Adolescentes da FASE dão vida a esculturas em oficina de pintura em gesso
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O local onde acontece a Oficina de Pintura em Gesso, no Centro de Convivência e Profissionalização (Ceconp) da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) possui duas características marcantes: o cheiro de tinta e a diversidade de cores utilizadas para dar vida às peças que chegam sem cor e sem expressão às mãos dos adolescentes. Realizada no turno da manhã, a atividade reúne cerca de sete alunos. Eles fazem pintura em gesso dos mais diversos tipos de esculturas, entre elas figuras humanas, peças sacras, animais e quadros.
Na chegada do adolescente à oficina, a instrutora de artes, Terezinha Pires, ou Dona Tetê, como é carinhosamente chamada por todos do Ceconp, entrega uma peça para que o jovem realize pintura livre. Nesse primeiro contato, ela identifica a capacidade do adolescente de exercer sua criatividade e de combinar e conhecer as cores. Já no desenvolvimento da pintura da segunda peça, Dona Tetê orienta o jovem indicando quais os pontos do objeto devem receber mais atenção. Durante a confecção das peças seguintes, ela começa a ensinar técnicas de pintura, respeitando o ritmo de aprendizagem e de trabalho de cada um.
Duração da Oficina
A Oficina de Pintura em Gesso não possui um tempo estipulado em semanas ou meses, mas sim em módulos. São eles: o básico, intermediário e o curso completo. Por se tratar de um laboratório que exige dos jovens esforço e bom desenvolvimento, Dona Tetê decidiu estruturar a oficina desta forma, respeitando o progresso dos adolescentes.
No módulo básico, os participantes colocam em prática os primeiros passos da pintura. Durante o nível intermediário, são ensinadas técnicas diferenciadas da pintura em gesso, como a utilização do pincel seco. E, no último nível, os jovens já estão aptos a auxiliar aqueles que estão ingressando na oficina. "Geralmente, os adolescentes que passam por aqui sempre se formam. É difícil algum menino desistir da oficina, porque eles gostam muito. Eu até brinco, dizendo que gostam mais de mim do que da própria oficina", conta Dona Tête.
Os jovens também aprendem a restaurar peças em gesso. A instrutora conta que muitas pessoas a procuram dizendo que possuem material de valor sentimental com defeitos e perguntam se há possibilidade de restauração. "Sempre digo que há como reconstruir uma peça, mas deixo bem claro que os meninos ainda estão aprendendo a restaurar. As pessoas parecem não se importar com isso", diz a instrutora.
Peças à venda
Assim como na Oficina de Costura, as peças feitas pelos jovens também são destinadas para venda em feiras de artesanato. A cada três pinturas feitas pelos adolescentes, duas ficam no Ceconp e uma é entregue a eles. O valor arrecadado na venda das peças é revertido para a compra de materiais extras para a oficina. A FASE disponibiliza os materiais básicos, mas os adolescentes, com o intuito de aprimorar os trabalhos com detalhes em brilho e pedraria, utilizam bijuteria, tintas especiais, purpurina e até mesmo folhas de ouro.
Pintura como terapia
Durante a oficina, volta e meia alguns dos jovens começam a cantar e em seguida os demais entram no ritmo da melodia. Quando questionados por que frequentam as aulas, a resposta de todos é a mesma: "Porque aqui a gente pode esquecer dos nossos problemas".
Texto: Ascom/FASE
Edição: Rui Felten/CCo