Técnicos visitam área da Ceasa onde será construída usina de biogás
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Analistas de serviços técnicos e tecnológicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/RS) visitaram, na segunda-feira (25), as obras de construção da Estação de Manejo e Transbordo da Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), uma edificação de alvenaria com 440m² localizada na área do complexo.
Após o término dessa obra, prevista até o final do ano, será possível desenvolver a segunda etapa do projeto de desenvolvimento de uma Usina Modular de Biogás de 660 KVA, com gerenciamento remoto, por meio automático ou humano, atendendo os conceitos de smart grid.
O valor total do projeto para a aplicação na Usina de Biogás é de R$ 3,37 milhões, sendo R$ 2,6 milhões para a compra de equipamentos que serão adquiridos pela CEEE. O restante caberá ao Senai-RS e à Ceasa, responsáveis por implementar a usina desde o fornecimento da área física para a instalação, operação e manutenção, além da provisão do material para o funcionamento, como um triturador para biomassa.
A parceria entre a Ceasa com o Grupo CEEE e o Serviço Nacional da Indústria (Senai/RS), por meio do Conselho Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL), Centro de Excelência em Tecnologias Avançadas (Ceta), Escola Senai Nilo Bettanin e pela Faculdade Senai de Tecnologia, que desenvolveu uma bactéria específica para deteriorar hortigranjeiros, é resultado de uma chamada estratégica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e faz parte dos investimentos que as distribuidoras de energia elétrica devem fazer na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
A partir do próximo ano, atendendo à Lei Nacional de Resíduos Sólidos, apenas os resíduos sem viabilidade econômica para a recuperação deverão ser depositados em aterros sanitários, e lixões a céu aberto e aterros controlados deverão ser fechados. A usina dará destino energético a 7,2 milhões de toneladas/ano de resíduos da Ceasa.
No ano passado, cerca de 38 toneladas/dia de resíduos foram produzidas, equivalentes à produção diária de uma cidade de 50 mil habitantes. Além da energia gerada (660 KVA), suficiente para um condomínio com cerca de 250 habitantes, não será mais preciso o deslocamento do transporte dos resíduos da Central para o aterro sanitário, evitando também a emissão de 38 toneladas de carbono/ano.
Segundo Donatti, a meta com a construção da usina de biogás e, posteriormente, de biofertilizante é aproveitar 70% do lixo orgânico produzido no complexo, com o objetivo de gerar até 30% de seu consumo energético. Outro benefício, além da sustentabilidade, é a contribuição da Ceasa no acréscimo na matriz energética nacional. O projeto gaúcho poderá servir de exemplo para uma política nacional para tratamento dos resíduos de hortigranjeiros nas 29 Centrais de Abastecimento existentes no Brasil, avalia o presidente da Ceasa.
Texto: Marisa Ribeiro
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305