Alguns dos mais recentes resultados da articulação realizada pelo Cluster de Tecnologias para a Saúde-RS foram apresentados, nesta terça-feira (26), durante reunião periódica do grupo. Mais de cem representantes de empresas, entidades e universidades também assistiram à palestra de Tobias Zobel, diretor-executivo do Medical Valley – com o qual o Cluster tem contrato desde 2016. O encontro teve participação do secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect), Evandro Fontana.

O evento iniciou pela exibição do catálogo digital, no qual constam informações básicas sobre as instituições integrantes e links para seus sites; a participação com estande coletivo e missão empresarial na Feira Medica, que ocorrerá de 13 a 16 de novembro, em Düsseldorf, na Alemanha; e o Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), de 12 a 14 de novembro, no Centro de Exposições da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), para o qual são esperadas 50 empresas alemãs e 150 brasileiras apenas nos matchmakings.

O Cluster também terá um estande coletivo no EEBA, com espaço para oito empresas, com inscrições a partir de amanhã. "O que estamos mostrando aqui, hoje, é uma série de conquistas em que começamos a sonhar ainda em 2015, e que estão se tornando realidade", afirmou a gestora executiva do Cluster, Sandra Schafer.

O gestor de projetos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS), Lucas Alves, também abordou a iniciativa Conexão Saúde RS, que pretende desenvolver indústrias de saúde de micro e pequeno porte para a criação de novos produtos e geração de negócios. Quinze empresas manifestaram interesse nas 50 vagas existentes no projeto que se inicia em 2018.

Ainda foram apresentados dois cases de sucesso. O primeiro deles foi a atuação do núcleo Softwarelab, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, que produz pesquisa de software aplicada à área da saúde. O professor Cristiano André da Costa detalhou o projeto com Siemens Healthcare, Hospital Mãe de Deus, Medical Valley e Friedrich-Alexander Universität (em Erlangen, Alemanha), que nasceu das articulações do Cluster e atua na busca de otimização do fluxo de trabalho, pessoas e equipamentos em salas cirúrgicas híbridas.

O outro case foi o Centro de Inovação do Cluster da Saúde, resultado da atuação integrada entre Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). O centro atua na promoção de inovação no que chama de Quarteirão da Saúde, no qual estão localizadas as duas instituições.

Visão de futuro

Na palestra Saúde 4.0, Zobel antecipou alguns dos caminhos para o setor, na visão do Medical Valley. A partir de uma revolução digital que assume a perspectiva do paciente, o setor da saúde caminha para uma maior integração e controle no uso das informações médicas de cada indivíduo, sistemas de diagnóstico caseiro, impressão de medicamentos e drones para transporte de emergência. "As parcerias apresentadas são bons exemplos de como podemos usar o potencial da região e criar novas empresas na área da saúde", ressaltou, ao dar destaque às ações do Cluster gaúcho.

Tecnologia em saúde

O Cluster de Tecnologias para a Saúde-RS integra mais de 50 instituições e 200 empresas do setor instaladas em todo o estado. Busca integrar universidades, hospitais, empresas, parques tecnológicos, incubadoras e outros entes públicos e privados para negócios e desenvolvimento de inovações no setor médico-hospitalar.

O primeiro contrato foi estabelecido pelo cluster em 2016, com o Medical Valley, sediado em Erlangen, na Alemanha. No valor de 100 mil euros, viabilizados por meio de um convênio entre governo do Estado e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o plano de trabalho é dividido em quatro eixos: produção de estudo consolidado das áreas de interesse comum entre o Cluster e o Medical Valley; realização de eventos de fomento à formação de parcerias entre empresas e universidades gaúchas e alemãs; viabilização de parcerias estratégicas, por parte do Medical Valley; e elaboração de modelagem para implantação de incubadoras para startups de saúde (medtechs).

Texto: Bianka Nieckel/Sdect
Edição: Gonçalo Valduga/Secom