Arquivo Público apresenta catálogo de materiais sobre população LGBTQIAPN+
Pesquisa levantou documentos preservados na instituição relativos ao período entre 1942 e 1964
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O Arquivo Público do Rio Grande do Sul (Apers), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), apresenta, na quinta-feira (29/6), o Arquivo LGBTQIAPN+: Levantando documentos para outras histórias. Composto pela seleção de 161 processos-crime instaurados entre 1942 e 1964 em Porto Alegre e em cidades gaúchas de pequeno e médio porte, o catálogo busca preservar a história da comunidade LGBTQIAPN+. O lançamento será transmitido ao vivo pelo canal do Apers no YouTube, às 14h, e não há necessidade de inscrição prévia.
O responsável pelo catálogo é o historiador do Apers Rodrigo de Azevedo Weimer, que levou seis anos para concluí-lo, incluindo uma etapa realizada durante a pandemia. O corte cronológico do estudo começa com a vigência do código penal, em 1941, e finaliza com o golpe civil-militar de 1964. “A maior parte da historiografia sobre LGBTQIAPN+ se concentra em períodos mais contemporâneos, para os quais existem mais fontes documentais disponíveis. Por essa razão foi feita a opção de disponibilizar processos de um período um pouco anterior”, explica Weimer.
Para o historiador, o lançamento do catálogo possibilita a expansão do campo de estudos sobre a comunidade LGBTQIAPN+, além de ajudá-la a se apropriar da própria história. “Reconstituir os vínculos de uma ancestralidade sócio-histórica é muito importante para a luta dos movimentos sociais por direitos de cidadania. Pelo que sabemos, esta é uma iniciativa única e pioneira entre os arquivos públicos brasileiros”, ressalta o historiador.
Apresentação
Além do autor da pesquisa, participarão da live de lançamento do catálogo o historiador e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Benito Schmidt, a historiadora e pesquisadora independente Rita Colaço-Rodrigues, o pesquisador independente sobre memórias LGBTQIAPN+ Luiz Morando e o arquivista, historiador e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Chico Cougo. Após a apresentação, haverá um bate-papo, quando o público poderá interagir por meio da seção de comentários do YouTube.
Após o lançamento, o documento ficará disponível no site do Arquivo Público.
Texto: Karine Paixão, Ascom/SPGG
Edição: Felipe Borges/Secom