Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Candeeiro Crioulo é aceso no Palácio Piratini e dá início à Semana Farroupilha 2025

Ato que simboliza a união dos gaúchos ocorreu na manhã deste domingo (14)

Publicação:

Gabriel e Gradaschi acenderam o candeeiro no Palácio Piatimi
Gabriel e Gradaschi acenderam o candeeiro no Palácio Piatimi - Foto: Joel Vargas/GVG

A centelha da Chama Crioula chegou neste domingo (14/9) ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, marcando a abertura oficial da Semana Farroupilha 2025. O ato contou com a presença do vice-governador Gabriel Souza, que recebeu o fogo simbólico das mãos do presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Alessandro Gradaschi, e, juntos, acenderam o candeeiro. Também participaram da solenidade o secretário da Cultura, Eduardo Loureiro, e o patrono dos Festejos Farroupilhas deste ano, Mário  Barboza de Mattos, que aos 100 anos simboliza a força e a longevidade das tradições gaúchas.

O vice-governador Gabriel Souza, que estava acompanhado pela sua esposa Talise e pela filha Dora, de sete anos, destacou a importância da preservação das tradições gaúchas. “Setembro é o mês Farroupilha. É quando paramos o Rio Grande para celebrar nossa história, nossos valores e ideais. A Revolução Farroupilha pode não ter terminado em vitória militar, mas o fato de, em 2025, vermos lado a lado um senhor de 100 anos e uma menina de sete anos comemorando juntos os princípios que nos movem, já é a maior vitória. Essa chama segue acesa porque traduz a resistência e o orgulho de um povo que carrega sua tradição como algo atemporal e vivo" destacou Gabriel.

"Chama segue acesa porque traduz a resistência de um povo que carrega sua tradição como algo atemporal e vivo", disse Gabriel
"Chama segue acesa porque traduz a resistência de um povo que carrega sua tradição como algo atemporal e vivo", disse Gabriel - Foto: Joel Vargas/GVG

Ao falar sobre o simbolismo do ato, o secretário da Cultura, Eduardo Loureiro, afirmou que “o gesto reafirma o compromisso do Estado com a preservação do patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. O 20 de Setembro representa mais do que uma data histórica: é um chamado para valorizar os vínculos de solidariedade e de resistência do povo gaúcho”.

Já o patrono dos Festejos Farroupilhas de 2025, Mário Barboza de Mattos, que completa 101 anos em dezembro, emocionou-se ao destacar o papel da juventude no cultivo das tradições. "Há quem diga que tradição é coisa dos velhos. Eu digo que não é: tradição é coisa dos jovens. Aos 100 anos, me considero jovem, porque ser jovem é não ter cumplicidade com os interesses criados no passado, mas renovar constantemente nossos ideais e conhecimentos. A guerra dos Farrapos, que muitos pensavam que duraria 10 dias e durou 10 anos, é exemplo dessa força. Façamos sempre o voto de ser jovens na preservação da nossa história", enalteceu Mattos.

Representando o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), o presidente Alessandro Gradaschi ressaltou o papel dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) na preservação cultural. “O MTG nasceu há 78 anos a partir da iniciativa de jovens que queriam preservar a cultura e a identidade gaúcha. Hoje, temos 1.700 entidades espalhadas pelo Estado, que mantêm viva a dança, a música, a pilcha e tantas outras expressões. Cada CTG é um núcleo de preservação da nossa cultura. E nunca tivemos, na história do movimento, um apoio tão forte do governo estadual. Esse apoio garante que as tradições sigam vivas e que a chama siga ardendo em nossos corações", reconheceu.

O patrono dos Festejos Farroupilhas deste ano é Mário Barboza de Mattos, que aos 100 anos simboliza a força e a longevidade
O patrono dos Festejos Farroupilhas deste ano é Mário Barboza de Mattos, que aos 100 anos simboliza a força e a longevidade - Foto: Joel Vargas/GVG

Gerada e distribuída em agosto, em Caxias do Sul, as centelhas da Chama Crioula foram conduzidas por cavalarianos e mantêm-se acesas em todos os municípios gaúchos. O acendimento do candeeiro no Palácio Piratini, ao toque do Clarim da Vitória, simboliza a união dos gaúchos em torno de sua história, identidade e tradições.

Após a solenidade, os Sentinelas da Chama, cavalarianos da 1ª Região Tradicionalista (RT), seguiram o percurso tradicional, distribuindo a centelha a outras instituições públicas, como a Assembleia Legislativa, o Quartel-General da Brigada Militar, a Prefeitura de Porto Alegre e o Palácio da Polícia. A cavalgada encerrou no Parque Harmonia, no Acampamento Farroupilha da Capital.

Chama Crioula

Reconhecida por lei estadual como patrimônio cultural imaterial do Estado e símbolo da cultura regional gaúcha, a primeira Chama Crioula foi acesa em 7 de setembro de 1947, em Porto Alegre, pelo Grupo dos Oito, liderado por Paixão Côrtes. Originada a partir de uma centelha da Pira da Pátria e mantida em uma Ronda Crioula no Colégio Júlio de Castilhos, a Chama simbolizava a união do Rio Grande do Sul com o Brasil, dando início à tradição de sua guarda durante a Semana Farroupilha.

Desde então, o fogo tornou-se um dos símbolos centrais do tradicionalismo gaúcho, sendo reverenciado anualmente na abertura das comemorações farroupilhas. Até hoje, gaúchos e prendas percorrem longas distâncias a cavalo para buscar uma centelha da chama original, mantendo viva uma tradição que celebra as raízes culturais e históricas do Estado.

Neste ano, a participação dos cavalarianos das 30 RTs na geração e distribuição da Chama Crioula teve apoio do governo do Estado, por meio da Sedac. Foram destinados R$ 300 mil, com um modelo inédito de financiamento, contribuindo para que a centelha da Chama chegasse a todos os municípios gaúchos. Sobre o apoio do governo do Estado, o vice-governador ressaltou que "apoiar a cultura e os CTGs é garantir que essa herança siga forte, para que possamos transmitir adiante o que nos torna únicos como gaúchos."

Sobre os Festejos Farroupilhas

Os Festejos Farroupilhas celebram anualmente a Revolução Farroupilha (1835–1845), um movimento marcante na identidade política e cultural do Rio Grande do Sul. Organizados por uma Comissão Especial desde 2020, com apoio da Sedac e do MTG, os Festejos se estendem de agosto a setembro, incluindo o Acendimento da Chama Crioula e o Acampamento Farroupilha, reunindo Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), piquetes e manifestações culturais tradicionais.

Para a edição de 2025, a Comissão Organizadora definiu como tema “Ondas curtas para uma história longa – O centenário de Darcy Fagundes e os 70 anos do Grande Rodeio Coringa”, prestando homenagem aos 100 anos de nascimento do comunicador e declamador Darcy Fagundes e celebrando sete décadas do emblemático programa de rádio “Grande Rodeio Coringa”. O patrono escolhido é o engenheiro agrônomo, jornalista, escritor e artista plástico Mário Barboza de Mattos, figura importante desde os primórdios do MTG e primo de Barbosa Lessa, de reconhecidas contribuições à cultura gaúcha.

Texto: Juliane Pimentel/Ascom GVG e Ascom Sedac
Edição: Secom

Portal do Estado do Rio Grande do Sul