tomar decisões rápidas, como reforçar o número de profissionais em uma área, se necessário.

O Rio Grande do Sul trabalha com o conceito de tolerância zero para casos de Influenza. O que isso significa e quantas amostras já foram coletadas?

Desde 2022, com a chegada da Influenza Aviária na América do Sul, adotamos o conceito de tolerância zero. Isso significa que qualquer alteração comportamental ou sintoma respiratório ou neurológico em aves gera a coleta imediata de amostras. Desde então, o RS é o segundo estado com maior número de coletas, com 147 amostras enviadas para diagnóstico laboratorial.

Como funciona o processo de detecção do vírus e em quanto tempo sai o resultado?

As amostras são enviadas ao laboratório de referência do Ministério da Agricultura, localizado em Campinas (SP), por meio de um convênio com a Fundesa. Em casos negativos, o resultado sai entre 24 e 48 horas. Se houver suspeita, outras análises são feitas até a confirmação final.

Como é feito o descarte dos animais em caso de foco? Esse procedimento também segue normas ambientais?

Sim. As valas sanitárias são abertas com avaliação de órgãos ambientais para evitar contaminação do solo e da água. O método de descarte varia conforme o porte do animal e pode envolver quebra cervical ou uso de CO₂, sempre priorizando segurança ambiental e bem-estar animal.

Qual a orientação para a população quanto ao consumo de ovos e carnes?

Não existe risco zero, mas o risco é considerado insignificante, já que a cultura alimentar brasileira envolve o consumo desses alimentos cozidos. A recomendação é consumir sempre produtos de procedência conhecida, com inspeção federal, estadual ou municipal.

Quanto tempo leva para que o Estado retome a condição sanitária anterior e volte a exportar normalmente?

Se todas as etapas dos protocolos forem cumpridas, o prazo mínimo é de 28 dias — dois ciclos de incubação do vírus, que é de 14 dias. Já a retomada das exportações depende dos acordos comerciais com cada país, e geralmente é tratada caso a caso.

Texto: Ascom Seapi
Edição: Secom

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