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Rigotto sanciona lei que institui Sepé Tiaraju como herói rio-grandense

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20051130165211pd0511301530-03a.jpg - Foto: Paulo Dias / Palácio Piratini
O governador Germano Rigotto promulgou, nesta quarta-feira(30), lei que institui Sepé Tiaraju como herói guarani, missioneiro e rio-grandense. É muito importante a valorização da figura de Sepé Tiaraju para o Rio Grande do Sul, para a América Latina e, principalmente, para as nações indígenas, afirmou o governador. Rigotto destacou que além do resgate da história dos índios o Governo do Estado tem trabalhado para melhorar as condições de vida nas reservas e citou como exemplo o trabalho na Reserva do Guarita, onde todas as secretarias mantêm postos para atender a população. Melhorar a vida nas reservas indígenas não é só demarcar terra, é também proporcionar educação, saúde, água e saneamento, declarou o governador. O projeto de autoria do deputado frei Sérgio Görgen foi aprovado por unanimidade pela Assembléia Legislativa e marca os 250 anos da morte de Sepé Tiaraju, ocorrida em 7 de fevereiro de 1756. O coordenador do movimento Pró-Ano Sepé Tiaraju, frei Antônio Cecchin, disse que o governador, sancionando a lei, corrige uma injustiça de 50 anos. Em 1956, para comemorar os 200 anos da morte de Sepé Tiaraju, foi proposto o reconhecimento de Sepé como herói e o Instituto Histórico e Geográfico Rio-grandense se recusou a fazê-lo. Na época a alegação era de que Sepé não era herói português, nem espanhol, porque havia combatido as duas nações, e não poderia ser herói brasileiro, porque o Brasil não existia. Hoje o governador Rigotto reconciliou o Rio Grande do Sul com Sepé Tiaraju, disse Cecchin. Sepé Tiaraju nasceu na Redução de São Luiz Gonzaga, órfão de pai e mãe, foi adotado por um padre jesuíta e transferido para a Redução de São Miguel Arcanjo, onde chegou a ser corregedor, cargo equivalente a prefeito. A Região das Missões englobava 33 populosas cidades da República dos Guaranis. Todas eram comunidades bem organizadas, contando com uma população de 6 a 10 mil habitantes. Este panorama sofre drásticas transformações em função das disputas entre as coroas portuguesa e espanhola por terra. O Tratado de Madri, assinado em 13 de janeiro de 1750, dividiu as terras dos guaranis entre Espanha e Portugal. Os sete povos das missões, atualmente no Rio Grande do Sul, ficaram com Portugal e as regiões de Itapua e Missiones, atualmente no Paraguai, e Corrientes e Missiones, na Argentina, com a Espanha. Para evitar a separação de sua república, os guaranis lutaram contra os dois exércitos, nas chamadas guerras guaraníticas (1754-1756), tendo Sepé Tiaraju como seu principal líder. Sepé Tiaraju e mais de mil índios, foi morto pelo exército espanhol na batalha de Caiboaté em 7 de fevereiro de 1756. Nesta data, no ano que vem, próximo à Sanga da Bica, local onde morreu o herói guarani, na entrada de São Gabriel, estarão concentradas as homenagens a Sepé Tiaraju. A principal delas será um congresso de nações indígenas latino-americanas, que deve reunir cerca de 5 mil pessoas. Estiveram presentes à cerimônia o deputado estadual Adroaldo Loureiro, o vice-prefeito de São Miguel das Missões, José Roberto de Oliveira, o representante do Departamento Guaranítico do Movimento Tradicionalista Gaúcho Emiliano Limberger, e os representantes do povo charrua no Estado, Acuab e Senaque, que presentearam o governador com um teati, colar feito com penas de ema que representa a amizade.
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