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Governo apresenta ações pelo clima à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Iniciativas foram detalhadas durante agenda em Bonn, na Alemanha

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Governo apresenta práticas de resiliência climática à FAO   jun25
Secretária Marjorie Kauffmann se encontrou com Martial Bernoux - Foto: Vanessa Trindade/Ascom Sema

O governo do Estado apresentou, nesta terça-feira (17/6), os avanços de suas principais ações para mitigação das mudanças climáticas no campo à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), representada pelo coordenador do Clima e Biodiversidade da instituição, Martial Bernoux. O encontro ocorreu durante a Conferência de Bonn sobre Mudanças Climáticas, na Alemanha.

A titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, detalhou as boas práticas implementadas pelo Programa ABC+RS – Agricultura de Baixo Carbono, os planos de descarbonização de quatro cadeias produtivas e os estudos para o desenvolvimento do inventário de gases de efeito estufa (GEE) em campos e florestas. A secretária afirmou que o governo vê a agricultura não só como um importante pilar econômico, mas também como um agente ativo na descarbonização e na viabilização da recuperação ambiental.

“O Rio Grande do Sul, Estado com forte base econômica na agropecuária, tem enfrentado os crescentes impactos das mudanças climáticas, que afetam a produtividade agrícola. Além disso, o setor passa a ser cada vez mais exigido na mensuração e na redução das emissões, o que demanda ações integradas e sustentáveis”, disse Marjorie. “O governo estadual tem promovido a articulação com instituições de pesquisa, universidades e organizações internacionais para fortalecer o Programa ABC+RS e implementar uma estratégia climática.”

Até 2030, o objetivo do ABC+RS é alcançar 4,6 milhões de hectares com adoção de práticas produtivas sustentáveis. Além disso, por meio da Assessoria do Clima da Sema, o Estado está desenvolvendo um inventário customizado de emissões do setor agropecuário. A iniciativa busca preencher lacunas existentes na base científica brasileira e mundial, cuja maioria das pesquisas nas últimas décadas esteve concentrada no Hemisfério Norte.

Com investimento de R$ 15 milhões, viabilizado pelo Estado com recursos do Avançar, a iniciativa, uma parceria entre a Sema e a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapergs), está centrada na geração de dados locais sobre o balanço de GEE em diferentes ambientes e sistemas produtivos do RS, com ênfase no bioma Pampa. O projeto utiliza metodologias validadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Os resultados parciais já apontam, por exemplo, reduções de cerca de 50% nas emissões de metano em áreas com rotação de culturas; e ganhos expressivos na pecuária, com o manejo adequado da carga animal e da altura do pasto – técnicas previstas no ABC+RS.

“As evidências científicas não apenas validam as práticas sustentáveis no campo, como também contribuem para o desenvolvimento de um banco de dados do Estado. Essas propostas também serão levadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas [COP30], promovendo a agricultura sustentável – que assegura, ao mesmo tempo, produtividade, segurança alimentar e resiliência climática”, ressaltou Marjorie.

Descarbonização

O Estado também está desenvolvendo um plano de ação climática que envolve o inventário de emissões, a análise de risco climático e as estratégias para a descarbonização de cadeias produtivas. O Rio Grande do Sul será o primeiro Estado brasileiro a integrar esses instrumentos em uma única abordagem territorializada e sistêmica, com previsão de lançamento do plano na COP30, que ocorre no mês de novembro, em Belém (PA).

O governo terá um novo encontro com a FAO – ainda sem data, mas antes da conferência no Brasil – para apresentar os dados consolidados do balanço de GEE. O conjunto de ações foi bem recebido pela instituição, que se colocou à disposição para auxiliar o RS no encaminhamento dos dados ao IPCC e também aos grupos financiadores de boas práticas agrícolas.

“Com base nos dados já levantados, o governo busca agora validar as metodologias e consolidar um inventário de emissões adaptado à realidade do Estado. O objetivo é qualificar ainda mais as decisões ambientais e orientar estratégias de mitigação com base em evidências”, disse Marjorie. “Estamos construindo um modelo pioneiro de descarbonização na agricultura, com base científica. Essa iniciativa reforça o protagonismo do Rio Grande do Sul no enfrentamento das mudanças climáticas, e o trabalho conjunto entre meio ambiente e agricultura.”

Texto: Vanessa Trindade/Ascom Sema
Edição: Felipe Borges/Secom

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