O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, confirmou a existência de casos de dengue em Giruá, no Noroeste do Rio Grande do Sul. O resultado era esperado pela Secretaria da Saúde (SES), que já tinha tomado medidas para controle de epidemia, desde o surgimento dos primeiros indícios da doença na região. Em Giruá, havia 117 notificações até o final da tarde desta sexta-feira (20). Outros municípios da região também apresentam suspeitas, que serão avaliadas em laboratórios: Santa Rosa (4), Três de Maio (8), Tucunduva (2), Campina das Missões (2), Boa Vista do Buricá (1), Independência (1) e Santo Cristo (1). Fora o caso de Giruá, nenhum outro está confirmado ainda. Algumas das pessoas que podem ter contraído dengue viajaram para fora do Estado. Com a confirmação dos diagnósticos em Giruá, o governo do Estado, através da SES, está reforçando o Plano de Emergência Sanitária e de Enfrentamento da Dengue no Noroeste gaúcho. Na tarde desta sexta-feira (20), o secretário Osmar Terra esteve na região. Visita Terra visitou pacientes no Hospital São José, entre eles os irmãos Lucas, de 14 anos, e Bárbara Hasse, de 9, moradores do bairro Santa Fé, em Giruá. O secretário também esteve no bairro Hortêncio, onde acompanhou a aplicação de inseticida. Conforme Terra, nos próximos dias os agentes vão repetir a operação de combate a focos do Aedes Aegypti (o mosquito causador da dengue) em todas as residências de Giruá e em cidades vizinhas. Técnicos estão fazendo blitze também em ferros-velhos, cemitérios e borracharias, lugares onde há grande infestação de larvas do mosquito. A intenção é isolar as áreas onde forem encontrados larvas e mosquitos. No Noroeste, atuam mais de uma centena de agentes. Também está em atividade um mutirão integrado por oficiais do Exército, profissionais das secretarias municipais de Saúde da região e do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, além de técnicos do Ministério da Saúde. Combate O Rio Grande do Sul possui dois mil agentes de saúde no combate à dengue. Nos últimos três anos, o número de municípios infestados com o mosquito transmissor caiu de 61 para 41. Dos 496 municípios gaúchos, mais de 90% estão livres do Aedes Aegypti. Os casos de Giruá são os primeiros no Rio Grande do Sul adquiridos dentro do próprio território (autóctones). Mas de acordo com o secretário Osmar Terra, não há motivos para alarme, mas, sim, para atenção redobrada por parte da população gaúcha. Terra alerta que o cuidado deve ser ainda maior nas regiões Noroeste e Metropolitana de Porto Alegre, onde existem muitos focos do mosquito transmissor da dengue. Os primeiros casos de dengue no RS surgiram em uma região a apenas 60 quilômetros da Argentina, país que registra casos da doença. Isso, explica Terra, pode ter facilitado o trânsito do vírus, assim como a circulação de caminhões transportadores vindos do Mato Grosso do Sul, onde houve epidemia recentemente. O verão prolongado no Sul, com muito calor e chuvas freqüentes, também foi determinante para a proliferação do inseto”, avalia o secretário. Campanha Em uma tarde, o mosquito transmissor da dengue pode picar mais de 20 pessoas, contaminando todas. Para melhor esclarecer os gaúchos sobre os cuidados que devem tomar, o governo estadual lançou nesta sexta-feira (20) uma campanha de mídia. A população tem de estar consciente do perigo de deixar água limpa parada em pneus, latas, vasos de plantas ou em qualquer outro lugar onde o inseto possa se proliferar, diz Terra. Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça e nos olhos, manchas avermelhadas na pele, dores musculares e articulares, sangramento de nariz ou gengiva. Havendo os sintomas, deve ser procurado um posto de saúde. Nenhum medicamento à base de ácido acetil salicílico deve ser consumido. Terra lembra que é importante saber que a dengue não é transmitida de uma pessoa para outra.