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Evolui a colheita de grãos de verão no Estado

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Os trabalhos de colheita prosseguem nas lavouras de verão do Estado. Conforme levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, no atual momento, o arroz alcança 26% de sua área já colhida; o milho, 49%; e a soja, 7%. As colheitas realizadas confirmam as médias estimadas em semanas anteriores para o RS. As produtividades da soja têm variado entre 300 e 800 quilos por hectare e com baixa qualidade. As cargas apresentam grande índice de grãos verdes e malformados, típicos de uma maturação forçada pelo clima adverso. No caso do arroz, as produtividades obtidas oscilam entre 6 mil e 5,5 mil quilos por hectare, com tendência de se aproximar mais dos 5 mil quilos por hectare à medida que as máquinas começarem a entrar nas lavouras do tarde que sofreram com a falta de irrigação mais eficiente. Destaque para a qualidade do produto que, este ano, tem apresentado rendimento de engenho menor que o da safra passada. Boa parte das amostras analisadas têm apresentado índices abaixo dos 50% de grãos inteiros, quando o ideal seria algo próximo aos 60%. Segundo técnicos da Emater/RS-Ascar, os problemas de irrigação e a variação de temperatura entre o dia e a noite, durante a fase de formação dos grãos, seriam a principal causa. No milho, embora restem mais de 50% da área a ser colhida, é pouco provável que se obtenha alguma produção comercial dessas lavouras. De maneira geral, são lavouras do tarde que tiveram seu desenvolvimento completamente comprometido pela estiagem e que estão servindo de alimento para as criações. Nas lavouras do cedo, as produtividades foram próximas às médias históricas, sendo, em alguns casos, superiores aos 6 mil quilos por hectare, ajudando a elevar a média geral do Estado, estimada atualmente em 1,6 mil quilos por hectare. Hortigranjeiros As precipitações retornaram, de maneira irregular, ao solo gaúcho e amenizaram a situação em algumas áreas, mas não interromperam o déficit hídrico em outras. Na Fronteira Noroeste e nas Missões, o desenvolvimento de lavouras, hortas e pomares continua comprometido. As perdas pela estiagem e a forte insolação chegam a 64% na olericultura e 44% na fruticultura. Na região serrana, as poucas chuvas da semana também não resolveram os problemas de falta de água. Estima-se que cerca de 30% da área de tomateiros tenham sido abandonados nessa região. A produção pode chegar a uma redução de 40% da estimada inicialmente, que poderá ser revertida e melhorada até o fim do ciclo das lavouras implantadas no tarde, caso as condições de clima voltem a ser favoráveis. Nos Vales do Caí, Taquari e Rio Pardo, as precipitações foram muito boas, com médias de 70mm, 95mm e 70mm, respectivamente. Isso determinou boas condições de umidade para reiniciar a semeadura nos canteiros, especialmente dos desprovidos de irrigação artificial. As perdas médias ocorridas chegam aos 30% nas culturas da alface, pepino, repolho, brócolis e beterraba. Na Zona Sul, as chuvas foram diferenciadas e variaram de 5mm a 79mm, amenizando a falta de umidade nas olerícolas e frutas. Essa precipitação liberou o preparo do solo para a implantação de hortaliças folhosas e da cultura do moranguinho. No município de Turuçu, principal produtor de pimenta do Estado, a lavoura começou a recuperar-se em seu desenvolvimento e está agora em fase de formação de vagens. As perdas nessa cultura chegam perto dos 30%. Criações As chuvas já permitiram, também, o início do rebrote dos campos nativos, mas sua recuperação deve demorar, porque eles estavam completamente raspados devido à estiagem prolongada e ao excesso de lotação. Além disso, os técnicos da Emater/RS-Ascar lembraram que, embora as chuvas façam reverdecer os pastos, melhorando a qualidade da forragem, nesta época do ano, tanto a produção dos campos naturais, onde predominam as espécies de ciclo estival, quanto a das pastagens de verão iniciam seu declínio, típico da aproximação do final do ciclo. Por outro lado, o clima favorável está mobilizando os produtores para o plantio das pastagens de inverno, aproveitando a umidade do solo. Em alguns municípios dos Vales do Caí, Taquari e do Rio Pardo, estima-se que 60 a 70% do previsto já haviam sido semeados. A diminuição da taxa de natalidade dos bovinos de corte é irreversível, e os animais vão entrar no inverno em condições abaixo das normais, o que deve gerar problemas. E os produtores de leite que utilizaram a silagem antecipadamente por causa da estiagem estão entrando no outono-inverno sem as reservas necessárias. Muitos conseguiram fazer silagem de milho ou soja das lavouras perdidas pela seca, mas esse material é de baixa qualidade. Devido a isso, a produção leiteira vai depender muito do bom estabelecimento das pastagens de inverno, especialmente da aveia, por permitir um pastoreio mais precoce.
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