O pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia) é uma árvore nativa que ocupava grandes áreas do Planalto do Rio Grande do Sul. Devido ao corte indiscriminado, ela se encontra na lista das espécies ameaçadas de extinção. Para tentar reverter este quadro, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) lançará a Campanha de Repovoamento da Araucária na abertura da Semana Estadual do Meio Ambiente no dia 5 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente, em Barão de Cotegipe, região Norte do Estado. O evento ocorre a partir das 9h, na escola Estadual São José Povoado Sérvia. Na ocasião, também será realizado o II Seminário Estadual do Meio Ambiente. Do dia 6 ao dia 13, ocorrerão lançamentos regionais da Campanha em Passo Fundo, Carazinho, Nova Prata, Caxias do Sul, Vacaria e Planalto, com a coordenação das Agências Florestais da Sema situadas nestes municípios e em Barracão, através do Parque Estadual de Espigão Alto. Sementes e mudas Com o chamamento Plante o Pinheiro Brasileiro, o Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) da Sema fará a distribuição de 20 toneladas de sementes da espécie - o pinhão, em cerca de 300 municípios. A previsão é de que a campanha provoque o surgimento de 1,5 milhão de novos pinheiros. Também serão distribuídas mudas para plantios simbólicos. De acordo com o Inventário Florestal do Rio Grande do Sul, embora a área de florestas tenha aumentado, o pinheiro brasileiro sofreu diminuição no número de árvores e no seu volume (altura e espessura) por hectare. Em 1983, por exemplo, o número de árvores por hectare era de 73 e em 2001 reduziu para 37. Isto se deu em conseqüência do corte das unidades com maior diâmetro e vem provocando a fragmentação e o isolamento das florestas nativas, alterações na sua estrutura e diversidade genética, além da extinção de espécies da flora e fauna. Características O pinheiro brasileiro é de grande porte, podendo alcançar até 50 metros de altura, atingindo a parte superior da floresta. Quando jovem, possui a copa em forma de cone e na idade adulta o seu tronco reto ramifica-se apenas no topo, tomando o formato de taça. Uma araucária demora 15 anos para produzir pinhões que, atualmente, têm sido bastante utilizados na culinária. Quando o plantio do pinheiro brasileiro é feito em áreas consideradas de preservação permanente (topo de morros, encostas, ao redor de cursos dágua, nascentes, platôs) as árvores não poderão ser aproveitadas economicamente no futuro. Já aquelas árvores plantadas fora de áreas de preservação, terão o seu aproveitamento garantido no futuro. Não é recomendado o plantio para arborização urbana. Espécie exclusivamente brasileira Todas as espécies de araucária encontram-se no Hemisfério Sul, mas a Araucaria angustifolia (pinheiro brasileiro) existe apenas no Brasil e em pequenas áreas da Argentina e do Paraguai. No Rio Grande do Sul, predomina no Planalto e em regiões com altitudes superiores a 500m. Atualmente o pinheiro está valendo mais em pé, produzindo pinhão, do que cortado, vendido como madeira. A cutia (mamífero) é a principal responsável pela disseminação do pinheiro, pois enterra o pinhão para comê-lo depois. Desta prática, nascem novas araucárias. O grimpeiro (ave) representa a simbiose perfeita com a floresta, comendo larvas que atacam a araucária.