Governo Leite reduz em 26,8% as emissões líquidas de gases de efeito estufa entre 2021 e 2023 no RS
Avanço reforça protagonismo do Estado na agenda climática e compromisso com a neutralidade de carbono até 2050
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O governo Leite reduziu em 26,8% as emissões líquidas e em 23,1% as emissões brutas de gases de efeito estufa (GEE) entre 2021 e 2023 no Rio Grande do Sul. Os dados, provenientes do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Iegee), apresentados nesta quinta-feira (30/10), no Palácio Piratini, demonstram o avanço do Estado na consolidação de uma trajetória de liderança climática, com destaque para políticas de transição energética e de preservação ambiental.
O inventário é desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), por meio da Assessoria do Clima, em parceria com o Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade. O estudo realiza um diagnóstico detalhado das fontes e volumes de emissões no território gaúcho. A metodologia segue os padrões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), referência internacional nesse campo.
Estiveram presentes na coletiva conduzida pela titular da Sema, Marjorie Kauffmann, a secretária da Educação (Seduc), Raquel Teixeira, e o presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki.
Participaram também o diretor do Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), Tomás Fiori — que abordou o tema do Mapa Único Plano Rio Grande (MUP) — e o secretário-executivo do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), Joel Avruch Goldenfum.
Pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), estiveram presentes as assessoras Juliana Castro e Flávia Frey e o assessor Raphael Ayub. O Banco de Desenvolvimento do Estado (Badesul) foi representado pelo presidente Claudio Gastal e pelo diretor Robson Ferreira, enquanto o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) contou com a presença do diretor Irany Sant'Anna Júnior, além de representantes de diversas pastas e instituições financeiras do Estado.
A iniciativa integra o Proclima2050 e está alinhada à estratégia de descarbonização do governo do Estado, voltada à redução dos impactos ambientais e ao cumprimento da meta de neutralidade de carbono até 2050.
O governo do Estado tem reafirmado o compromisso com o desenvolvimento sustentável por meio de ações concretas coordenadas pela Sema. Desde 2019, sob a gestão do governador Eduardo Leite, a pasta tem conduzido projetos inovadores e articulado parcerias que colocam a pauta ambiental no centro das políticas públicas estaduais. Um levantamento realizado pelas equipes técnicas da Sema e da Casa Civil identificou mais de 90 projetos voltados à proteção e ao uso responsável dos recursos naturais.
A secretária Marjorie, destaca que os resultados refletem políticas públicas consistentes voltadas à mitigação e adaptação climática. “As reduções das emissões mostram que o Rio Grande do Sul vem consolidando uma política climática consistente, baseada em dados, planejamento e ações integradas entre diferentes setores. O resultado é fruto de um esforço coletivo, que envolve o governo, o setor produtivo e a sociedade gaúcha”, afirma.
RS amplia presença internacional e apresenta avanços setoriais na redução de emissões
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem ampliado sua presença em fóruns globais sobre o clima, participando de conferências da ONU e aderindo a importantes coalizões internacionais, como:
- Race to Zero (Corrida para o Zero): é a maior campanha global que mobiliza atores rumo ao zero líquido;
- Race to Resilience (Corrida para a Resiliência): visa impulsionar a resiliência climática em todo o mundo, mobilizando ações de partes interessadas;
- Under2° Coalition: é a maior rede global de Estados, regiões, províncias e outros governos subnacionais comprometidos em alcançar emissões líquidas zero até 2050;
- Governadores pelo Clima: aliança que reúne governos estaduais que apoiam o cumprimento do Acordo de Paris. Assinado por 195 países durante a 21ª Conferência do Clima (COP21), em 2015, o acordo é uma resposta à ameaça das mudanças climáticas; e à
- Declaração de Edimburgo: para os governos subnacionais e locais sobre o desenvolvimento do quadro mundial para a biodiversidade.
- Governo discute importância de articulação internacional para projetos de resiliência climática
O Estado também esteve presente nas conferências do Clima das Nações Unidas (COPs) de Glasgow (2021), Sharm El Sheikh (2022), Dubai (2023), Baku (2024) e participará da edição deste ano, em Belém, no Pará.
Setores em destaque
O inventário apresenta o desempenho das emissões por segmento econômico. O setor de Uso da terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF) apresentou o melhor resultado: queda de 21,8% nas emissões líquidas, alcançando emissões negativas (-8,5%). Esse cenário indica que o Estado passou a remover mais carbono do que emitiu, reflexo direto da recuperação ambiental e recomposição de vegetação nativa nos últimos anos.
Em 2022, o Rio Grande do Sul apresentou 7 toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO₂e) por habitante, abaixo da média nacional de 9,6 tCO₂e/hab. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as emissões gaúchas somaram 163 tCO₂e por milhão de reais, também inferiores à média brasileira, de 215 tCO₂e por milhão de reais.
Ações estruturantes impulsionam redução de emissões no RS
- redução do desmatamento no Bioma Pampa;
- plano estadual para adaptação à mudança do clima (Proclima2050);
- Programa ABC+ RS (baixa emissão de carbono na agropecuária);
- Programa Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg-RS);
- ampliação de áreas irrigadas na agricultura;
- produção de biogás e biometano;
- incentivo à energia renovável; e
- iniciativas como o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Hidrogênio Verde.
Essas ações se somam a estratégias transversais, como o Plano Rio Grande, a governança climática e o planejamento territorial integrado, além do fortalecimento do financiamento climático. Liderado pelo governador Eduardo Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
“O Estado tem trabalhado para transformar metas em resultados concretos. As ações estruturantes criam as condições para uma economia de baixo carbono, mais inovadora, competitiva e sustentável”, ressalta Marjorie.
A publicação do inventário representa um marco para a agenda climática gaúcha, ao disponibilizar dados qualificados e transparentes que subsidiam políticas públicas e decisões estratégicas no enfrentamento às mudanças climáticas.
Rio Grande do Sul na COP30
O governo do Estado apresentará esses resultados na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém. A comitiva gaúcha estará presente no evento e as iniciativas serão organizadas em dois eixos principais: redução e mitigação das emissões; resiliência e adaptação.
O Rio Grande do Sul terá atuação expressiva na agenda da COP30, com presença em mais de 30 eventos na condição de painelista, além da realização de mais de 15 reuniões bilaterais com bancos internacionais e com a Fundação Z Zurich. A delegação gaúcha também se fará presente em encontros estratégicos, assembleias e eventos promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), bem como em reuniões ministeriais voltadas ao fortalecimento de políticas climáticas e ao desenvolvimento sustentável.
Secretarias e vinculadas que integrarão a comitiva gaúcha com agendas estratégicas:
- Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema);
- Secretaria da Educação (Seduc);
- Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi);
- Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), por meio da Invest RS; do BRDE; e do Badesul Desenvolvimento;
- Secretaria da Reconstrução Gaúcha (Serg);
- Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), por meio do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática; e
- Banrisul.
- Resultados do inventário estadual de gases de efeito estufa e a programação da COP30
Texto: Tamires Tuliszewski/Ascom Sema
Edição Secom
