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Abertura oficial da colheita da laranja em Miraguaí

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A região do Alto Uruguai é considerada, atualmente, a que apresenta as melhores condições de produzir laranja no Rio Grande do Sul, conforme dados apresentados pelo coordenador estadual do Profruta/RS e gerente adjunto da Gerência Técnica da
Abertura oficial da colheita da laranja em Miraguaí
A região do Alto Uruguai é considerada, atualmente, a que apresenta as melhores condições de produzir laranja no Rio Grande do Sul, conforme dados apresentados pelo coordenador estadual do Profruta/RS e gerente adjunto da Gerência Técnica da Emater/RS-Ascar, Paulo Lipp João, para cerca de 160 pessoas que lotaram o salão da comunidade de Linha São Paulo interior de Miraguaí, durante a abertura oficial da colheita da laranja, na quinta-feira (12). “Aqui é onde faz mais calor durante o ano e um pouco de frio, que dão cor e sabor à fruta, e onde se pode obter uma produtividade de 40 mil quilos por hectare”, justificou Lipp. Em comparação com a região do Vale do Caí, onde a tradição de comercializar frutas cítricas já dura mais de um século, a região do Alto Uruguai está apenas começando, tendo iniciado a produzir comercialmente a fruta há pouco mais de uma década. “Esta é uma região onde a cultura da soja tem mais de 50 anos e que ainda vê a fruticultura como uma atividade secundária. Mas há um grande potencial para o plantio não apenas da laranja, mas de abacaxi, banana, figo, uva, pêssego e bergamota”, completou o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, Gilberto Pozzobon. A comercialização, grande problema dos produtores, tem obtido avanços em Miraguaí. “Nos organizamos e dispensamos o atravessador. Hoje estamos vendendo o quilo da laranja a R$ 0,15 para uma indústria de Montenegro. Isso rendeu ao nosso grupo R$ 7 mil a mais do que conseguíamos vendendo a fruta a R$ 0,10”, disse o agricultor Orlando Duncke. Na década de 1990, Duncke chegou a destruir 150 pés de laranja em protesto contra os R$ 0,03 que o mercado oferecia pelo quilo da fruta. “Se arrependimento matasse estaríamos embaixo da terra”, brincou o filho Douglas, que, assim como o pai, espera colher 20 toneladas dos 403 pés de laranja que restaram no pomar de um hectare da família Duncke. Já o produtor Evalte Borth se arrepende de outra coisa. “Eu tenho 74 anos e lamento não ter começado a plantar laranja quando eu era mais moço”, brincou ele. Há cerca de quatro anos, Borth seguiu a orientação da Emater/RS-Ascar e adubou os 500 pés de laranja que estavam praticamente abandonados na propriedade. As plantas responderam com um aumento de produtividade, de 5 mil quilos por hectare, estão produzindo cerca de 26 mil. “É viável a recuperação dos pomares e a comercialização da fruta. Mas o produtor tem que se conscientizar de que esta é uma atividade de longo prazo. O produtor que tira 20/30 mil quilos por hectare não pode reclamar por ter que meter a mão no bolso para investir R$ 500 no pomar”, disse o extensionista da Emater/RS-Ascar de Miraguaí, José Rubens Hermann dos Santos. “A fruticultura, assim como as agroindústrias familiares e o leite são três das nossas grandes prioridades na região”, disse o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar de Ijuí, Peri Osmar Korb, ao parabenizar a região e os produtores de 15 municípios que estavam presentes ao evento. “Miraguaí é o maior produtor de laranja da Região Celeiro com 35 hectares plantados. Vamos nos propor um desafio, o de promover, no ano que vem, a festa da laranja”, vislumbrou a prefeita Fátima Fink. A partir de agosto, outros 17 hectares serão cultivados com novas mudas de laranjas no município. “São todas certificadas, vendidas em sacolas”, assegurou o representante comercial da empresa que está fornecendo as mudas, Ernani Zimmermann. Mercado e comércio para citros O Brasil é o maior produtor mundial de citros, à frente da China e dos Estados Unidos. Já o Rio Grande do Sul é o sexto maior produtor de laranja e o terceiro maior produtor de bergamota. Para entrar no mercado, o produtor precisa saber, em primeiro lugar, o que o cliente quer. “O consumidor do sul gosta de frutas grandes. Já o consumidor do nordeste leva em conta se a fruta é doce”, exemplificou Paulo Lipp João. A qualidade, a pontualidade e a regularidade nas vendas, também foram apontadas como fatores decisivos para quem quer se manter no mercado.
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