A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac), transporta o público, no sábado (13/4), para o berço da música clássica, Viena. Alguns dos mais célebres moradores da cidade nos séculos 18 e 19 – Antonio Salieri, Wolfgang Amadeus Mozart e Franz Schubert – compõem o programa do Concerto Clássico. O evento começa às 17h, na Sala Sinfônica da Casa da Ospa, com transmissão ao vivo pelo canal da orquestra no YouTube. Os ingressos podem ser adquiridos pela Sympla, por valores entre R$ 10 e R$ 50. 

Após uma grande apresentação em 2022, o maestro Christian Baldini, diretor musical das orquestras sinfônicas de Camellia e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, retorna para reger a Ospa. Dois músicos renomados de Porto Alegre serão os solistas: o pianista Max Uriarte e a cantora lírica Elisa Machado.

Natural da Argentina, mas radicado nos Estados Unidos, Christian foi convidado para reger o programa, que traz obras pouco tocadas nas salas de concerto brasileiras. Escritas por um trio de compositores que viveu em Viena na mesma época, também apresentam forte ligação com a música italiana. “A relação musical entre esses três compositores é realmente interessante, e para mim será um prazer reger as três obras, muito frescas e belas”, comenta o maestro.

O renomado pianista gaúcho Max Uriarte abre a apresentação de sábado como solista do “Concerto para Piano e Orquestra em Dó Maior”, do italiano Antonio Salieri (1750-1825). Foi ele mesmo quem estreou essa obra na América do Sul, em 2007. Uriarte completou sua formação pianística em Zurique e Viena, onde morou por mais de dez anos. Ele também atua como solista da obra seguinte, a ária de concerto “Ch'io mi scordi di te”, de W. A. Mozart (1756-1791), e conversa com o público antes de subir ao palco, detalhando o repertório na palestra do projeto Notas de Concerto, às 16h, na Sala de Recitais. 

Segundo Max, “Ch'io mi scordi di te” combina, de forma genial e inusitada, os gêneros do concerto para piano e a ária de ópera séria. “Composta como um dueto entre Mozart – um pianista virtuoso – e sua amiga Nancy Storace – cantora de ópera altamente renomada que se despedia de Viena –, essa ária celebra artisticamente o afeto que os unia”, conta. No palco da Ospa, o papel de Nancy Storace caberá a Elisa Machado, uma das grandes sopranos em atuação no Rio Grande do Sul. A cantora se juntará a Max e à orquestra como solista da obra. 

O programa do dia é encerrado com a terceira sinfonia de Franz Schubert (1797-1828). Aluno de Antonio Salieri, Schubert foi muito influenciado pela música italiana. “Schubert compôs a sua ‘Sinfonia nº 3’ quando tinha somente 18 anos, em um período de sua vida na qual a influência de outro importante compositor italiano, Rossini, estava muito presente, como se pode escutar nessa sinfonia”, explica Baldini.

Christian Baldini (regente - EUA/Argentina/Itália)

Christian Baldini é diretor musical das orquestras sinfônicas de Camellia (em Sacramento) e da Universidade da Califórnia (em Davis, onde também atua como professor), nos Estados Unidos. Em temporadas recentes, atuou como regente assistente na BBC Symphony, de Londres, e na San Francisco Symphony. Recebeu críticas entusiasmadas da BBC Music Magazine e The Guardian, entre outras publicações, por sua gravação de Mozart com a Scottish Chamber Orchestra. Venceu o Seoul International Competition for Composers (Coreia do Sul, 2005) e muitas outras premiações. 

Elisa Machado (soprano - Brasil)

A soprano Elisa Machado é Bacharel em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Concluiu também os cursos Básico de trompete e Avançado de canto no Conservatório Pablo Komlós da Ospa, além de participar de oficinas e cursos de aperfeiçoamento desde o início de sua formação. Lecionou canto no curso de extensão da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), foi professora substituta na UFRGS em dois períodos distintos, além de trabalhar na preparação vocal de coros. Tem se apresentado em recitais e concertos com as principais orquestras do Estado. Em 2014, recebeu o 1º Prêmio no 12º Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas, mesmo ano em que prestou concurso para a Ospa, onde trabalha junto ao Coro Sinfônico desde então.

Max Uriarte (piano - Brasil)

Estudou piano na Hochschule für Musik de Viena e no Konservatorium und Musikhochschule de Zurique, onde concluiu com o Konzertreifediplom. Entre seus mestres estão Caio Pagano, Emma Jiménez, Carmen Graf-Adnet, Jürg von Vintschger e Hans Graf (no Mozarteum de Salzburgo). Atua como solista de importantes orquestras brasileiras como a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), a Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) e a Ospa, entre outras. É Coordenador de Música de Câmara do Festival Internacional SESC de Música de Pelotas e atua como camerista ao lado de nomes como Christoph Hartmann, Michel Lethiec, Wally Hase, Davide Alogna e principalmente com Eiko Senda e Fabio Presgrave, com quem tem se apresentado em importantes palcos brasileiros, como a Sala Cecília Meireles (RJ).

Concerto Clássico

Quando: sábado (13/4), às 17h; a Palestra Notas de Concerto começa às 16h, com Max Uriarte.
Onde: Casa da Ospa (Caff - av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre).
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50. 
Descontos: ingresso solidário (com doação de 1kg de alimento), clientes Banrisul, Amigo Ospa, associados AAMACRS, sócio do Clube do Assinante RBS, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.
Bilheteria: via Sympla ou na Casa da OSPA no dia do concerto, das 12h às 17h.
Estacionamento: gratuito, no local.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 6 anos.
Transmissão ao vivo: às 16h (Notas de Concerto) e às 17h (concerto) no canal da Ospa no YouTube.

O evento disponibiliza medidas de acessibilidade. 

Programa

Antonio Salieri | “Concerto para Piano e Orquestra em Dó Maior”
(Cadenzas: Max Uriarte)

Wolfgang Amadeus Mozart | “Ch’io mi scordi di te?, K. 505”

Intervalo

Franz Schubert | “Sinfonia nº 3 em Ré Maior, D. 200”