Santo Ângelo sedia a décima reunião do Plano Energético pelo RS
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A Secretaria de Minas e Energia promoveu, nessa quarta-feira (24), a décima reunião preparatória do Plano Energético, no município de Santo Ângelo, na sede da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai (URI).
O prefeito em exercício de Santo Ângelo, Nader Hassan Awad, disse que, ao ouvir os municípios, a secretaria está dando um bom passo para uma boa gestão. "É preciso que se comece um planejamento para passar a luz monofásica para trifásica e que isso chegue ao campo num futuro próximo, que seja financiado pelo governo, em parceria com os municípios ou outras formas", disse.
O presidente da Associação dos Municípios das Missões, prefeito de Giruá, Ângelo Tomas, afirmou que a região aguarda informações sobre a obra da usina de Garabi/Panambi, a mais importante demanda da região e "uma grande saída para o aumento da energia". Citou ainda a possibilidade de instalação de um parque eólico na região, numa parceria inédita entre quatro cooperativas de energia, e a vinda de uma usina termoelétrica movida à biomassa, nos mesmos moldes da usina recentemente inaugurada em Minas do Leão. "Com relação ao meio rural, ele é para nós o mesmo que significa um parque industrial para a Região Metropolitana. Precisamos da luz trifásica. Ela não servirá para evoluirmos, mas para cessar a involução no campo", afirmou.
José Cláudio Lourega Reis, presidente do Corede, afirmou que "a questão energética é atualíssima e estratégica para a região". O principal problema, na avaliação dele, está na qualidade da energia. "Se pensamos em desenvolvimento, a energia tem que estar junto", afirmou. Para ele, "não podemos ficar esperando, pois as barragens não vão resolver todos os problemas. Temos as PCHs e, na prática, essas obras tem-se mostrado ineficientes. É o momento de usarmos fontes alternativas, pesquisar - através das nossas universidades - e implantar fontes alternativas para racionalizar e democratizar o uso da energia. Vamos enfrentar, em breve, sérios problemas se não buscarmos uma solução para o problema", disse.
"Essa região é mais deficiente na incidência de chuvas. A cada sete ou oito anos temos pelo menos quatro ou cinco secas. Por isso, a principal necessidade aqui é luz. Produtores de leite e carne necessitam de luz para produzir. Precisamos melhorar a infraestrutura no interior, para fixar a população, e é preciso que os secretários de Estado olhem mais para o interior", disse o diretor-geral da URI, Gilberto Pacheco.
Já o representante da RGE, o engenheiro Luiz Carlos Moreira Júnior, afirmou que é preciso encontrar uma alternativa em conjunto para resolver o problema no campo. Para ele, as atuais redes de transmissão têm entre 25 e 30 anos, período em que a atividade agrícola não era tão mecanizada como neste momento. "A empresa investe R$ 1,3 bilhão a cada mudança tarifária, o que equivale a R$ 1 milhão por dia útil, mas estamos dispostos a encontrar juntos o melhor caminho para resolver esses impasses", afirmou.
O representante do Conselho de Consumidores de Energia da RGE, Marcos Matos, afirmou que a concessionária tem os melhores índices de aprovação. "Ainda somos um pouco privilegiados. Agradeço os investimentos que têm sido feitos, como em uma nova subestação e a retomada do status de gerência regional". Ele disse que o desafio reside em encontrar uma solução para os consumidores de baixa renda, que enfrentam dificuldades para pagar a conta de luz, ainda mais agora, após sucessivos aumentos.
O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, disse que a SME trabalha, em parceria com outras secretarias de Estado, na construção de um programa para levar energia trifásica ao campo, sem onerar os agricultores. "Nossas estimativas indicam que são necessários R$ 1,6 bilhão para transformar a rede em trifásica".
Quanto ao uso da biomassa, Redecker disse que a Sulgás está com chamada pública aberta para a compra de biometano por um prazo de até 20 anos, o que beneficia também o agricultor, que poderá dar um fim correto aos dejetos oriundos da atividade agrícola.
Redecker afirmou que está acompanhando junto com a secretária do Meio Ambiente, Ana Pelini, a situação da usina de Garabi/Panambi, e que uma nova agenda está sendo marcada para os próximos dias para tratar sobre o assunto. Já em relação às licenças ambientais, disse que tem a expectativa de uma maior celeridade nos procedimentos, com a inauguração da sala do investidor, que permitirá à parte interessada acompanhar o andamento das licenças solicitadas.
Texto: Ascom SME
Edição: Léa Aragón/CCom