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Suécia ensina como transformar tecnologia em negócios

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Ericsson, Suécia, missão internacional ELMI
Na Ericsson, que aposta no mercado de 5G, o grupo conheceu um sistema para monitorar o tráfego urbano e o transporte - Foto: Alexandre Elmi / Secom

O foco do primeiro dia da visita da missão governamental e empresarial do Rio Grande do Sul à Suécia foi conhecer como a tecnologia aplicada a situações cotidianas está transformando a vida das pessoas e alimentando novos negócios. Na sede da Ericsson, o grupo conheceu o investimento da empresa em 5G, a próxima fronteira da conexão digital entre dados, pessoas e máquinas. Antes, no Research Institutes of Sweden (Rise), a principal organização de pesquisa aplicada do país, algumas linhas de inovação foram compartilhadas com a comitiva.

A gigante sueca Ericsson, atualmente um dos grandes fornecedores globais de redes e sistemas de conexão, aposta no promissor mercado de 5G. Recebidos por Carl Jeding, diretor de Relações com Governos e Indústrias, o grupo conheceu como a Ericsson entende as possibilidades tecnológicas abertas pelo sistema 5G. Conforme projeção da empresa, em 2024 haverá 8,8 bilhões de assinaturas de celular no planeta, das quais 1,9 bilhão serão 5G.

Ainda que a tecnologia não esteja disseminada e exija tanto investimento quanto a resolução de questões técnicas para a sua implantação efetiva, o 5G apresenta-se como uma base propulsora para a conexão em alta velocidade, com flexibilidade para suportar situações em que a troca de dados seja crítica. Como o fluxo de dados deve crescer 500% até 2024, um salto exponencial, algumas companhias estão apostando na implantação da nova geração de rede de alta velocidade para dar suporte ao crescimento.

Conforme Jeding, 15,8% das patentes desenvolvidas pela Ericsson são para fazer avançar a tecnologia 5G. Além de aplicações industriais, em cidades inteligentes e na integração robótica, as redes 5G serão capazes de proporcionar a base para uma troca tão intensa de dados que ainda não é possível prever seus resultados quando estiver implantada e funcionando em escala. “O ponto fundamental é que o 5G não é uma só uma plataforma para comunicação, mas uma plataforma para inovação”, disse Jeding.

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Comitiva gaúcha no Research Institutes of Sweden (Rise), principal organização de pesquisa aplicada do país - Foto: Alexandre Elmi / Secom

Na Rise, o vice-presidente Sandor Albrecht apresentou um panorama das pesquisas da instituição, focada em aplicações práticas. “A Suécia teve de encontrar um espaço de desenvolvimento sobre o que fazer com os dispositivos, pois o mercado de dispositivos continuará a ser dominado pelos EUA e pela China”, explicou Albrecht. O caminho foi encontrado a partir de uma intensa parceria entre empresas, governo e universidades, com foco no desenvolvimento de novos negócios. No caso da Rise, 51% do orçamento é garantido pela receita gerada de empreendimentos que decorrem de pesquisas.

Albrecht detalhou algumas pesquisas em curso, com foco em cidades inteligentes, como o City e a Plataform (CaaP), saúde e defesa cibernética. Uma das preocupações da Rise, conforme Albrecht, é promover um ciclo sustentável e consistente de investigação científica e tecnológica, com preocupações que também atingem a questão ética: “É preciso colocar a sociedade no centro do que estamos fazendo”.

Curativos e drones 

Já Mats Sandberg traçou um panorama das pesquisas conduzidas pela Universidade de Linköping na área de impressão inteligente de materiais, que tem encontrado soluções inovadoras na produção de circuitos integrados e em tecidos inteligentes, como curativos capazes de indicar que precisam ser trocados. Por fim, Åke Sivertun, da mesma instituição, apresentou como a Suécia investe para aprimorar o funcionamento de drones, inclusive com a criação de um campo de provas para fazer testes. De acordo com ele, o mercado de drones é de US$ 123 bilhões e ainda desafia a pesquisa, como no aprimoramento da conexão com redes de dados.

O secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, destacou que instituições como a Rise são essenciais para conectar pesquisadores e universidades a indústrias. “É uma forma de aproximar as empresas de ecossistemas tecnológicos”, afirmou. O dia terminou com uma recepção na Embaixada do Brasil em Estocolmo, com duas palestras sobre os ambientes de inovação que transformaram a Suécia em referência mundial na aproximação entre empresas, governos e universidades.

Donnie Lygonis apresentou o ecossistema da KTH Academia Real de Tecnologia de Estocolmo. Já a brasileira Ângela Sanseverino, especialista em relações internacionais e vinculada à Universidade de Linköping, comentou os principais programas e parcerias da instituição. Ela elogiou a missão do Rio Grande do Sul, pelo pioneirismo de enxergar a Suécia como um potencial parceiro para projetos de inovação e pelo fato de o grupo ser composto por representantes da chamada “tríplice hélice”, o governo, as empresas e as universidades.

O embaixador do Brasil na Suécia, Nelson Antônio Tabajara de Oliveira, explicou o sucesso do país nórdico no desenvolvimento de tecnologia, que pode servir de lição para o RS: “A Suécia teve estratégia. Não foi sorte, nem acidente. Foi planejamento. A Suécia entendeu o que é no mundo. Se não tiver na ponta da tecnologia, vai perder para as potências”.

Texto: Alexandre Elmi/Secom
Edição: Patrícia Specht/Secom

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