RS é o que mais paga créditos de exportação, diz Rigotto
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O Rio Grande do Sul é o Estado que mais tem pago créditos de exportação nos últimos dois anos. A afirmação foi feita hoje (4) pelo governador Germano Rigotto, ao comentar a geração de créditos, pelo Estado, às empresas exportadoras que compram insumos de outras regiões do país. Os estados pelo Brasil afora não estão pagando crédito de exportação. O Rio Grande do Sul é o que mais desembolsou, mas isso tem limite. Recebemos do Governo Federal, por exemplo, no ano passado, em torno de R$ 400 milhões de fundos da Lei Kandir e gastamos R$ 1 bilhão em créditos de exportação. Isso determina um problema seríssimo para o Estado, porque paga muito mais do que recebe, disse. O governador salientou que o decreto que restringe o uso de créditos não está vigorando. Foi suspenso até que possamos concluir o processo de conversa com cada setor. Vamos fazer modificações, a fim de que o decreto dê atenção especial aos setores que mereçam, afirmou. Rigotto destacou que é inviável a transferência de qualquer empresa daqui para outra unidade da Federação em função dos créditos. De acordo com o governador, a condição diferenciada do RS é comprovada pela situação de Estados como o Espírito Santo, onde três empresas detêm R$ 2 bilhões em créditos não-recebidos, e Santa Catarina, onde uma empresa acumula sozinha R$ 100 milhões. No Rio Grande do sul, o valor máximo acumulado por uma empresa não ultrapassa R$ 30 milhões. Disponibilidade O governador reafirmou ainda que a disponibilidade do Estado será proporcional aos repassses da União. Lembrou que, em 1997, quando começou a vigorar a Lei Kandir, as exportações eram de US$ 26 bilhões e o ressarcimento aos Estados, de US$ 3,2 bilhões, contra US$ 96 bilhões exportados e compensação de apenas US$ 3,9 bilhões, no ano passado. O que estamos dizendo aos diferentes setores é que aquilo que recebermos de ressarcimento vamos pagar em créditos de exportação. Não existe possibilidade de pagarmos mais do recebemos, declarou. Os problemas enfrentados pelo setor exportador, segundo Germano Rigotto, advêm de fatores macroeconômicos, como o câmbio. O grande problema das exportações, hoje, é o câmbio baixo, não a questão dos créditos de exportação. A desvalorização do dólar no nível em que está faz com que os exportadores estejam perdendo e não conseguindo exportar, afirmou, ao frisar que não se pode misturar as dificuldades do setor decorrentes da valorização do real com a questão dos créditos.