Arquivo Público promove jornada sobre ditaduras e direitos humanos
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Com uma programação que se estende por três dias, continua nesta quarta-feira (30), no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (Apers), a III Jornada de Estudos sobre Ditaduras e Direitos Humanos. O evento é bianual e promovido em parceria com a Associação de Amigos do Apers e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), por meio do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História.
Nessa terceira edição, a jornada conta com 110 inscritos, a maior parte estudantes de História, Direito, Arquivologia e Psicologia. Entre seus principais objetivos, estão os de oportunizar espaço para a difusão da produção intelectual sobre ditaduras e segurança nacional na América Latina, sobre direitos humanos e ações relacionadas à gestão documental de acervos relacionados ao tema. A ideia é promover a interação de pesquisadores - interna e com a sociedade -, divulgando locais de pesquisa, seus respectivos acervos, estimulando a produção e o compartilhamento de conhecimentos.
"Fomos parabenizados pela Presidência da República e pela Secretaria da Justiça por essa iniciativa", relatou a diretora do Apers, Débora Flores, ao abrir o evento. Débora criticou as recentes manifestações nas ruas com pedidos de volta da ditadura, destacando que não podemos mais aceitá-las. A diretora ressaltou a importância da iniciativa, tanto para divulgar o acervo do Apers, que inclui processos administrativos de indenizações de ex-presos políticos, quanto para reforçar os valores democráticos da sociedade.
Após a solenidade de abertura, a historiadora do Apers Clarissa Sommer fez a mediação da mesa "Cone Sul: arquivos da repressão e da resistência e Operação Condor", da qual participaram Enrique Serra Padrós, doutor em História e professor da Ufrgs, e Glaucia Konrad, doutora em Arquivologia e professora da Universidade Federal de Santa Maria.
"Vivemos e pensamos na nossa realidade e o nosso momento atual, mas também temos a responsabilidade de olhar para o passado", disse Enrique Padrós. "Nossos temas são muito sensíveis, principalmente quando se trata de nosso passado traumático", acrescentou.
O historiador reconheceu ainda a qualidade da administração do Arquivo Público, apesar das trocas de governo e da dificuldade de infraestrutura. A jornada, que se iniciou nessa segunda-feira (29), prossegue até sexta-feira (1º), com atividades pela manhã, tarde e noite.
Confira a programação completa
Texto: Ascom/Smarh
Edição: Cristina Lac/Secom