FDRH/Escola de Governo e URI refletem sobre desenvolvimento e agricultura em Frederico Westphalen
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Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar pautam o seminário que teve início na manhã desta quinta-feira (18) e prossegue até sexta-feira (19) na Universidade Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), iniciativa da Escola de Governo do Rio Grande do Sul em parceria com a URI. A diretora-presidente da Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), Sandra Bitencourt, integrou a mesa oficial, que também contou com as presenças da diretora-geral da universidade, Silvia Canan, e do gerente de Recursos Humanos da Emater, Décio Cotrim.
A diretora da URI deu as boas-vindas aos participantes do seminário. “Sempre que encerra uma etapa, se olharmos do ponto de vista da dialética, já estamos iniciando uma nova. Esse seminário tem como objetivo debater temas referentes ao desenvolvimento rural e à agricultura familiar. O momento que estamos vivendo hoje se reveste de uma grande importância, não tenho dúvidas de que ao abraçarmos a agricultura familiar estamos colaborando com esta região no desenvolvimento do Estado. Que assim possamos aliar trabalho à qualidade de vida. Ao comprometermos recursos públicos nosso compromisso era que esses alunos saíssem do curso com projetos concretos”, disse Silvia.
Ao saudar os alunos, agricultores familiares, pesquisadores, técnicos da Emater e convidados, a diretora-presidente da FDRH destacou a importância das formações oferecidas pela Escola de Governo, com especial olhar no momento para a pós-graduação que motivou o Seminário Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar. “Isto é decorrente da nossa visão de Estado que é convergente. Queremos um Estado eficiente, do tamanho dos seus desafios, mas construído pelos seus protagonistas que são professores, os agricultores, a juventude. A eficiência não se dá por um grupo isolado da burocracia, mas pela reflexão do conhecimento disseminado. Parabéns, alunos, pelo trabalho de vocês, vocês honram o nosso Estado”, finalizou Sandra.
De acordo com o gerente da Emater, Décio Cotrim, o extensionismo rural teve uma implementação extraordinária nos últimos anos. “Temos atualmente empregados da Emater fazendo doutorado e mestrado na Universidade Federal de Santa Maria e queremos ampliar para a Universidade Federal de Pelotas. Muitos outros servidores estão encerrando outros tantos cursos e projetos em andamento. Com a Escola de Governo, marcamos o início de um grande projeto e queremos ver isso indo adiante, continuar sendo desenvolvido. São projetos concretos para serem colocados em prática. Com nosso e-book, a construção do conhecimento andará pelo mundo. Com o livro realizado a partir deste curso, teremos produto para levar aos agricultores familiares do Alto Uruguai”, concluiu Décio. Aberto para a população da região interessada no tema, o seminário prosseguiu com a palestra "Estructuras agrarias de America Central: evolución y tendências", proferida pelo prof. Dr. Eduardo Baumeister.
Estudos avaliam diferentes políticas públicas voltadas à agricultura familiar
Após a palestra, teve início a apresentação dos trabalhos dos alunos, técnicos da Emater e servidores de outros órgãos do Estado, que concluíram o curso de especialização em Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, realizado pela Escola de Governo e concluído em junho deste ano. Agrupados em 11 temáticas principais, resultantes do trabalho de conclusão da pós-graduação, os alunos realizam as apresentações no Salão de Atos da URI, em Frederico Westphalen.
A apresentação dos trabalhos dos novos especialistas formados pela Escola de Governo iniciou com a investigação dos resultados do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf), olhando a cooperativa de agricultores ecologistas de Antônio Prado, na Serra. A aluna Cirlene Kluck, técnica da Emater é autora do estudo. Ela demonstra que há necessidade de integrar o Pronaf com outras políticas de desenvolvimento rural, e que os agricultores ecologistas precisam obter mais acesso a esses recursos. “Ainda há dificuldade em acessar outras linhas, como o Pronaf Mulher e Pronaf Agroecologia. Ainda assim, os agricultores ecológicos referem que houve aumento significativo da produção com o uso dos recursos. Há limites no acesso, mas também benefícios”, salientou Cirlene. Nas considerações finais, o estudo aponta que o Pronaf é uma política fundamental e sugere o estímulo para chegar até o público de agroecologistas.
Dando continuidade, o aluno Edson Bonatto apresentou o “Crédito rural subsidiado: o caso do Pronaf Mais Alimentos no município de Fagundes Varela”. O segundo trabalho do dia reconhece a importância de um programa de fortalecimento da agricultura familiar sustentado por um modelo de gestão social e destaca o aumento dos valores acessados por projeto, crescimento da avicultura e bovinocultura leiteira, aquisição de máquinas e implementos.
A aluna Lisandra Weiss fez seu trabalho de conclusão da especialização REG/URI/Emater, observando o impacto do programa Brasil Sem Miséria no município de Segredo. Das 100 propriedades, todas as famílias mantiveram e aumentaram seus recursos para subsistência e 94% aplicaram corretamente os recursos numa produção variada. No aspecto econômico, como amostra, foram analisadas cinco propriedades. Há uma importância significativa do valor do que é produzido para autoconsumo. mas duas apenas conseguem chegar ao nível de reprodução social, ou seja, produzir uma renda de pelo menos um salário mínimo per capita. Os principais limites são a área útil disponível, a baixa instrução, o baixo uso de tecnologia, atividade restrita ao tabaco, necessidade de acesso a terra.
Texto e foto: Lise Aydos
Edição: Redação Secom